As dores de cabeça são muito frequentes em grande parte da população e pode afetar significativamente os desempenhos no trabalho, escola e até mesmo na vida social. Hoje é comum ouvir queixas de pessoas com o problema, mas, felizmente, na maioria dos casos, não é sintoma de doença grave e pode ser apenas sinal de estresse, tensão, fadiga, ansiedade ou distúrbios emocionais.
De acordo com o neurologista Shigueo Yonekura, existem vários tipos básicos de dor de cabeça e a mais comum é a tensional episódica, geralmente causada por falta de sono e cansaço.
― Normalmente a dor é localizada na testa e/ou nuca ou topo da cabeça. Não costuma ter sintomas associados e a frequência pode variar muito.
Segundo Yonekura, outro tipo de dor de cabeça muito frequente é a cefaleia em salvas, caracterizada por crises de forte intensidade e latejante.
― A dor é de um lado só e costuma durar de minutos a três horas e aparece em dias seguidos ou alternados. Geralmente é associada com vermelhidão no olho, lacrimejamento e entupimento nasal.
Já a enxaqueca, assim como a cefaleia tensional, é considerada uma dor de cabeça primária. São chamadas de primárias porque elas mesmas são a doença.
― A dor começa leve e vai aumentando, enjoo e sensibilidade à luz podem acompanhar a enxaqueca. Com esforço físico a dor tende a aumentar.
Independente do tipo o ideal é procurar ajuda de um médico que vai avaliar o caso e indicar o melhor tratamento, afirma o especialista.
― Manter hábitos e alimentação saudáveis pode ajudar a evitar a dor de cabeça. Entre as recomendações estão o combate ao estresse, a prática de exercícios físicos e técnicas de relaxamento, além de evitar locais muito escuros ou iluminados em excesso e não ficar muito tempo em frente à tela de computador
O Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo administrada em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), na capital paulista, faz um alerta aos pacientes com perda de visão progressiva, sem diagnóstico oftalmológico definido. A causa pode estar ligada a um tumor na glândula hipófise. O tumor comprime os nervos ópticos, podendo levar à cegueira.
Somente entre os anos de 2009 a 2014, foram atendidos 322 pacientes com tumores na hipófise no Hospital de Transplantes. Cerca de 70% apresentavam risco de comprometimento da visão. Destes pacientes, 76% já chegaram com alteração da visão estabelecida, sendo que em 17% constatou-se perda irreversível da visão de pelo menos um olho.
Para o neurocirurgião do Hospital de Transplantes Pedro Paulo Mariani, especializado em cirurgia de hipófise, nestes casos é importante que o oftalmologista esteja atento à possibilidade da existência desse tipo de tumor nos pacientes. O médico explica que é comum atender pacientes que não encontraram a causa da perda da visão, mesmo depois de passarem por sucessivas avaliações oftalmológicas.
Em muitos casos, ainda, os pacientes são submetidos a tratamentos para doenças como catarata e glaucoma, sem melhora clínica. "A conscientização dos oftalmologistas para o diagnóstico e o encaminhamento direto a centros de referência especializados é a única forma de evitarmos a perda parcial e até total da visão de muitos pacientes", enfatiza o neurocirurgião do hospital estadual.
O diagnóstico para detecção do tumor é realizado por meio de exame de ressonância magnética. O tratamento é essencialmente cirúrgico. Trata-se de uma microcirurgia minimamente invasiva pelo nariz com uma microcâmera que alcança a região da hipófise e realiza a ressecção do tumor.
Em geral, os tumores na hipófise são benignos, mas não podem ser prevenidos. Especialistas explicam que não há características que consigam indicar seu aparecimento como pré-disposição, idade ou antecedentes entre familiares.
O tumor na hipófise acarreta alterações hormonais e sequelas neurológicas que reduzem a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes. A principal disfunção neurológica causada pelo tumor é a perda da visão. A reversão da alteração visual depende diretamente do intervalo de tempo entre o início dos sintomas e o tratamento efetivo.
Na busca constante por soluções efetivas para o problema da obesidade, cientistas chineses estão estudando o impacto de certas bactérias sobre o peso da pessoa. A equipe disse que alterar os tipos de bactérias encontradas nas vísceras pode trazer mais resultados do que simplesmente reduzir calorias.
Segundo estatísticas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde, mais de 1,4 bilhão de adultos com idade a partir de 20 anos estavam acima do peso em 2008. Destes, 200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres foram classificados como obesos. E os índices continuam crescendo - eles dobraram desde 1980.
Testes com ratos em laboratório identificaram uma associação entre bactérias e obesidade, mas experimentos com humanos ainda estão em fase inicial.
Alcachofra e tofu
Em um estudo publicado na revista científica Microbiology Ecology, cientistas em Xangai estudaram 93 pessoas obesas com Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 32.
