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Epistaxe é o nome dado ao sangramento nasal que pode ser desencadeado pelo clima seco, temperaturas elevadas e a baixa umidade relativa do ar. Esses fatores podem favorecer o ressecamento da mucosa nasal e, consequentemente, causar a ruptura dos vasos sanguíneos. Segundo o otorrinolaringologista Eduardo Dolci, da Santa Casa de São Paulo, esta é uma situação muito comum, que chega a acometer mais de 60% da população em algum momento da vida.


Os casos de epistaxe, na maioria das vezes, não são graves e podem ser controlados em casa. “Primeiro, o paciente deve manter a calma, depois se sentar com a cabeça inclinada para frente e pressionar a ponta do nariz com a ponta do dedo indicador e do polegar. Deve-se manter a pressão por cerca de 10 minutos e colocar uma bolsa de gelo na região da testa”, explica o especialista. Para evitar o problema a dica é umidificar o ar do ambiente com toalhas molhadas e bacias de água; evitar exposição ao sol; beber bastante água e utilizar soro fisiológico para aliviar o nariz quando estiver seco. Caso o problema se torne frequente, o indicado é procurar a avaliação de um otorrinolaringologista para descobrir a causa, esclarecer todas as dúvidas e iniciar o tratamento.


Os olhos também precisam de atenção, já que o clima seco e a baixa umidade geram aumento na poluição com maior acúmulo de poeira no ar – ambiente perfeito para alergias oculares. Os sintomas de alergia ocular são parecidos com os de conjuntivite, como vermelhidão, coceira, irritação, lacrimejamento, inchaço, desconforto nos olhos e maior sensibilidade à luz. O que difere um do outro é o tempo de duração dos sintomas, que na conjuntivite leva de uma a duas semanas, enquanto nas alergias começam a ir embora em 3 dias - se começar o tratamento com anti-histamínico logo .


Caso o diagnóstico de alergia ocular seja confirmado, evite esfregar os olhos ou lavá-los com soro fisiológico pois o sal do soro irrita ainda mais os olhos. Aplicar compressas frias sobre os olhos fechados pode ajudar no desconforto, mas é preciso uma consulta ao oftalmologista para tratamento adequado. Vale ressaltar que a alergia ocular pode evoluir se não for tratada da maneira certa, trazendo algumas complicações para a visão como úlceras, formação de placas e surgimento de vasos anormais na periferia da córnea.


De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia existem formas de evitar alergia ocular: reduzir o número de travesseiros, roupas de cama, cortinas, bicho de pelúcia e objetos que acumulem poeira; higienizar a roupa de cama com água quente e deixar secar ao sol; manter a casa limpa, arejada e com exposição ao sol, a fim de evitar o acúmulo de ácaros; usar aspiradores de pó e panos úmidos ao limpar a casa e evitar vassouras, espanadores e objetos que podem espalhar a poeira na hora da limpeza; eliminar.

vazamentos de água, uma vez que estes favorecem o aparecimento de mofo; encapar colchões e travesseiros com material impermeável ou antialérgico; limpar o ar-condicionado semanalmente; evitar coçar os olhos, pois além de estimular as alergias, pode facilitar o surgimento ou desenvolvimento de ceratocone (condição que faz com que a córnea tenha um formato de cone irregular, deixando a visão distorcida); manter os animais domésticos limpos e tosados e evitar ambientes com muito pó, fumaça ou odores fortes.


Outro problema frequente é o ressecamento da pele. O tempo seco ajuda a reduzir ou retirar o hidratante natural da pele, o chamado manto lipídico. Isso acontece, principalmente, em idosos, crianças e mulheres na menopausa, que tendem a ter a pele mais seca. Para evitar o ressecamento, é preciso tomar banhos mornos, sem esponja e com pouco sabonete, usar filtro solar e hidratantes, evitar a exposição solar prolongada e usar luvas apropriadas durante a manipulação de produtos químicos.


A dermatologista Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology, explica que o ressecamento não é o único problema que pode aparecer na pele durante estes dias mais secos: “nessas circunstâncias, a gordura existente na camada superficial da pele é removida, de forma a causar o aparecimento da desidratação – além do ressecamento, a descamação e irritação da pele, ou o agravamento de problemas dermatológicos já existentes, como a psoríase e as dermatites atópicas (áreas de vermelhidão e descamação na pele que acometem os alérgicos) e seborréica (placas vermelhas descamativas que geralmente acometem a face)”, afirma.


