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A Anvisa autorizou nesta quarta-feira, 28, a importação da matéria-prima para fabricação da CoronaVac, pelo Instituto Butantan. A substância é produzida pela empresa chinesa Sinovac Life Sciences. A decisão atende a uma solicitação do Instituto Butantan e tem caráter excepcional.


Mais cedo, nesta quarta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, havia dito que o atraso na deliberação da Anvisa poderia ter efeito na produção da vacina. “Nossa previsão era iniciar a [fabricação da] vacina do Butantan na segunda quinzena de outubro. Foi solicitada para a Anvisa em 23 de setembro a autorização para importação da matéria-prima da China. Ainda não saiu. Esse atraso pode ter efeito na produção da vacina.

Cada dia que aguardamos é um dia a menos de vacina”, afirmou Covas, em entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

A liberação da importação da matéria-prima para início da fabricação da CoronaVac no Brasil se tornou uma polêmica na semana passada, quando o Butantan acusou a Anvisa de atrasar a análise da solicitação. A vacina, desenvolvida na China, é alvo constante de críticas do presidente Jair Bolsonaro.

O imunizante ainda está em estudo clínico fase III, e não tem registro no Brasil. Em comunicado, a Anvisa ressalta que “os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação.”

Neste quarta-feira, 28, o Brasil registrou uma média móvel de 24.214 novos casos e 436,1 óbitos pela doença.

 

Veja

Um estudo recente realizado nos Estados Unidos identificou que mulheres de 25 a 44 anos sofrem mais AVCs (acidentes vasculares cerebrais) do que homens na mesma faixa etária.

Os resultados da análise de cerca de 20 mil casos de AVCs isquêmicos nos EUA entre 2001 e 2014 foram publicados na revista científica Stroke, da Associação Americana do Coração.

O acidente vascular cerebral ocorre quando um vaso sanguíneo do cérebro fica bloqueado por um coágulo (AVC isquêmico) ou se rompe e sangra (AVC hemorrágico).

Em 2016, foram registrados 13,7 milhões de derrames em todo o mundo, sendo 9,5 milhões deles isquêmicos, segundo a World Stroke Organization.

Os pesquisadores norte-americanos encontraram em pessoas de 18 a 44 anos uma prevalência mais alta de AVC entre mulheres do que nos homens, sendo mais significativa no grupo de 25 a 44 anos.

Nesta quinta-feira (29), Dia Mundial do AVC, estes dados se tornam fundamentais para prevenir derrames, afirma o cirurgião endovascular Elias Tanus, coordenador do setor de neurointervenção do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro.

"O estudo trouxe um novo paradigma, tanto é que novas avaliações são necessárias para se chegar a uma conclusão definitiva. O que se acreditava era que as mulheres naquela faixa etária, por terem menos componentes de fatores de risco cardiovasculares, não tinham um fator maior de propensão a derrame porque elas têm uma menor predisposição à doença cardíaca."

O médico observa ainda que os AVCs isquêmicos são as principais causas de sequelas hoje em todo o mundo, e quando elas ocorrem em alguém jovem, podem afetar a vida daquela pessoa para sempre.

"[São] pessoas que têm uma vida inteira produtiva e que têm um risco maior que pode estar sendo negligenciado. Quando tem uma pessoa de 30 anos que tem uma sequela e não consegue mais exercer o trabalho dela, isso é um transtorno social muito grande, além de alterar a vida dela totalmente."

Fatores de risco
O anticoncepcional oral com estrogênio na composição é um dos fatores de risco para ter AVC. Isto porque, explica o médico, diferente do hormônio natural do organismo da mulher, essa "dose extra" promove alterações significativas no mecanismo de coagulação do sangue, facilitando a formação de trombos podem entupir um vaso sanguíneo.

No entanto, Tanus recomenda que as pacientes que fizerem uso desse tipo de medicação sempre converse com seus médicos.

"Não quer dizer que você não pode usar. Cada paciente tem que ter um tratamento individualizado, analisar os prós e contras."

Além do anticoncepcional, gestação, enxaqueca, obesidade e tabagismo são considerados fatores de risco para acidente vascular cerebral.

 R7

 

anicorpossAlguns sobreviventes da covid-19 carregam autoanticorpos semelhantes aos de pacientes com lúpus e artrite reumatoide, doenças autoimunes. Esse autoanticorpos têm como alvo o material genético das células humanas em vez do vírus. Isso é o que demonstrou um estudo realizado por pesquisadores da Emory University, nos Estados Unidos, publicado recentemente no periódico científico MedRxiv.

