A ansiedade e a depressão provocam os mesmos efeitos para a saúde que a obesidade e o tabagismo, afirma uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em São Francisco.
O estudo, publicado na terça-feira (18) na revista acadêmica Health Psycology, da Associação Americana de Psicologia, acompanhou quase 15.500 idosos, com a média de 68 anos de idade, durante quatro anos. O grupo era composto por 2.200 ansiosos e depressivos, 4.700 obesos e 2.100 fumantes.
A análise permitiu aos autores a percepção de que pessoas com altos níveis de depressão e ansiedade apresentavam 65% mais chances de ter doenças cardiovasculares, 64% de terem um AVC (acidente vascular cerebral), 50% de hipertensão e 87% de ter artrite, quando comparados às pessoas sem ansiedade ou depressão.
De acordo com relato de Aoife O'Donovan, autor sênior do estudo, ao site da universidade, a elevação de risco entre ansiosos e depressivos para desenvolvimento desses problemas pode ser equiparada às chances das mesmas doenças por obesidade e tabagismo. Porém, a ansiedade e a depressão apresentariam um risco maior para o desenvolvimento de artrite.
Os autores descobriram, também, que dores de cabeça, dores de estômago, falta de ar e dores nas costas, seriam elevadas quando associadas à depressão e ansiedade.
Mulheres na TPM (tensão pré-menstrual) e quando estão menstruadas tendem a beber mais, de acordo com um estudo liderado pela Universidade de Dallhousie, no Canadá.
O motivo são as oscilações hormonais e a diminuição da liberação da serotonina, neurotransmissor responsável pela regulação do humor, causando sentimentos negativos e ansiedade, segundo a biomédica Erica Siu, especialista em dependência química e coordenadora do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).
"Muitas mulheres recorrem ao álcool nesses períodos como uma maneira de amenizar essas sensações", afirma. Segundo ela, mulheres são mais suscetíveis aos efeitos das bebidas alcoólicas. "Mulheres são mais vulneráveis a bebidas por uma questão biológica. O corpo feminino tem menos água que o masculino, o que deixa o álcool mais concentrado no corpo, e possui menos enzimas que metabolizam as bebidas alcoólicas, quando comparadas aos homens, fazendo com que o álcool permaneça no corpo por mais tempo", explica.
Siu afirma que, para as mulheres, deve-se beber no máximo três doses de bebidas alcoólicas — três latinhas de cerveja ou três taças de vinho ou três shots de bebidas destiladas ou, ainda, uma dose de cada. Ela explica que uma lata de cerveja de 350 ml possui a mesma quantidade de álcool (14g) que uma taça de vinho de 150 ml, equivalendo também à mesma quantidade de álcool que um shot de destilado de 45 ml. A biomédica ressalta que é importante que a ingestão do álcool não ultrapasse de três doses em um dia e nem de ultrapassar de sete doses por semana.
A especialista afirma, ainda, que o excesso álcool pode oferecer prejuízos para a saúde da mulher, podendo diminuir a ovulação e a fertilidade. Siu explica que, segundo estudos preliminares, isso ocorre porque o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, alterando diversos sistemas corporais, inclusive o da ovulação.
Outros estudos prévios, segundo ela, indicam que o consumo alcoólico excessivo expõe, também, a mulher ao risco de desenvolver câncer de mama, principalmente em quem já tem a predisposição para a doença. "Um dos componentes da degradação do álcool, o alcetadeído, é cancerígeno, levando à mutação de algumas células e desencadeando o desenvolvimento de um câncer. Essa substância também aumenta os riscos para câncer de boca e de orofaringe", afirma.
A especialista recomenda que, para evitar o consumo excessivo do álcool, principalmente durante o período menstrual, a mulher deve fazer atividades físicas prazerosas, aumentando os níveis de serotonina e diminuindo os sintomas ansiosos e depressivos.
Você é daqueles que toma uma cervejinha para relaxar antes de dormir? Apesar do álcool dar sonolência, ele atrapalha a fase profunda do sono, afetando a qualidade do descanso. Para falar sobre o assunto e dar dicas de como mudar esse hábito, o Bem Estar recebeu nesta quinta-feira (20), dois neurologistas: Fernando Morgadinho e Dalva Poyares, que também é medica do sono.
