O contato com música desde a primeira infância só traz benefícios para o desenvolvimento neurológico das crianças. Uma pesquisa da Universidade de Concórdia, no Canadá, mostrou que crianças que começaram a estudar música antes dos 7 anos apresentam alguns tipos de conexões neurais na fase adulta que aqueles que começaram depois dessa fase não têm.
Pesquisadores da Universidade de Vermont ainda afirmam que as funções do cérebro como a memória, organização, planejamento do futuro e controle da atenção ficam melhores quando as crianças têm maior contato com a música.
É por esses e outros motivos que tocar um instrumento ou cantar pode ser uma ótima atividade para seu pequeno.
Estudo de música na infância 1. Segundo os especialistas da Universidade de Vermont, a música desenvolve uma região importante do córtex cerebral, o controle das emoções.
2. O contato com os sons ainda ajuda na expressão corporal, pois o desejo de mexer o corpo no ritmo da música é algo que faz parte do nós.
3. A música também atua como terapia em casos de pacientes com autismo, síndrome de down, déficit de atenção e depressão.
4. A coordenação motora já melhora na simples ação da criança segurar um instrumento musical sozinha. Isso exercita e desenvolve a motricidade fina, capacidade de usar os músculos pequenos do corpo, e a motricidade grossa, habilidade de utilizar os grandes músculos.
A mortalidade de câncer infantil, entre 0 e 14 anos, apresentou redução de 13% em dez anos. A queda no número de mortes entre menores de 1 ano nesse mesmo período foi ainda maior, de 27,8%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28).
Em 2006, 2.222 crianças entre 0 e 14 anos morreram em decorrência do câncer. Já em 2016, houve registro de 1.924 óbitos.
O Ministério atribui a diminuição da mortalidade ao progresso nos tratamentos e nos diagnósticos da doença no Brasil. Segundo a pasta, cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos pelo câncer podem ser curados caso sejam diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
“Temos visto que a detecção e o tratamento precoce do câncer, feito nos serviços de saúde, têm sido crucial para a queda na mortalidade. Houve também importante mudança de tecnologia no tratamento do câncer e muitos procedimentos cirúrgicos desnecessários foram reduzidos”, afirmou Fatima Marinho, diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissível e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, por meio de comunicado.
Câncer continua sendo primeira causa de morte
O câncer continua sendo a primeira causa de morte em crianças entre 5 e 14 anos no Brasil, mesmo com a redução da mortalidade. O tumor maligno mais comum é a leucemia, seguido dos linfomas (gânglios linfáticos) e dos tumores cerebrais.
O câncer infanto-juvenil corresponde a 3% da doença no país. Estimam-se 12.600 novos casos até os 19 anos de idade, por ano, em 2018 e 2019, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores números de novos casos, com 5.300 e 2.900, respectivamente, seguidas pelo Centro-Oeste (1.800), Sul (1.300) e Norte (1.200).
Entre os sintomas de câncer em crianças estão palidez, hematomas, sangramento, dor óssea, perda de peso, caroços ou inchaços, alterações oculares, inchaço abdominal, dor de cabeça persistente, vômitos e inchaço sem trauma.
O tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado por meio da Rede de Atenção a Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. O Ministério orienta que, para que um paciente tenha acesso ao tratamento oncológico pelo SUS, independentemente do tipo de tumor, ele deve ser atendido em um estabelecimento habilitado em oncologia.
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou nesta quarta-feira (28) um projeto de lei que permite o cultivo da cannabis sativa para uso pessoal terapêutico, desde que haja prescrição médica. A cannabis sativa é a planta que dá origem à maconha.
O texto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser votado no plenário do Senado. Em seguida, precisará ser apreciado na Câmara dos Deputados.
A proposta modifica um trecho da legislação sobre drogas para ressalvar que deixa de ser crime o semeio, cultivo e colheita de cannabis sativa para uso pessoal terapêutico.
O texto estabelece que a produção poderá ser realizada por meio de associações de pacientes ou familiares de pacientes que fazem uso medicinal da planta. O cultivo deve ser feito em quantidade não mais do que suficiente ao tratamento, de acordo com o que o médico prescreveu.
Em seu parecer, a relatora, senadora Marta Suplicy (MDB-SP), argumentou que a eficácia da cannabis sativa na medicina está comprovada. Ela disse que a planta atua ativamente, por exemplo, na regulação de funções cognitivas e na resposta ao estresse e à dor.
Hoje, a lei determina que quem produz a cannabis para consumo pessoal está sujeito à prestação de serviços à comunidade e ao comparecimento a programa educativo, sem fazer ressalva ao uso médico.
A proposição teve origem em uma ideia legislativa que recebeu o apoio de mais de 20 mil pessoas no portal e-Cidadania do Senado Federal.
Em amio de 2017, a Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu a cannabis sativa na Lista Completa das Denominações Comuns Brasileiras (DCB) sob a categoria de "planta medicinal".