O IMC se baseia no peso e altura de uma pessoa para determinar se ela está dentro dos padrões ideais de saúde. Um IMC de 32 kg/m2 corresponde ao que os especialistas classificam como obesidade grau 1. A categoria máxima, ou grau 3, inclui pessoas com IMC acima de 40.
Além de seguirem uma dieta saudável - rica em legumes, verduras, alcachofra e tofu - os participantes consumiram suplementos que estimulavam o crescimento de certos tipos de bactérias em seus intestinos e inibiam outros.
De tempos em tempos, eles eram medidos e pesados, preenchiam questionários detalhando o que haviam comido nas últimas 24 horas e eram submetidos a exames físicos. Após nove semanas, os participantes tinham perdido em média 5 kg cada um. Um grupo menor de voluntários (45% deles) prosseguiu com a dieta. Ao fim de 23 semanas, tinham perdido em média 6 kg cada um.
Um paciente com obesidade grau 3 que participou de um estudo anterior ao experimento descrito acima, perdeu 51 kg em seis meses.
Segundo o estudo, índices da proteína C reativa, associada a obstruções nas artérias e danos em vasos sanguíneos no coração, também foram reduzidos durante o experimento. No entanto, os pesquisadores chineses admitiram que não é possível saber com certeza se todos os efeitos observados foram resultado da manipulação das bactérias no intestino dos participantes.
Interação complexa
Um dos pesquisadores envolvidos no projeto, Liping Zhao, da Shanghai Jiao Tong University, disse que índices mais altos, no intestino, de bactérias que produzem toxinas, como as enterobactérias, podem levar o organismo a desenvolver resistência à insulina, impedindo que a pessoa se sinta satisfeita após comer.
Em vez de uma cumbuca de arroz, essa pessoa precisa de cinco, dez ou até 20 cumbucas, ele explicou. Zhao acrescentou que alterar o tipo de bactéria presente no intestino pode também ativar um gene que faz o corpo queimar gordura.
"Está na hora de o público saber das evidências científicas que temos, que demonstram que bactérias têm um papel central na obesidade."
Outros cientistas comentam, no entanto, que as milhares de espécies de bactérias que vivem no nosso organismo interagem com nossos corpos de forma complexa, e que mais estudos são necessários para que possamos entender melhor como as coisas funcionam.
O pesquisador Stephen Bloom, do Imperial College London, disse: "Existem dez vezes mais bactérias no organismo do que células".
Não há dúvida de que alterar os tipos de bactérias nos corpos das pessoas pode trazer efeitos significativos, ele acrescentou. Por exemplo, a disenteria introduz bactérias diferentes no intestino, levando à perda de peso.
Mas Bloom disse que pessoas de países diferentes tendem a ter bactérias diferentes, o que dificulta a comparação.
E além disso, como houve uma alteração na dieta, fica difícil identificar com precisão o que levou ao emagrecimento, ele concluiu.
A diretora do órgão inglês de saúde pública Public Health England, Alison Tedstone, disse: "Acima de tudo, a obesidade tem a ver com um consumo maior de calorias do que o que se gasta. Muitas coisas interferem no tipo de bactéria que temos no nosso intestino, a mais importante delas é a nossa alimentação."
"O estudo faz associações interessantes, a questão é, como transformá-lo em orientação válida para o público em geral?"
O conselho de Tedstone, embora não seja novidade para ninguém, é irrefutável: Siga "uma dieta saudável e equilibrada" e faça bastante atividade.
Estar casado pode tornar uma pessoa mais propensa à depressão, indica um novo estudo divulgado pelo site Daily Mail. As constantes discussões sobre problemas domésticos são um dos gatilhos para o estresse a longo prazo, que não pode ser superado pelos aspectos positivos do casamento, dizem os cientistas. Pesquisas anteriores concluíram que as pessoas casadas são, de um modo geral, mais felizes e mais saudáveis do que as solteiras. Mas o novo experimento, feito ao longo de 11 anos pela University of Wisconsin-Madison, contrapõem esta concepção.
Os pesquisadores se propuseram a avaliar a depressão de um grupo de adultos casados. Eles tiveram que responder questionários para ranquear seus níveis de estresse em uma escala de seis pontos. Nove anos depois, o questionário e a avaliação da depressão foram feitos novamente. No 11º ano, os integrantes participaram de um teste de resposta emocional, que mede o quão rápido eles se recuperam de uma experiência negativa. O teste, normalmente utilizado para avaliar a depressão, monitora o músculo utilizado para franzir a testa, conhecido como corrugador de supercílio.
Os voluntários foram, então, expostos a 90 fotos: negativas, positivas e neutras. Aqueles que reportaram um alto nível de tensão no casamento tiveram uma menor resposta às imagens positivas. Richard Davidson, professor de psicologia e psiquiatria, afirma que o estudo traz boas pistas sobre o que torna as pessoas mais vulneráveis à doença. O estudo foi publidado no Journal of Psychophysiology.