A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, nesta terça-feira (3), que o laboratório Janssen, do grupo Johnson & Johnson, retome os testes da vacina candidata da empresa contra a Covid-19 no Brasil. Os testes estavam suspensos desde 12 de outubro, por causa de uma "doença inexplicada" em um participante nos Estados Unidos.
A vacina candidata da Johnson, a Ad26.COV2.S, é uma das quatro que receberam autorização para testes de fase 3 (a última) no Brasil. Quando os testes foram interrompidos, 12 voluntários brasileiros, todos do Rio de Janeiro, já haviam participado dos testes (tomando a vacina ou o placebo, uma substância inativa).
Segundo a Anvisa, após avaliar os dados do "evento adverso" visto no participante americano e as informações do Comitê Independente de Segurança e Dados da autoridade regulatória dos Estados Unidos, a FDA, a agência concluiu que "a relação benefício e risco se mantém favorável e que o estudo poderá ser retomado".
O estudo da Johnson no país está sendo conduzido em 11 estados, com previsão de envolver até 7.560 pessoas com mais de 18 anos.
Quando devemos considerar que há apneia do sono em bebês? Não podemos reduzir o problema ao mero ronco que algumas crianças têm desde o nascimento. Nesse caso, o distúrbio a que nos referiremos é um distúrbio respiratório que ocorre durante o período de repouso.
Há apneia obstrutiva do sono em bebês se a respiração da criança for interrompida por um momento. Essa interrupção pode ser parcial, com alguma passagem de ar remanescente, ou total, sem troca de oxigênio nesse período.
Daí a gravidade do problema, que precisa de atenção e solução. Sem entrada e saída de gases para o metabolismo, muitas funções corporais se interrompem, incluindo as do cérebro. A seguir, compartilhamos mais detalhes sobre esta condição e seus possíveis tratamentos.
Causas da apneia do sono em bebês A origem desse problema em crianças pequenas está na formação das suas vias aéreas. Por si só, nas crianças, o duto pelo qual o ar passa é menor do que nos adultos. O diâmetro deste duto é limitado, portanto, ele pode colapsar em determinados momentos devido à flexibilidade da traqueia.
Em alguns bebês as vias aéreas são mais estreitas do que em outros, por razões anatômicas ou por infecções recorrentes. Além disso, dentro do aspecto anatômico, não é a mesma coisa ter uma traqueia pequena por ter cartilagens limitadas e por ter uma amígdala aumentada.
Uma das causas mais comuns é a hipertrofia das amígdalas. Esse tecido de defesa linfoide pode aumentar seu tamanho e impedir a entrada correta de ar no corpo, principalmente quando a criança estiver deitada.
O formato do maxilar inferior também é um fator de risco. Crianças com ossos faciais menores mudam a forma da porta de acesso ao ar e dificultam a sua passagem para o interior.
Os bebês com excesso de peso têm um duplo fator de risco. Por um lado, a gordura que se acumula no pescoço pressiona a traqueia; por outro lado, a língua aumenta de tamanho e cai para trás na posição de dormir.
Um caso especial é constituído por crianças com paralisia cerebral. Essa patologia é caracterizada por um tônus muscular mais flácido que facilita a obstrução das vias aéreas nesses pacientes. Leia também: Efeitos da respiração no cérebro
Sintomas perceptíveis da doença Os sinais e sintomas da apneia obstrutiva do sono em bebês envolvem o sistema respiratório. O principal deles é o ronco. São bebês que roncam excessivamente, com sons que parecem de adultos.
Por outro lado, durante o ronco, a respiração e o ritmo geralmente param por alguns segundos. Esta é a manifestação da própria apneia, quando não há inspiração ou expiração e a mecânica pulmonar se suspende por um instante.
Às vezes, os pais ou cuidadores detectam o fenômeno, mas muitas outras vezes ele passa despercebido. Isso não significa que seja preciso verificar constantemente o sono das crianças, mas sim estar atento de vez em quando, principalmente aos sons.
A tendência dos bebês com apneia do sono é respirar pela boca em vez de pelo nariz, pois este acaba sendo um mecanismo que facilita a entrada de um maior volume de ar. Isso resseca a mucosa oral e nasal, aumentando a sede e os despertares noturnos.
Efeitos a longo prazo da apneia do sono em bebês Os bebês com esse transtorno dormem mal e a entrada de oxigênio durante o sono é escassa. Quais são as consequências?