Discordância O senador Eduardo Amorim (PSDB-SE) apresentou um voto em separado discordando do parecer da relatora. Ele ressaltou que não há dúvida de que a cannabis se trata de uma medicação, mas se posicionou contra a liberação da produção pelas famílias.
O senador ponderou que o Estado não terá condição de fiscalizar o plantio e defendeu que o fornecimento da cannabis seja feito pelo sistema público de saúde brasileiro. Se preciso, com a importação do produto.
“Minha preocupação é fazer com que as casas se transformem, com a liberação do plantio, em um laboratório de entorpecentes”, afirmou.
Senadores discordaram e observaram que muitas vezes o SUS não consegue fornecer medicamentos e a importação elevará demais os custos. “Quantas vezes o SUS não deixou de importar o medicamento e atender pacientes?”, questionou o senador Valdemir Moka (MDB-MS).
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) discursou na mesma linha. “Nós sabemos da dificuldade do SUS de importar medicamentos”, disse.
Cerca de 9,4 milhões de pessoas ainda não sabem que foram contaminadas pelo HIV, de acordo com relatório da UNAids, programa da ONU dedicado ao combate do HIV, divulgado esta semana. Isso representa apenas 25% dos soropositivos. A maioria tem consciência de que tem a doença.Estima-se que haja 36,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo todo. No ano passado, foram registradas 940 mil mortes por doenças relacionadas à Aids.Intitulado de “Conhecimento é poder”, o relatório mostra que o número de pessoas que vivem com HIV com carga viral suprimida subiu cerca de 10 pontos percentuais nos últimos três anos, chegando a 47% no ano passado.
A UNAids destaca que, para se manter saudável e prevenir a transmissão da doença, o vírus precisa ser suprimido para níveis indetectáveis ou muito baixos por meio de terapia antirretroviral continuada. Ainda de acordo com o programa, para monitorar a carga viral de forma eficaz, as pessoas que vivem com HIV precisam ter acesso ao teste de carga viral a cada 12 meses.“O teste de carga viral é o ‘padrão ouro’ do monitoramento do tratamento do HIV. Ele mostra que o tratamento está funcionando, mantendo as pessoas vivas e bem e mantendo o vírus firmemente sob controle”, afirmou Michel Sidibé, diretor-executivo da UNAids, por meio de comunicado.
Segundo o relatório, em alguns locais do mundo, fazer um teste de carga viral é fácil e totalmente integrado ao tratamento do HIV. Já outros contam com apenas uma máquina de carga viral para todo o país.
Teste é essencial em crianças O teste de carga viral é fundamental, principalmente, para recém-nascidos, pois o HIV avança mais rápido em crianças. A UNAids informa que o pico de mortalidade para crianças que nascem com HIV é de 2 a 3 meses de vida.
O programa da ONU ressalta que o teste de diagnóstico rápido padrão é ineficaz até os 18 meses de idade. O único teste de HIV válido para uma criança pequena é o teste virológico, que precisa ser realizado entre quatro e seis semanas de vida. Mas, no ano passado, apenas metade (52%) das crianças expostas ao HIV em países com altas taxas de infecção pelo vírus recebeu um teste nos primeiros dois meses de vida.“Estão sendo feitos avanços importantes. Novas tecnologias de testagem em postos de atendimento, que acontecem em um ambiente mais próximo das pessoas, mostraram que o tempo necessário para receber os resultados dos testes das crianças diminuiu de meses para minutos, o que está salvando vidas”, afirmou a UNAids, por meio de comunicado.
Preconceito é barreira para o teste
O preconceito é uma das maiores barreiras para o teste de HIV, segundo o relatório. Estudos entre mulheres, homens, jovens e populações-chave demonstraram que o medo de ser visto em serviços de HIV e de que esta informação seja compartilhada com familiares, amigos, parceiros sexuais ou comunidade em geral, estava impedindo o acesso a esses serviços, incluindo o teste.
Segundo o relatório, para as chamadas “populações-chave”, que são os profissionais do sexo, pessoas que usam drogas injetáveis, pessoas trans, pessoas privadas de liberdade, homossexuais e outros homens que fazem sexo com homens, essas barreiras afetam o acesso aos serviços de forma mais intensa.Outras barreiras são a violência e a ameaça de violência, especialmente entre mulheres jovens e meninas, de acordo com o estudo. “As leis e políticas de consentimento parental também são barreiras, uma vez que em alguns países jovens com menos de 18 anos precisam do consentimento dos pais para fazer o teste de HIV”, afirma a UNAids.
Além disso, os serviços são geralmente distantes ou de alto custo para a população. “Há várias estratégias diferentes necessárias para alcançar as pessoas em risco de infecção pelo vírus, incluindo abordagens inovadoras, como o autoteste, em que as pessoas podem se sentir mais à vontade para que sua privacidade seja respeitada”, explicou o diretor-executivo da UNAids.