Cláudia Casaes passou anos com um companheiro insuportável – o zumbido, um apito agudo e contínuo que a acompanhava dia e noite.
O problema demorou para ser diagnosticado. Primeiro ela procurou um neurologista, achando que poderia ser algo relacionado a cabeça, passou por diversos otorrinolaringologistas e só depois chegou a um especialista em zumbido.
O especialista deu nome e tratamento para Cláudia. Ela tomou remédios por um ano e meio e também mudou completamente os hábitos, da alimentação à prática de atividades físicas e relaxamento. Hoje ela diz que não escuta mais o zumbido.
Pessoas como a Cláudia, que declaram ter se livrado do zumbido, viraram alvo de pesquisa de mestrado na USP.
A fonoaudióloga Caroline Valim diz que infelizmente não há cura para o zumbido, mas que o estudo traz uma mudança de mentalidade para a comunidade científica de que ela existe sim.
O estudo analisou exames e ouviu relatos de cura de 63 pacientes de diferentes idades, homens e mulheres, de 14 a 83 anos.
Para concluir se o zumbido pode ser eliminado definitivamente, a pesquisa continua e precisa de voluntários. Caso você tenha esse problema, entre em contato com os pesquisadores pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Se o resultado for positivo, será um alívio para Cláudia e tantas outras pessoas que convivem com esse barulho constante.
Carboidratos são um fonte crucial de fibra e energia ou um alimento que aumenta de forma prejudicial o nível de açúcar no nosso sangue?
Estas biomoléculas formadas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio são um dos três principais grupos de nutrientes que são encontrados em alimentos, junto com gorduras e proteínas. Os carboidratos também têm três subtipos: amido, açúcar e fibra. No Ocidente, comemos muito batatas, trigo e carboidratos à base de milho, e também grandes quantidades de carboidratos refinados, como massa, pão branco e biscoito.
Mas para que nos serve esse consumo?
Para responder a essa pergunta, a BBC convidou um grupo de especialistas em dieta para discutir os méritos de uma dieta com poucos carboidratos comparada a uma com muitos.
OS ARGUMENTOS A FAVOR
"Um terço do que comemos deve vir de carboidratos ricos em amido", diz o professor de Ciência da Nutrição Louis Levy. Isso porque, apesar de sua má reputação, os carboidratos têm papel chave no funcionamento do nosso corpo.
1. Carboidratos nos dão energia e nos ajudam a fazer exercícios
Os carboidratos são nosso principal combustível. O corpo transforma o amido em açúcares e os absorve na corrente sanguínea, criando a glicose.
Isso se converte em energia de que precisamos para manter nossos corpos e cérebros ativos para fazer tudo, desde respirar até fazer exercícios. Gorduras e proteínas também geram energia, mas, durante um treinamento cardiovascular, o corpo queima açúcares mais rápido. Então, o consumo de carboidratos, que processados mais rapidamente pelo organismo, é recomendável.
Uma dieta baixa em carboidratos pode te deixar com pouca energia e fazer com que você se sinta mais cansado quando estiver fazendo exercício.
2. Os carboidratos são uma fonte importante de fibra
Há evidências de que a fibra pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e câncer de intestino.
Grande parte da fibra que obtemos vem de carboidratos com amido, por isso, ao reduzir o consumo desses carboidratos, corremos o risco de ingerir pouca fibra.
"Se incentivarmos as pessoas a deixarem de comer carboidratos, é difícil que elas obtenham fibra o bastante", alerta Anthony Warner, também conhecido como "The Angry Chef" (o chef bravo, em inglês).
Podemos obter fibra também de frutas e verduras, mas, como diz Megan Rossi, do Kings College, de Londres, "há cerca de cem tipos diferentes de fibra", e todas desempenham um papel importante para a nossa saúde.
Um estudo mostra que pessoas que comem fibras de cereais têm menos risco de desenvolver câncer colorretal. Ao cortar totalmente os grãos, estamos nos privando de "um tipo único de fibra", diz Rossi.
3. Carboidratos podem curar a prisão de ventre
A fibra dos alimentos de origem vegetal é um material que o corpo não consegue digerir e é crucial para que os alimentos se movam dentro do nosso intestino.
4. Os carboidratos são uma fonte de nutrientes
As fontes saudáveis de carboidratos (verduras, frutas e legumes) também são uma fonte importante de vitaminas e minerais, como cálcio, zinco, ferro e vitamina B. Eliminar os carboidratos significa reduzir também estes nutrientes essenciais.
5. A redução do consumo de carboidratos pode levar a uma dieta mais rica em gordura
Os carboidratos como massa e batata agregam volume aos pratos e nos fazem sentir satisfeitos depois de comer.
Reduzir a quantidade de carboidratos e substituí-los por mais proteínas gordurosas, como carne vermelha e queijo, nos faz ingerir mais gordura saturada, o que pode aumentar a quantidade de colesterol no sangue.
OS ARGUMENTOS CONTRA
Algumas pessoas, incluindo médicos e pacientes, estão optando por reduzir significativamente a quantidade de carboidratos que consomem. Em alguns casos, fazem isso para controlar obesidade ou diabetes, mas outros, apenas porque acham que se sentem melhor assim.
1. Os carboidratos causam picos e baixas de açúcar no sangue
Comer carboidratos refinados faz com que o nível de açúcar no sangue varie drasticamente. Ao ser quebrado rapidamente, os carboidratos causam um aumento do açúcar no sangue, seguido por uma baixa.