Os bebês com apneia do sono tendem a ser hiperativos durante o dia, o que estabelece um gasto calórico maior. Se não forem adequadamente suplementados, isso pode atrasar a progressão correta do peso.
O bebê com apneia obstrutiva também corre o risco de alterações precoces em seus dentes. De acordo com um artigo no Journal of the Mexican Dental Association, as crianças com problemas de sono têm mais tendência ao bruxismo ou a ranger os dentes.
A longo prazo, na adolescência e na idade adulta, aqueles com apneia quando crianças têm uma maior probabilidade de desenvolver hipertensão e doenças cardiovasculares. Isso é mais evidente em crianças obesas. Possíveis tratamentos As opções para o tratamento da apneia do sono em bebês são variadas, e nem todas as equipes médicas concordam a respeito de quais usar em determinadas situações. Entre as estratégias disponíveis, temos as seguintes:
Corticosteroides nasais: são medicamentos de uso tópico para a congestão da mucosa nasal. Funcionam nos casos de rinite e devem ser sempre prescritos pelo médico.
Cirurgia de adenoide: a adenoidectomia é a via de escolha para crianças nas quais se detecta a hipertrofia das amígdalas. Medidas higiênicas e dietéticas: nos casos leves, a situação pode ser melhorada com ajustes de hábitos. Por exemplo, a posição em que a criança está deitada, horários de descanso, a distribuição das refeições e que estas sejam distantes da hora de dormir.
CPAP: nos casos graves que não melhoram com nenhuma alternativa anterior, procede-se ao uso do equipamento CPAP, que consiste na injeção pela via respiratória de pressão positiva de ar para forçar o oxigênio a atingir os pulmões em quantidade adequada. É a última opção, pois seu uso é crônico.
Devemos ficar alarmados se notarmos que o bebê sofre de apneia do sono? Não devemos entrar em pânico se recebermos o diagnóstico, mas devemos iniciar o tratamento o antes possível. O período de desenvolvimento da criança é muito importante porque marca o seu futuro como adulto.
Se corrigirmos os distúrbios rapidamente, evitaremos problemas graves no futuro. Na consulta médica, o pediatra poderá nos orientar sobre as melhores alternativas de trata
Os testes rápido de antígeno são capazes de detectar proteínas presentes na estrutura do novo coronavírus e, por isso, também servem para diagnosticar a covid-19. Ele é visto como promissor por especialistas, mas ao mesmo tempo exige cautela, pois a chance de falha é maior se comparada ao RT-PCR, considerado padrão ouro para identificar a infecção.
A vantagem do teste de antígeno, além da rapidez no resultado, que sai entre 15 e 30 minutos, é a sua maior acessibilidade, já que não exige a tecnologia necessária para a realização do RT-PCR.
"Eles são feitos em dispositivos que podem ser levados para qualquer ambiente porque não exige o aparato tecnológico de laboratório, que inclusive nem todos ele possuem", afirma o médico patologista Leonardo de Souza Vasconsellos, professor do Departamento de Propedêutica Complementar da Faculdade de Medicina da UFMG e diretor de ensino da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.
Entretanto, o especialista acrescenta que esse tipo de exame é menos preciso. Isso significa que a capacidade de detectar o novo coronavírus (sensibilidade) e de diferenciá-lo de outros vírus (especificidade) é menor, o que aumenta a chance de resultados falsos - negativos e positivos.
"Ainda não se compara com a biologia molecular. Mas são promissores, tudo indica que vai ser uma opção se ela não estiver disponível. E só o tempo vai dizer se pode substituir.É algo muito novo que exige mais estudos", analisa.
"Geralmente a bula fala que a sensibilidade está em torno de 90% e a especificidade em torno de 98%. Mas, como qualquer outro teste rápido, existe uma grande variedade de métodos de fabricantes. E tem muitas marcas pouco conhecidas no nosso meio. Isso não quer dizer que elas sejam piores, mas precisam ser analisadas", completa.
Resultados falsos Uma reportagem publicada nesta semana no jornal The New York Times apontou que esses testes de diagnóstico rápido têm recebido críticas de cientistas americanos pelo grande número de resultados falsos positivos, principalmente quando usados para examinar pessoas sem sintomas.