Valéria explica que os lábios também podem ficar muito ressecados. Isso acontece porque eles estão mais sujeitos ao vento, à poeira, à poluição e o tempo muito seco e isso retira a oleosidade e hidratação natural do lábio. "Ele acaba ficando muito seco e rachado realmente, se não for hidratado. Outras partes do corpo também sofrem: os joelhos, cotovelos, pés e mãos são áreas que tem poucas glândulas sebáceas e mais sujeitas ao ressecamento”, completa.

 

R7

Uma nova técnica tem permitido reduzir o número de sessões de radioterapia contra o câncer de próstata. Para a doença, geralmente são previstas 40 sessões. Com o tratamento chamado de hipofracionamento moderado, chegou-se a 20. Agora, surgem no País as primeiras iniciativas de radioterapia ultra hipofracionada contra esse tipo de tumor, que reduz o número de sessões para cinco.

Nesse formato, são aplicadas altas doses de radiação sobre o tumor, o que permite menos aplicações. A abordagem, também conhecida como hipofracionamento extremo ou SBRT, já é adotada contra alguns tipos de câncer, como o de pulmão. Mas é nova quando se trata do de próstata - segundo mais prevalente entre os homens. Estima-se que, neste ano, serão 68.220 novos casos da doença.

radioterapia

A opção começou a ser oferecida nos últimos meses no Hospital Sírio-Libanês e no Mãe de Deus, em Porto Alegre. Já no A. C. Camargo Cancer Center, os dois primeiros casos de SBRT foram feitos este mês. "Os benefícios são menor tempo de tratamento, menos transtorno (do paciente) com deslocamento e, muito provavelmente, melhora do índice de controle bioquímico da doença", afirma Antônio Cássio Pelizzon, líder da equipe de radioterapia do A. C. Camargo.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, também se prepara para aderir ao hipofracionamento extremo para o câncer de próstata, após a instalação de um equipamento inédito no País, o acelerador linear Halcyon. Além de permitir menos sessões, torna cada sessão mais rápida - cai de 25 minutos para oito. "Em vez de tratar quatro pacientes por hora, posso tratar seis. Isso amplia o acesso, agrega valor e reduz o custo da inovação", diz Rodrigo Hanriot, coordenador de radioterapia do hospital.

Por enquanto, o hipofracionamento extremo é indicado para tumores restritos à próstata, de risco baixo ou intermediário. Pacientes com problemas crônicos no trato urinário não são bons candidatos - estudos mostram que, especialmente nesse grupo, pode haver efeitos colaterais (como ardor e aumento da frequência urinária), diz Andrea Barleze da Costa, gestora de Radioterapia do Mãe de Deus.

O hipofracionamento moderado ganhou força após dez estudos clínicos de fase 3 (alto nível de evidência), conduzidos em grandes centros de pesquisa, demonstrarem que a técnica é tão eficaz quanto a convencional. Para Arthur Accioly Rosa, da Sociedade Brasileira de Radioterapia, o modelo é uma mudança de paradigma.

Eficiente, a técnica se tornou tendência em vários países. Mas, como diz Elton Leite, do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), a popularização no País envolve questões ligadas a equipamentos e modelos de remuneração. Para aplicar altas doses de radiação com segurança, é preciso tecnologia que permita monitorar a localização precisa do tumor.

Uma opção é o IGRT ( radioterapia guiada por imagem), pouco disponível no Brasil e sem ressarcimento pelo SUS e pelas operadoras. Outra é o Calypso, recém-instalado pelo Sírio, que trabalha com emissão de sinais - dispositivos implantados na próstata avisam (25 vezes por segundo) se está no alvo e, diante de um desvio, a radiação é interrompida.

De modo geral, a radioterapia no País é paga conforme o total de sessões - se há menos, o valor cai. "É um verdadeiro paradoxo", diz João Luís Fernandes da Silva, do Departamento de Radioterapia do Sírio. Por isso, hospitais têm negociado pacotes com operadoras para todo o tratamento.

Jornada

Quando José Nei Garcez, de 80 anos, descobriu que tinha câncer de próstata, em março de 2017, iniciou uma jornada em busca de tratamento. Morador de Dom Pedrito (RS), na fronteira com o Uruguai, passou por médicos de outras duas cidades antes de ser indicado para o hipofracionamento extremo no Hospital Mãe de Deus.

Após uma semana, voltou para casa. "Se fossem muitos dias, era capaz de adoecer mais. Estava com saudade de casa, dos filhos", diz. "O tratamento em menos tempo foi grande vantagem para o aspecto emocional", conta a filha Clarisse, de 41 anos. Ele, que faz tratamento hormonal a cada três meses, diz não sentir efeito colateral. "Hoje me sinto ótimo. Foi um sucesso."

