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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação de semaglutida 2,4 mg para o tratamento de gordura no fígado com inflamação.

semaglutida

A semaglutida é o princípio ativo de medicamentos como o Ozempic e o Wegovy e ganhou popularidade por ser efetiva na perda de peso. A substância simula o funcionamento de um hormônio no corpo (o GLP-1) e, originalmente, foi desenvolvida para o tratamento da diabetes.

O Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk, passa a ser indicado para adultos com esteatohepatite associada à disfunção metabólica (MASH, na sigla em inglês), que apresentam fibrose moderada a avançada, sem cirrose hepática.

A gordura no fígado, também chamada de esteatose metabólica, atinge pelo menos 30% da população global e está diretamente relacionada ao sobrepeso e à obesidade. Oito em cada dez pessoas com excesso de peso convivem com o problema.

A condição aumenta o risco cardiovascular e pode evoluir para um quadro inflamatório mais grave, que, sem diagnóstico e tratamento adequados, pode levar à cirrose e à necessidade de transplante de fígado.

A MASH é descrita como uma doença metabólica grave e progressiva, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado associado a um processo inflamatório que danifica as células hepáticas. Esse quadro está frequentemente ligado a alterações metabólicas associadas ao sobrepeso, à obesidade, à resistência à insulina e a outros fatores cardiometabólicos, que desencadeiam estresse celular, inflamação e fibrose ao longo do tempo.

Mais de 250 milhões de pessoas vivem com MASH no mundo, e a estimativa é que o número de casos em estágios avançados dobre até 2030. A doença costuma ser silenciosa nos estágios iniciais, o que contribui para o diagnóstico tardio.

Pessoas com MASH têm maior risco de progressão para doenças hepáticas avançadas, além de maior risco de infarto, AVC e morte cardiovascular em comparação com a população geral.

O estudo que levou à aprovação A decisão da Anvisa teve como base os resultados do estudo de fase 3 ESSENCE, que avaliou o efeito da semaglutida 2,4 mg, administrada por via subcutânea uma vez por semana, em adultos com esteatohepatite associada à disfunção metabólica e fibrose hepática moderada a avançada, nos estágios 2 ou 3.

O estudo foi dividido em duas partes e incluiu 1.200 participantes, randomizados na proporção de 2 para 1 para receber semaglutida 2,4 mg ou placebo, além do tratamento padrão, por um período total de 240 semanas.

A análise mostrou que o Wegovy foi superior ao placebo - tanto na reversão da inflamação quanto na melhora da fibrose hepática.

Após 72 semanas de tratamento, 63% dos pacientes que usaram o medicamento apresentaram resolução da MASH, contra 34,3% no grupo placebo. Além disso, 37% dos pacientes tratados tiveram melhora no estágio da fibrose hepática, frente a 22,4% no grupo que recebeu placebo. Em 33% dos casos, os dois benefícios ocorreram simultaneamente.

Na primeira parte, o objetivo foi demonstrar a melhora da histologia hepática após 72 semanas de tratamento, com base em amostras de biópsia dos primeiros 800 pacientes randomizados.

Já a segunda parte do estudo tem como objetivo avaliar se o uso da semaglutida 2,4 mg reduz o risco de eventos clínicos relacionados ao fígado em comparação ao placebo ao longo de 240 semanas. A leitura dos resultados dessa etapa está prevista para 2029.

G1 saude

Foto: Reprodução/Fantástico

 

O jejum intermitente também é conhecido como um tipo de alimentação com tempo limitado. É uma tendência em que a ideia é fazer as refeições somente em um determinado período de tempo. Há diferentes formas de jejum intermitente. Algumas formas permitem que você coma qualquer coisa por cinco a oito horas e depois jejue. Outros modelos alternam dias de alimentação e dias de jejum.

De acordo com os defensores do jejum intermitente, ele tem muitas vantagens. Mas, é claro, ele também tem algumas desvantagens. O jejum intermitente certamente parece trazer benefícios à saúde em curto prazo, mas como ele afeta o corpo em longo prazo? Um novo estudo apresentado na conferência científica da American Heart Association fala sobre o que o jejum pode estar fazendo de prejudicial.

A pesquisa examinou dados de 20.000 adultos americanos da National Health and Nutrition Examination Surveys de 2003 a 2018 e os comparou com dados de pessoas que morreram de 2003 a dezembro de 2019.

A idade média dos participantes era de 49 anos, e cerca de metade eram mulheres. Eles eram uma mistura de raças e etnias. Os participantes foram acompanhados por uma média de oito anos.] A análise constatou que as pessoas que seguiam um padrão de alimentação em uma janela de tempo inferior a oito horas por dia tinham um risco 91% maior de morte por doença cardiovascular.