Foram analisados 52 pacientes com covid-19 grave internados no sistema de saúde Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, sem histórico de doenças autoimunes.
Os pesquisadores detectaram autoanticorpos em quase metade dos pacientes. Entre os mais graves, 70% tinham autoanticorpos. Também foi observado um anticorpo contra uma proteína chamada "fator reumatóide" e outras que levam à coagulação do sangue.

A infecção grave por SARS-CoV-2 está ligada à presença de autoanticorpos contra múltiplos alvos. Também pode explicar sintomas persistentes que permanecem meses depois que o vírus já foi embora, ressalta o estudo.

A descoberta pode contribuir para o tratamento da covid-19, pois ajuda a identificar pacientes que possam se beneficiar de tratamentos usados para doenças autoimunes. Lúpus e artrite reumatoide, por exemplo, não têm cura, mas dispõem de tratamentos que reduzem a frequência e a gravidade das crises.

O novo coronavírus é capaz de alterar o sistema imunológico que passa a atacar o próprio corpo, provocando mais danos que o vírus. Normalmente, os linfócitos T são capazes de reconhecer e combater o vírus, mas em doenças autoimunes como o lúpus, em vez disso, elas produzem autoanticorpos que se confundem com o vírus. O estudo afirma que algo semelhante ocorre com a covid-19.

Esses autoanticorpos também seriam responsáveis por sintomas persistentes, que podem permanecer por toda a vida em sobreviventes de covid-19. Essa memória de autoanticorpos ocorre também nas doenças autoimunes, afirma o estudo.

 

R7

Foto: reprodução/Pixabay

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, avaliam é provável que as candidatas a vacina contra a covid-19 em testes hoje no mundo tenham de ser submetidas ao uso massivo para que tenham, finalmente, sua eficácia comprovada.

Em um artigo opinativo, publicado nesta terça-feira (27) na revista científica The Lancet, Susanne Hodgson e Kate Emary falam sobre a importância de estudos contínuos de longo prazo após qualquer candidata a vacina ser licenciada e incluída em programas de imunização.
"Para determinar se uma vacina protege contra a covid-19 grave, um ensaio clínico precisa mostrar que há significativamente menos casos de doença grave em indivíduos vacinados com uma vacina contra covid-19, em comparação com indivíduos que não foram", explica Kate.

Por outro lado, a médica, que faz parte do Grupo de Vacinas de Oxford, acrescenta que não é tão simples identificar estes casos nos testes clínicos envolvendo o novo coronavírus (SARS-CoV-2).

"Apenas uma pequena proporção de indivíduos infectados com SARS-CoV-2 desenvolve doença grave, o que significa que um número extremamente grande de voluntários é necessário em um ensaio clínico para que haja casos suficientes para obter uma medida confiável da eficácia da vacina. Isso significa que é provável que só saberemos se uma vacina protege contra a doença [covid-19] grave, uma vez que tenha sido implantada e administrada a uma grande população."

O governo da Rússia decidiu neste sentido: aprovou, em agosto, a vacina para uso emergencial após a fase 2 de ensaios clínicos, com apenas 76 pessoas.

A partir disso, a Sputnik V começou a ser aplicada em um número maior de pessoas, paralelamente à fase 3, que incluirá 40 mil voluntários.

Na China, a situação é um pouco diferente. Embora as vacinas ainda não estejam aprovadas, milhares de pessoas estão recebendo doses de três candidatas.

Desde julho, o governo chinês permite que indivíduos de grupos com alto risco de contraírem a doença sejam vacinados.

Foi criado um programa em que as pessoas assinam formulários de consentimento e podem fazer uso emergencial, segundo o chefe da força-tarefa para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19, Zheng Zhongwei.

Atualmente, 44 vacinas para covid-19 estão sendo testadas em humanos (fase clínica). Outras 154 estão em desenvolvimento pré-clínico.

Susanne observa que "é improvável que vejamos um único vencedor na corrida da vacina contra a covid-19".

"Diferentes tecnologias trarão vantagens distintas que são relevantes em diferentes situações, Além disso, provavelmente haverá desafios com a fabricação e fornecimento de uma única vacina na escala necessária, pelo menos inicialmente."

 

R7