O Estado do Piauí não corre o risco de interromper a segunda fase da vacinação contra a Covid-19 por falta de doses. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde(Sesapi), através do Superintendente de Atenção Primária a Saúde e Municípios da Sesapi, Herlon Guimarães.
“O Estado do Piauí teve a cautela de guardar as doses da segunda fase para não correr o risco de não imunizar a população. Só estamos fazendo a distribuição para os municípios na época exata da aplicação da segunda dose e seguimos sem risco de interrupção da campanha”, diz Herlon.
De acordo com o superintendente, o Piauí está seguindo todas as orientações técnicas do Ministério da Saúde para não haver o risco de interrupção da campanha. Alguns Estados utilizaram as doses que seriam usadas na segunda fase e avançaram na imunização dos grupos prioritários. Agora, falta vacina pra continuar.
No Piauí, a orientação é aplicar a segunda dose com 28 dias depois da primeira. O superintendente explica que a pessoa que toma a vacina só está completamente imunizada com 10 dias após a segunda dose, que é quando o organismo produz anticorpos que combatem o novo coronavírus. “O Brasil tem a capacidade de distribuição das doses e experiência em campanhas de vacinação, mas é preciso que tenhamos mais doses disponíveis para avançar em número de pessoas imunizadas”, explica Herlon.
O primeiro estudo de “desafio humano” da Covid-19 começará nas próximas no Reino Unido, anunciou o governo nesta quarta-feira (17). No teste, os voluntários jovens e saudáveis são infectados deliberadamente com o coronavírus.
Os pesquisadores querem entender como o vírus afeta as pessoas. Para isso, o estudo será feito com 90 voluntários de 18 a 30 anos. Eles serão expostos ao coronavírus em um ambiente seguro e controlado.
“Esses estudos ajudarão a acelerar o conhecimento dos cientistas sobre como o coronavírus afeta as pessoas e pode, eventualmente, promover o rápido desenvolvimento de vacinas”, explicou o secretário de negócios Kwasi Kawarteng.
Os voluntários serão expostos à versão "original" do coronavírus, e não às variantes mais contagiosas que surgiram recentemente. Médicos e cientistas irão monitorar de perto o efeito do vírus em voluntários e estarão disponíveis para cuidar deles 24 horas por dia.
O ensaio tentará avaliar a menor quantidade de vírus necessária para causar uma infecção, com o objetivo de desenvolver vacinas e tratamentos para a doença. “Nosso objetivo final é estabelecer quais vacinas e tratamentos funcionam melhor no combate a essa doença, mas precisamos de voluntários para nos apoiar nesse trabalho”, disse o investigador-chefe do Imperial College London, Chris Chiu.
A vitamina D não teve efeito no tratamento de pacientes hospitalizados com covid-19, nem mesmo em dose alta. É o que mostra um estudo brasileiro, conduzido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), publicado nesta quarta-feira (17) no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana).
A pesquisa analisou dados de 237 pacientes hospitalizados com quadros moderados ou graves de covid-19, entre 2 de junho e 27 de agosto de 2020. Metade deles foi escolhida aleatoriamente para receber uma dose única oral de 200.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D3. O restante tomou placebo. Nenhum dos participantes sabia em qual grupo estava.
Trata-se do primeiro estudo duplo cego randomizado a analisar a relação da vitamina D com a covid-19.
Ao final, os pesquisadores concluíram que "o tempo médio de internação não foi significativamente diferente entre os grupos de vitamina D3 e placebo".
Além disso, também não houve diferença significativa entre os grupos em relação à admissão em unidade de terapia intensiva, necessidade ventilação mecânica ou mortalidade.
O artigo trata justamente de uma suplementação que vem sendo apontada como um possível benefício contra a covid-19.
É conhecido que a vitamina D pode aumentar a imunidade inata e adaptativa, sendo a deficiência dela um fator de risco potencial para doenças não transmissíveis e doenças agudas do trato respiratório, incluindo infecções virais como é a covid-19, salientam os autores.
"Foi sugerido que os níveis séricos ideais de 25-hidroxivitamina D podem ter propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias e possivelmente beneficiar pacientes com covid-19. No entanto, os benefícios da suplementação de vitamina D3 para pacientes com covid-19 permanecem especulativos e apenas parcialmente apoiados por estudos observacionais e 1 ensaio clínico não randomizado de pequena escala", observam.
Vale ressaltar que a dose utilizada no estudo é muito superior ao máximo recomendado por entidades médicas: entre 400 UI e 2.000 UI por dia.
Na semana passada, outro estudo demonstrou que o tratamento com zinco e vitamina D também é ineficaz para casos leves da infecção pelo coronavírus.
O cronograma do Ministério da Saúde para as entregas das doses das vacinas contra a covid-19 pelos laboratórios produtores prevê a remessa de 42,5 milhões de doses pelo consórcio Covax Facility, sendo 2,65 milhões da vacina AstraZeneca em março e de mais 7,95 milhões do mesmo imunizante até junho. O Brasil receberá ainda aproximadamente mais 32 milhões de doses de vacinas contra covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o final do ano, conforme cronogramas estabelecidos exclusivamente pelo Covax Facility.
A Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Seas) do ministério destacou que o consórcio, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), funciona como um centro de distribuição internacional de vacinas.
Em outras remessas, a Seas informou que a previsão é receber do Instituto Butantan, de São Paulo, 100 milhões de doses da vacina CoronaVac. Em janeiro, conforme a secretaria, foram entregues 8,7 milhões de doses. Em fevereiro serão mais 9,3 milhões. O cronograma tem previsões para os meses seguintes março (18,1 milhões), abril (15,93 milhões), maio (6,03 milhões), junho (6,03 milhões), julho (13,55 milhões), agosto (13,55 milhões) e a última entrega prevista é para setembro (8,8 milhões).
Já da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o cronograma estima o recebimento de 222,4 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. Em janeiro, o ministério informou que recebeu 2 milhões de doses. Para fevereiro, a entrega prevista é de 4 milhões. Em março serão 20,7 milhões, em abril mais 27,3 milhões, em maio 28,6 milhões e em junho 1,2 milhão. Conforme a secretaria, a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.
O cronograma prevê ainda a entrega das 10 milhões de doses da vacina Sputnik V do Instituto Gamaleya, importadas da Rússia, pela farmacêutica União Química. De acordo com a Seas, a previsão é de que o contrato seja assinado esta semana. Quinze dias após a assinatura, o ministério deve receber 800 mil doses. Em abril, com 45 dias após a assinatura do contrato, a entrega será de mais 2 milhões. Em maio outros 7,6 milhões, com 60 dias após a assinatura e a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá passar a produzir mais 8 milhões de doses por mês.
Já para a vacina Covaxin – Barat Biotech, a previsão é de receber 20 milhões de doses importadas da Índia e o contrato também deve ser assinado nesta semana. Devem chegar ao Brasil 8 milhões de doses com dois lotes de 4,0 milhões com 20 e 30 dias após a assinatura do contrato. Em abril mais 8 milhões também em dois lotes de 4 milhões com 45 e 60 dias após a assinatura do contrato e em maio 4,0 milhões de doses com 70 dias após o contrato assinado.