Uma dieta com poucos carboidratos torna mais estáveis os níveis de sangue no açúcar. Muitos de nós sentiremos esse sobe e desce de ânimo se comermos massa no almoço. Essa variação pode ter implicações mais sérias do que simplesmente sentir-se sonolento. Um aumento de glicose faz seu corpo responder aumentando a produção de insulina.
O doutor Aseem Malhotra, um dos cardiologistas mais influentes do Reino Unido, explicou como o consumo de carboidratos refinados está "claramente ligado" à obesidade e à diabetes tipo 2.
Uma espectadora do debate, Margery, concordou com esse ponto de vista. Ela tratou sua diabetes reduzindo carboidratos. "Pude reverter minha condição com a ajuda de uma dieta baixa em carboidratos. Agora, nem tomo mais remédios."
Estes carboidratos incluem açúcares e grãos refinados, que não têm fibras e nutrientes.
2. Proteínas e as gorduras nos mantêm satisfeitos por mais tempo
Os carboidratos fazem seu corpo reter água. Quanto mais massa e arroz você come, mais inchado poderá se sentir. Os carboidratos podem te deixar satisfeito no curto prazo, mas essa sensação logo desaparecerá.
Em contraste, os alimentos com baixo índice glicêmico, como proteínas e gorduras, ajudam a fazer os níveis de açúcar no sangue aumentarem ou diminuírem lentamente, o que pode fazer a sensação de saciedade durar mais.
3. Nem todos os carboidratos têm fibra
Já falamos que carboidratos são boa fonte de fibra. Mas vale a pena ressaltar que os carboidratos que comemos contêm pouca fibra. Quando são refinados, o farelo de trigo e a fibra são eliminados.
Podemos encontrar mais fibras em frutas, verduras e legumes do que em massas ou bolos.
Afinal, os carboidratos são nossos amigos ou inimigos?
Há argumentos bons a favor e contra o consumo de carboidratos, então, qual é a resposta? Na verdade, é preciso achar um equilíbrio.
Fiona Godlee, do periódico British Medical Journal, destaca que um estudo do Instituto Nacional de Saúde do Reino Unido publicado no início de 2018 demonstrou que tanto as dietas com muito pouco ou com muito carboidrato são prejudiciais.
E está claro que a ideia de que um só modelo funciona para todos "simplesmente não é adequada". diz. "Para algumas pessoas, é melhor comer pouco (carboidrato), mas, para outras, é bom comer mais."
A chave é saber o que é bom para você. O mais importante é comer o tipo certo de carboidratos, concordam os especialistas. Devemos optar por uma ampla gama de carboidratos ricos em fibra como trigo integral, aveia e quinoa, dizem.
Ah, e é bom também evitar os carboidratos simples, como bolo e pão, que têm com frequência muita gordura e açúcar.
Uma nova descoberta pode explicar por que pessoas obesas têm maior probabilidade de desenvolver câncer, dizem cientistas.
Um tipo de célula que o corpo usa para destruir o tecido tumoral fica entupida por gordura e para de funcionar, afirmou a equipe do Trinity College Dublin, na Irlanda.
A obesidade é a maior causa de câncer passível de prevenção no Reino Unido depois do fumo, segundo a organização Cancer Research UK, dedicada a pesquisas de combate à doença.
Mais de 1 em cada 20 casos de câncer - cerca de 22,8 mil por ano no Reino Unido - são motivados por excesso de peso corporal. Especialistas já suspeitavam que a gordura enviava sinais ao corpo que poderiam danificar as células, levando ao câncer, e favorecer sua multiplicação.
Agora, cientistas conseguiram mostrar, em um estudo publicado na revista Nature Immunology, como as células que combatem o câncer ficam obstruídas pela gordura.
Eles esperam criar tratamentos para restaurar as habilidades destas células para que voltem a ser "assassinas naturais" de tumores.
"Um composto que bloqueie a absorção de gordura por estas células pode ajudar. Tentamos em laboratório e descobrimos que isso permite que elas voltem a matar um câncer", diz a pesquisadora Lydia Lynch.
Obesidade aumenta o risco de 13 tipos de câncer Mas a melhor maneira de ter este efeito é "sem dúvida" perder peso, afirma Lynch: "De qualquer maneira, isso é mais saudável".
Leo Carlin, do Instituto Beatson da Cancer Research UK, diz que embora cientistas saibam que a obesidade aumenta o risco de 13 tipos diferentes de câncer, "ainda não se entende completamente os mecanismos desse vínculo". O cientista afirma que o novo estudo revela como as moléculas de gordura impedem as células do sistema imunológico de atuarem corretamente para matar tumores, além de abrir novos caminhos para desenvolver tratamentos.
"Muitas pesquisas se concentram em como os tumores crescem a fim de achar formas de detê-los, mas esta pesquisa nos mostra que devemos levar também em consideração o metabolismo das células do sistema imunológico."
O hemocentro Regional de Floriano tem uma programação já definida, em relação ao atendimento para esse período dos últimos dias do ano de 2018.
Elyomara Feitosa, diretora do órgão, disse que após uma parada na coleta no período do natal (24 e 25) o Hemocentro vai funcionar da seguinte forma no final de ano, “para distribuição de sangue estamos abertos as 24 horas, mas para arrecadação estamos funcionando até esta sexta, 28, e na semana seguinte, vamos parar na segunda e terça (30e 31 e depois segue uma coleta normal”.
O mês de dezembro, ainda de acordo com ela, é um período de muita preocupação para a direção do órgão porque as pessoas deixam de doar sangue, mas o estoque, enfatiza, vem dando para atender a demanda.