Dormir bem e de forma contínua é importante, já que, sempre que uma pessoa acorda durante a noite, volta ao estágio inicial de sono. E isso pode interferir em alguns processos que só ocorrem na fase mais profunda, esse é o caso da bebida alcóolica.
Estudos confirmam que a bebida altera o sono porque, primeiro, ela acelera o início do sono, em seguida, faz com que a pessoa caia em um sono profundo. A sonolência também é relativa porque a medida que a pessoa fica resistente, vai precisar de uma dose cada vez maior de álcool para conseguir o mesmo efeito.
Além disso, o álcool também potencializa distúrbios do sono como apneia, ronco e insônia. Os sintomas de uma noite mal dormida são: cansaço, sonolência durante o dia, dor de cabeça, dor muscular e memória prejudicada.
O sono tem quatro fases:
Fase 1: transição da vigília para o sono, quando ficamos sonolentos.
Fase 2: sono leve, quando a respiração e frequência cardíaca diminuem, os músculos relaxam e a temperatura abaixa.
Fase 3: o corpo funciona mais lentamente.
Fase 4: REM - o sono profundo, que é o reparador, que faz com que a gente descanse.
COMIDA COM BEBIDA ALCOÓLICA
A comida flambada traz a acidez e um toque diferencial de contraste aos alimentos, mas a liberação do álcool é pequena. O modo de preparo faz toda diferença no processo de evaporação. O resíduo é prejudicial, por exemplo, para as grávidas. Mães que amamentam também devem ter cuidado, pois o álcool passa para o leite materno.
ÁLCOOL X SONO X DIREÇÃO
Ficar sem dormir tem efeito cognitivo parecido com a intoxicação por álcool: os reflexos ficam lentos, a atenção prejudicada e a chance de cair no sono enquanto está na direção é altíssima. Não tem dose segura de álcool para dirigir depois, mas algumas pessoas acreditam que após um cochilo já estão aptas para conduzir o volante.
Não é verdade porque a pessoa continua com os reflexos alterados e são necessárias 24 horas depois de beber para dirigir. Uma taça de vinho (140 a 150ml), por exemplo, leva de duas a quatro horas para metabolizar.
Os estimulantes, como café e refrigerante de cola, postergam a sonolência, mas quando passa o efeito, a vontade de dormir vem forte.
Entre as dicas para ter uma boa noite de sono estão: não beber álcool próximo à hora de dormir, beber moderadamente, intercalar a bebida com água e só dirigir após 24 horas da última dose. Dev-se optar por tomar um chá antes de se deitar.
Pintas e manchas na pele nem sempre indicam algo grave. Em alguns casos, porém, elas são o principal alerta para uma doença que merece atenção, especialmente no verão: o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este tumor é o de maior incidência entre a população brasileira e chega a aproximadamente seis mil novos casos por ano.
"A gente divide o câncer de pele em dois grandes grupos: o não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular) e o melanoma. O mais comum dentre eles, quase 90% dos casos, é o basocelular; enquanto o de maior gravidade, apesar de não ser tão comum, é o melanoma", destaca o dermatologista Elimar Gomes, coordenador do grupo de dermatologia do centro oncológico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O melanoma é causado por uma alteração nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. No geral, essa mutação pode ocorrer por fatores genéticos, com mais chances de se desenvolver quando há histórico na família; e por fatores ambientais, como a alta exposição aos raios solares. Apesar da gravidade, é importante reforçar: o melanoma tem tratamento e cura, principalmente se for descoberto no estágio inicial.
Conheça os principais sintomas
São as manchas e pintas que indicam que algo não vai bem. Geralmente, elas passam por transformações de tamanho e cor ou apresentam sintomas como coceira e sangramento. Porém, segundo o dermatologista Elimar Gomes, nem sempre os sintomas se manifestam ou são visíveis a olho nu; por isso, é preciso estar atento.