Para pessoas com doenças cardiovasculares existentes, uma janela de alimentação diária de oito a 10 horas foi associada a um risco 66% maior de morte por doença cardíaca ou derrame.

O jejum intermitente é um fator de estresse para o corpo e, no contexto da vida moderna, que é repleta de outros fatores de estresse, pode realmente fazer mais mal do que bem.

O jejum aumenta os níveis de cortisol, o que pode levar à desregulação do açúcar no sangue, ao aumento da resistência à insulina, à fadiga e à perda de massa muscular.

Há evidências de que o jejum intermitente pode trazer benefícios a curto prazo, mas há poucos dados sobre sua eficácia e segurança a longo prazo.

Portanto, se você optar pelo jejum intermitente, é importante lembrar que esse tipo de dieta também apresenta riscos potenciais a longo prazo. Portanto, faça sua pesquisa primeiro.

Se, por algum motivo, você não tiver certeza se o jejum intermitente é a escolha certa para você, é aconselhável consultar seu médico.

Isso se deve principalmente ao fato de que uma mudança tão drástica na dieta pode, é claro, interromper seu ritmo circadiano de forma bastante perceptível.

ComHistoria.com.br

Nos últimos quatro anos, médicos e cientistas do mundo todo têm tentado decifrar por que milhões de pessoas continuam a apresentar sintomas por muito tempo após a infecção pelo Sars-CoV-2. Fadiga extrema, dificuldade de concentração, falta de ar, perda de memória e dores inexplicáveis passaram a compor a rotina de pacientes que, mesmo após meses ou anos do fim da fase aguda da doença, continuam presos a uma condição debilitante e misteriosa conhecida como "Covid longa".

covidlonga

Agora, uma nova linha de investigação científica sugere uma hipótese para a persistência dos sintomas. Em vez de apontar apenas o coronavírus como o responsável, pesquisadores sugerem que o quadro pode ser alimentado por outras infecções que permanecem silenciosas no organismo – e são reativadas quando o sistema imunológico é abalado.

A hipótese foi apresentada em um artigo escrito por 17 de especialistas em microbiologia e doenças infecciosas, que analisaram evidências acumuladas desde o início da pandemia e divulgaram a proposta no periódio eLife. O argumento central é que vírus e bactérias que já estavam presentes no corpo – muitas vezes de forma latente (adormecidos) – podem ganhar força após a Covid-19 e prolongar ou intensificar os sintomas por longos períodos.

Um dos principais suspeitos é o vírus Epstein-Barr, conhecido por causar a mononucleose. A maioria dos adultos carrega esse vírus de forma inativa. Estudos recentes indicam que, em muitos pacientes com Covid longa, ele volta a se tornar ativo, coincidindo com quadros de exaustão persistente e déficits de memória e atenção.

Outro possível agravante é a tuberculose latente, que permanece adormecida em uma parcela significativa da população mundial. Pesquisas sugerem que a infecção pelo coronavírus pode enfraquecer as defesas responsáveis por manter essa bactéria sob controle, criando condições para seu ressurgimento – muitas vezes sem sinais clássicos da doença.

Os cientistas também destacam que o momento em que essas infecções ocorrem pode ser decisivo. Uma infecção anterior pode deixar o sistema imune vulnerável; uma infecção simultânea pode ampliar o dano aos tecidos; e uma infecção posterior pode se aproveitar de um organismo que ainda não se recuperou plenamente do impacto da Covid-19.

Dados globais reforçam essa preocupação. Desde o início da pandemia, dezenas de países relataram aumentos expressivos em diversas doenças infecciosas. Uma das explicações levantadas é que a própria infecção pelo coronavírus pode deixar um “rastro” de enfraquecimento imunológico, tornando o corpo mais suscetível a outros patógenos.

Se essa hipótese se confirmar, o impacto pode ser imediato na prática clínica. Medicamentos já existentes, hoje usados contra vírus e bactérias específicas, poderiam ser testados de forma direcionada para tratar pacientes com Covid longa, abrindo caminho para terapias mais eficazes do que as abordagens atuais, que se limitam a aliviar sintomas.

Apesar do entusiasmo, a comunidade científica mantém a cautela. Até o momento, não há provas definitivas de que essas coinfecções causem a Covid longa. O que existe são associações consistentes e um conjunto de mecanismos biológicos considerados plausíveis.

“Todos já ouviram isso inúmeras vezes, mas é preciso repetir: correlação não é causalidade”, alertou Maria Laura Gennaro, microbiologista da Universidade Estadual de Nova Jersey (Rutgers) e uma das autoras do artigo, em comunicado.

Demonstrar causa e efeito exigirá grandes estudos populacionais e modelos experimentais mais sofisticados, algo que ainda representa um desafio.