 

Agência Estado

adenomioseAs britânicas Zélie, Lisa e Jennifer têm adenomiose, um transtorno ginecológico que, no pior dos cenários, provoca uma forte dor pélvica e sangramento abundante.

"Eu não podia usar nada além de calças pretas no trabalho", conta Jennifer. "E ainda assim eu sangrava tanto que tinha que voltar para casa e mudar de roupa na metade do dia. Já sangrei diversas vezes no sofá de amigos. Sofri dessa doença por anos."

A adenomiose é um transtorno que ocorre quando as células de revestimento do útero (endométrio) se incrustram nas fibras musculares da parede uterina.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma de cada 10 mulheres no mundo pode ter adenomiose. A doença pode afetar qualquer mulher que menstrue, independentemente da idade.

Em alguns casos, a doença pode não ter sintomas. Por isso, estima-se que muitas mulheres tenham adenomiose e nem saibam.

Mas, quando os sintomas aparecem, podem ser incrivelmente dolorosos. A causa é desconhecida e não há nenhuma forma de evitar a doença.

Sintomas mais comuns

Os dois sintomas mais comuns da adenomiose são menstruação abundante e dolorosa e forte dor pélvica. "Uma vez senti tanta dor que tive de chamar a ambulância", explica Zélie. "Quando me vieram, pensaram que eu deveria ter apendicite. Eu falei que tinha adenomiose, mas eles não sabiam o que era isso."

"Toda vez que eu tive de ir ao hospital e precisei responder qual era o nível da dor, eu sempre disse a mesma coisa: é dez vezes pior que o parto", completa Zélie.

"A dor era tão forte que às vezes eu tinha pensamentos suicidas", relata Lisa. "É impossível ignorar a dor, ela afeta todas as facetas de sua vida. Eu precisava planejar cada saída (de casa) como se fossem operações militares".

Dificuldade de diagnóstico e opções de tratamento

Muitas mulheres levam anos até serem diagnosticadas com adenomiose, já que é possível confundir a doença com outras enfermidades pélvicas. A adenomiose pode ser detectada em uma ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética. A pílula anticoncepcional ou injeções hormonais são alguns dos tratamentos que podem ser efetivos.

Mas, para algumas mulheres, a única solução é a histerectomia, uma cirurgia para retirar o útero total ou parcialmente. Foi o que fez Jennifer. "Estou vivendo minha vida como nunca antes. Posso correr com meus filhos no parque, fazer coisas que antes eu não podia", relata. "Apesar de não ter útero, me sinto mais mulher que nunca".

Zélie, Lisa e Jennifer dizem que é muito importante apoiar outras mulheres que estão passando pela mesma situação. "É uma doença que pode fazer você se sentir completamente isolada. Por isso, é muito importante criar grupos de apoio no Facebook e conversar com outras mulheres que também estão sofrendo", diz Lisa. "Graças a essa rede de apoio, não me sinto sozinha".

 

BBCBrasil

Foto: Getty Images

A gravidez costuma ser associada, no imaginário social, a um período de felicidade. O mar de fotos da "doce espera" que costuma inundar as redes sociais reforça essa ideia. Mas a cobrança pelo estado de alegria pode acabar silenciando mulheres que, na verdade, estão lutando contra a depressão. E o sofrimento durante a gestação afeta tanto as mães quanto os bebês, fazendo com que nasçam mais sensíveis ao estresse.

É o que mostra uma pesquisa inédita a que a BBC News Brasil teve acesso, do Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King's College London, no Reino Unido.

Os pesquisadores acompanharam 106 mulheres grávidas a partir da 25ª semana de gestação, sendo que 49 delas foram diagnosticadas com depressão e não tomaram medicamento para tratar a doença.

Elas tiveram amostras de sangue e saliva coletadas, para verificar se apresentavam sintomas clínicos da doença, como inflamações e maior produção de cortisol - hormônio associado à resposta ao estresse.

Após os partos, os cientistas monitoraram tanto o comportamento dos bebês quanto a liberação de cortisol. Os testes foram feitos aos seis dias de vida, aos oito meses e aos 12 meses.

A primeira descoberta foi que o período de gestação das mulheres com depressão é mais curto. Do grupo observado, as grávidas com depressão tiveram os filhos, em média, oito dias antes das que não tinham a doença.

Mas o que mais impressionou foi o efeito do sofrimento neonatal nos bebês.

Bebês mais sensíveis

Os bebês de mães que tiveram depressão durante a gravidez se mostraram mais hiperativos, chorosos e produziram cortisol em circunstâncias que as demais crianças encararam com normalidade.

Essa diferença no comportamento foi verificada até em bebês com menos de uma semana de vida.