Além disso, os sinais podem variar de acordo com o tipo de melanoma, que são quatro, no total: extensivo superficial, modular, lentigo maligno e acral. O local de surgimento também pode variar, podendo aparecer, principalmente, nas costas, pernas, couro cabeludo e colo, mas também nas mucosas genital e oral.
Como fazer o diagnóstico precoce?
A melhor pessoa para realizar o diagnóstico é um profissional de saúde, de preferência o médico dermatologista ou o oncologista. Mas você mesmo pode, pelo autoexame, identificar os sintomas e procurar ajuda. Para isso, é muito importante que você conheça o próprio corpo, analise manchas e pintas e saiba se algo mudou, para agendar uma consulta e explicar a situação ao especialista.
"O diagnóstico precoce para melanoma pode possibilitar a cura. Um melanoma com diagnóstico tardio 1, ou seja, que está na fase inicial, tem mais de 90% de chance de cura, enquanto um melanoma avançado não passa dos 25%. Então, é muito importante procurar ajuda, porque tem cura", ressalta o Elimar Gomes.
De acordo com o dermatologista, uma técnica bastante simples que auxilia tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde no diagnóstico precoce é a regra ABCDE, que analisa diferentes aspectos de um sinal na pele. As letras significam, respectivamente:
Assimetria: lados ou tamanhos distintos
Bordas irregulares: contorno irregular, que lembra um mapa, por exemplo
Cor: cores diferentes em um mesmo sinal
Diâmetro: mancha com seis milímetros de diâmetro ou mais
Evolução: mudança de textura, cor ou tamanho.
Caso você tenha algum desses sintomas, é hora de procurar o médico para realizar uma investigação detalhada do sinal. "A primeira coisa aplicar é regra ABCDE, mas somente o olhar médico do dermatologista já pode diagnosticar o câncer. Ele também pode fazer dermatoscopia, que utiliza uma lente de aumento que facilita a identificar as pintas boas e as de melanoma", explica o dermatologista Elimar Gomes.
Além desses métodos de diagnóstico, existe ainda a dermatoscopia digital e a microscopia focal. Durante a consulta, se o dermatologista desconfiar de uma pinta, ele poderá removê-la e encaminhá-la para o exame de biópsia. Após esse passo, será indicado o melhor tratamento para cada caso e necessidade daquele paciente.
O tratamento é fundamental para a cura
O tratamento mais eficaz para o câncer de pele melanoma ainda é a cirurgia. Durante esse procedimento, o especialista extrai a pinta e, se necessário, a pele ao redor, para garantir que as células cancerosas sejam 100% removidas.
Já no caso de melanomas em estado mais avançados, como quando há metástase, o oncologista poderá indicar outros tratamentos, como medicamentos via oral, quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, terapia alvo ou até mesmo a combinação de dois ou mais métodos. Lembre-se: não interromper a terapia melhora o quadro da doença.
Portanto, o diagnóstico precoce é importante justamente porque impede o avanço do câncer para outros órgãos, adianta o tratamento e aumenta a possibilidade de cura. Tratar o melanoma na fase inicial, por exemplo, garante 90% de chances de cura do problema.
Fique de esperto e saiba como prevenir o melanoma
De acordo com Elimar, pessoas que possuem histórico familiar para melanoma; muitas pintas ou sardas; pele e olhos claros estão mais suscetíveis ao câncer de pele, de forma geral, e ao melanoma, porque se queimam com mais facilidade. Porém, qualquer pessoa que tem o hábito de se expor intensamente ao sol, sem proteção, corre o risco de ter a doença.
Para começar, as dicas do dermatologista são simples. "A principal causa do câncer melanoma é a exposição exagerada aos raios ultravioletas, então, se você reduz a exposição ao sol e nunca se queima, as chances diminuem. Você pode se expor com cuidado, para não ficar com queimadura, evitar o sol das 10h até as 16h e usar chapéus, óculos, roupas com proteção UVB e UVA", explica Elimar Gomes.
Além disso, o principal item de proteção contra os raios solares é o filtro solar. O produto deve ser usado todos os dias - mesmo naqueles que estão frios e nublados -, lembrando sempre de escolher os que têm FPS maior que 30 e de reaplicar o produto a cada 2 ou 3h ou após mergulhar na água.