Superinteressante

Foto: © Isaac Quesada/Unsplash

Imagine tentar aproveitar a sua refeição favorita, mas perceber que suas gengivas doem, sua boca está seca e mastigar se tornou desconfortável. Para pessoas que vivem com diabetes, essa pode ser uma realidade diária frequentemente ignorada.

dentes

O cuidado com o diabetes costuma focar no coração, pés, olhos, fígado e rins. A boca, porém, é frequentemente deixada de lado – mesmo que a saúde bucal afete e seja afetada pelo diabetes de maneiras importantes.

Uma em cada nove pessoas adultas no mundo tem diabetes, e mais de quatro em cada dez não sabem que têm a condição. Até 2050, projeções globais indicam que um em cada oito adultos – cerca de 853 milhões de pessoas – será afetado, um aumento de 46%.

Entender a conexão bidirecional entre diabetes e saúde bucal é, portanto, essencial. Não se trata de conquistar um “sorriso de cinema”. Manter o diabetes sob controle favorece a saúde geral, e a saúde bucal, por sua vez, melhora o bem-estar como um todo.

O diabetes influencia como o corpo processa o açúcar. Quando os níveis de glicose no sangue permanecem altos por longos períodos, eles danificam vasos sanguíneos e nervos, retardam a cicatrização e enfraquecem a capacidade do corpo de combater infecções.

A boca – composta de tecidos moles e duros e uma comunidade naturalmente diversa de bactérias – torna-se particularmente vulnerável.

Problemas bucais ligados ao diabetes incluem: boca seca devido à redução de saliva; maior risco de cárie; doença gengival com inflamação e perda óssea ao redor dos dentes; infecções orais como candidíase; úlceras na boca; dificuldade para usar dentaduras; alterações no paladar; e, no pior cenário, perda dentária. Esses problemas podem afetar nutrição, autoestima e até mesmo o controle da glicose.

Meu estudo mais recente mostrou uma associação clara entre diabetes tipo 2 e cárie dentária severa. A glicose elevada, somada às mudanças na quantidade e qualidade da saliva, pode contribuir para esse agravamento.

Muitas pessoas desconhecem essa ligação, o que cria um ciclo vicioso. No entanto, a boca seca e a cárie que surge em seguida podem ser prevenidas se houver mais conscientização entre a população e os profissionais de saúde.

Doença gengival e diabetes Pessoas com diabetes têm maior probabilidade de desenvolver doença gengival – e essa relação funciona nas duas direções. O diabetes aumenta o risco porque a glicose alta leva a mais açúcar na saliva.

As bactérias presentes na boca se alimentam desse açúcar e produzem ácidos que irritam e danificam as gengivas.

Quando a infecção se instala, o osso de suporte ao redor dos dentes começa a diminuir. Com essa perda óssea, os dentes podem ficar frouxos ou até cair.

Manter a glicose em níveis saudáveis e uma boa higiene bucal reduz significativamente esse risco.

Boca seca e cárie A boca seca é outro problema comum em pessoas com diabetes. Cerca de 20% da população geral sofre com boca seca, com números mais altos entre mulheres e idosos. Certos medicamentos usados para pressão arterial, depressão ou dor neuropática podem intensificar o problema.

A saliva é a proteção natural da boca: ela remove resíduos de alimentos, neutraliza ácidos e ajuda a prevenir infecções. Sem saliva suficiente, a boca se torna mais ácida e os dentes perdem minerais, aumentando o risco de cárie. Dentistas podem oferecer planos personalizados de prevenção, incluindo aplicações de flúor, enxaguantes especiais ou cremes dentais de alta concentração de flúor.

A saliva também é vital para usuários de dentaduras. Ela amortece as gengivas, estabiliza a prótese e reduz irritações. Quando a boca está seca, a dentadura pode causar atrito, desconforto, úlceras e infecções como candidíase.

Bons cuidados com a dentadura – como limpá-la diariamente, removê-la à noite, escovar gengivas e língua, usar soluções adequadas (não água quente) e visitar regularmente o dentista – melhoram muito o conforto, a alimentação e a saúde geral.

Implantes dentários são outra opção para substituir dentes perdidos, mas o diabetes precisa estar bem controlado antes de ser considerada. A glicose alta prejudica a cicatrização, aumenta o risco de infecção e dificulta a integração do implante ao osso.

Para o sucesso do implante, são necessários gengivas saudáveis, níveis ósseos estáveis e boa higiene bucal. O dentista deve avaliar cada caso de forma individual.

*Aylin Baysan é professora de Cariologia em relação à Odontologia Minimamente Invasiva na Queen Mary University of London.

**Este texto foi publicado originalmente no site do The Conversation.

Por Aylin Baysan*

Foto: Freepik