O texto cita que no início deste mês as autoridades do estado de Nevada, no oeste dos Estados Unidos, ordenaram que as casas de saúde interrompessem o uso de dois testes rápidos de coronavírus até novo aviso, citando preocupações sobre a precisão, mas a proibição logo foi revogada por causa da pressão do governo Trump.
Vasconsellos explica que resultados falso positivos podem ocorrer em todo exame sorológico - aquele que depende da reação entre antígenos e anticorpos, como é o caso do teste de antígeno.
"Toda reação sorológica tem o risco de sofrer interferentes, que podem ser outros micro-organismos com os quais a pessoa está infectada", exemplifica. "Além disso, a indústria diz que detecta uma proteína que só o coronavírus tem, mas quem garante que os anticorpos de captura do antígeno só vai se ligar à proteína do coronavírus e não a outros elementos da amostra?", questiona.
Já os resultados falsos negativos, que são mais frequentes uma vez que a sensibilidade é de 90%, acontecem porque a coleta da amostra foi feita de maneira errada, no período inadequado, a carga viral da pessoa que se submeteu ao teste estava muito baixa ou ainda o resultado foi interpretado equivocadamente.
Daí a importância de serem aplicados por profissionais treinados em locais que tenham autorização para isso, alerta o professor. Segundo ele, o teste de antígeno deve ser feito na primeira semana de início dos sintomas, de preferência entre o terceiro e o quinto dia.
Sobre a utilização de testes rápidos no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou, por meio de nota, que os testes rápidos de antígeno, assim como o de anticorpos, "são instrumentos auxiliares ao diagnóstico", que só pode ser dado por um profissional de saúde habilitado.
O órgão cita a resolução que liberou a aplicação de testes rápidos em farmácias - sejam de antígenos ou anticorpos - publicada em abril e destaca que os estabelecimentos devem ter licença sanitária e autorização de funcionamento.
Diferença entre testes de antígeno, anticorpos e RT-PCR O teste de antígeno adota o mesmo procedimento de coleta que o RT-PCR: as amostras são retiradas do nariz ou da garganta com um instrumento chamado swab, que se parece com um cotonete gigante.
A diferença é que o exame considerado padrão ouro detecta e também aplia o material genético do coronavírus, o que por si só garante mais precisão, uma vez que o genoma viral é único. Já o teste de antígeno, como o próprio nome diz, detecta componentes do novo coronavírus que provocam uma reação do sistema imunológico, nesse caso, proteínas.
Em contrapartida, a tecnologia é a mesma do teste rápido que detecta anticorpos. Como já citato por Vasconsellos, o resultado depende da reação entre antígenos e anticorpos. "A diferença é que no tubo do exame de antígeno há anticorpos para capturá-los, e no teste de anticorpos é o contrário", detalha.
Cientistas de vários institutos e universidades na Suíça e na Espanha afirmam ter identificado uma nova variante do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Europa. Ela foi batizada de 20A.EU1.
O estudo aponta que a nova "versão" do Sars-CoV-2 surgiu em junho, no início do verão europeu, provavelmente na Espanha, e se espalhou por vários países. Os cientistas não souberam dizer se o aumento de casos no continente está relacionado com a nova variante.
A pesquisa com o resultado do estudo foi divulgada em uma plataforma de pré-print, ou seja, o texto ainda não foi revisado por outros especialistas, etapa na qual as revistas científicas avaliam a qualidade do trabalho e decidem se ele será publicado.
As mutações ocorrem normalmente em vírus, incluindo o Sars CoV-2, e não necessariamente refletem em uma versão "mais forte" ou mais transmissível. Os pesquisadores ainda precisarão estudar o impacto das mudanças no código genético para confirmar qualquer diferença na infecção em seres humanos.
Frequência De acordo com a pesquisa, a nova variante do vírus tem aparecido com frequência acima de 40% entre os infectados em território espanhol desde julho. Fora da Espanha, ele se manteve em níveis mais baixos até 15 de julho, mas depois chegou a ficar com percentuais entre 40% e 70% em setembro na Suíça, Irlanda e Reino Unido. A mutação também é prevalente na Noruega, Letônia, Holanda e França.
A pesquisa foi feita por cientistas das universidades de Basel, na Suíça; do Instituto Suíço de Bioinformática; do ETH Zürich em Basel; do Instituto de Biomedicina e da Universidade de Valência, na Espanha; e do Centro de Pesquisa Biomédica em Epidemiologia e Rede de Saúde Pública (Ciberesp, na sigla em espanhol), em Madri.