"Em termos de comportamento, no sexto dia após o nascimento, os bebês com mães que tinham depressão eram mais hiperativos e reativos a som, luz e frio. E era mais difícil consolá-los e acalmá-los", disse à BBC News Brasil o professor do King's College Carmine Parianti, um dos autores da pesquisa.

Aos dois meses, os bebês tiveram as salivas coletadas para medir o nível de cortisol. Quando eles completaram um ano e tomaram a primeira vacina, pesquisadores novamente coletaram saliva, para comparar com a amostra anterior.

Descobriram que as crianças de mulheres que tiveram depressão neonatal liberaram muito mais cortisol que as demais após a vacina. Ou seja, esses bebês se estressaram muito mais que os outros diante da experiência da primeira injeção.

"Bebês nascidos de mães saudáveis não revelavam mudança no cortisol quando recebiam a injeção. Não era estressante para eles. Mas os bebês nascidos de mães com depressão produziam cortisol ao tomar a injeção, o que demonstra que aquela situação era estressante para eles e não para os outros", diz Parianti.

O cortisol é um hormônio liberado em situações percebidas pelo corpo como de ameaça ou grande desconforto.

"A liberação do cortisol em si não é ruim, porque ele é uma resposta do corpo ao estresse. Ele dá energia aos músculos e eleva a concentração do cérebro", explica o professor.

"Mas o resultado da pesquisa mostra que os bebês de mães que tiveram depressão na gravidez são particularmente sensíveis ao estresse. Uma situação que seria normal para outros bebês pode ser difícil para esses bebês, e eles reagem ativando a resposta ao estresse."

Risco de desenvolver problemas psicológicos

Segundo o professor, os sinais de estresse presentes no sangue da gestante, como a liberação de cortisol, cruzam a placenta e passam para o sangue do bebê, influenciando no sistema de resposta da criança a situações desconfortáveis.

"O bebê identifica o ambiente de vida da mãe como estressante e organiza a sua própria resposta ao estresse com base nisso", afirma o pesquisador.

O que preocupa na sensibilidade maior ao estresse é o risco de essas crianças desenvolverem problemas psicológicos ou depressão no futuro, ao lidarem com problemas cotidianos ou situações de sofrimento, como perda de familiares, bullying, e frustrações acadêmicas e profissionais.

"Se você imagina a situação daqui a 10 anos, esses bebês, quando forem crianças ou adolescentes, podem ser mais sensíveis ao ambiente externo", avalia Pariante.

"E, se alguma circunstância trágica ocorrer ou se eles se tornarem alvo de bullying, pode ser que sejam mais sensíveis a essas mudanças no ambiente e desenvolvam um problema de saúde."

Tratamento

De acordo com o professor de psiquiatria, pelo menos uma em 10 mulheres grávidas sofrem de depressão. Ele afirma que a principal mensagem da pesquisa do King's College, feita com o apoio do Centro Biomédico de Pesquisa Maudsley, é que é importante que as gestantes busquem tratamento.

Para o pesquisador, os tabus sobre depressão e a romantização da gravidez dificultam a procura por ajuda.

"Existe uma pressão da sociedade de que a gravidez deve ser um momento de felicidade. Mas a verdade é que muitas gestantes estão deprimidas e acabam não buscando ajuda", diz.

"Esse artigo mostra que a depressão deve ser reconhecida e tratada, não apenas pelo bem da mãe, mas também pela saúde do bebê, para que se torne uma criança e adulto mais saudável."

O pesquisador reconhece, porém, que faltam estudos que apontem com maior segurança qual o melhor tratamento contra a depressão durante a gestação. Algumas pesquisas indicam que antidepressivos podem alterar o comportamento dos bebês, mas Pariante ressalva que é difícil saber ao certo se o efeito é decorrente do remédio ou da depressão em si.

"Muitas das consequências inicialmente associadas aos antidepressivos são hoje explicados pela depressão em si ou pelo fato de que as algumas mulheres deprimidas não fazem o pré-natal corretamente, podem estar bebendo, fumando, ou tomando mais medicamentos vendidos em farmácia sem prescrição médica", afirma.

Ele destaca que tratamentos não medicamentosos também podem, dependendo do caso, ajudar no combate à depressão durante a gestação.

"Para casos mais graves, antidepressivos são indicados. Mas há tratamentos psicológicos e intervenções nutricionais que podem trazer benefícios, como suplemento de Ômega 3 para mulheres com depressão", menciona.

"A decisão sobre o tratamento tem que ser bem informada, para que mãe e médico cheguem à alternativa considerada mais adequada."

 

BBCBrasil