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Cerca de 16,6 milhões de adultos brasileiros entre 20 e 79 anos vivem com diabetes, segundo dados divulgados em 2024 pela Federação Internacional de Diabetes. A expectativa é que, até 2050, esse número chegue a 24 milhões de pessoas diagnosticadas no país.

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De acordo com o Ministério da Saúde, 62,8% das pessoas diagnosticadas são do sexo feminino, e 27% têm entre 60 e 69 anos. Em 2023, segundo a pasta, 10,2% da população adulta das capitais brasileiras afirmaram ter a doença.

Para conscientizar sobre a importância da prevenção e tratamento adequado da condição, nesta quinta-feira (26) é celebrado o Dia Nacional do Diabetes.

O levantamento da Federação Internacional de Diabetes também aponta que o Brasil gasta, em média, US$ 2.714 por pessoa com diabetes, e que 31% dos adultos nessa faixa etária convivem com a doença sem diagnóstico — ou seja, sem saber que têm diabetes.

Um dos casos é da psicopedagoga Andréa Cristina Olímpio de Abreu, que procurou ajuda médica após perceber dificuldades para emagrecer. “O diagnóstico foi recebido com estranheza, porque sempre achei que me alimentava bem. Nunca fui de comer muito doce, não gosto de chocolate. Então, não achei que a farinha branca fosse fazer tão mal”, contou.

Para ela, descobrir que é portadora de uma doença crônica afetou o lado emocional. “O maior desafio tem sido aceitar que há um problema e, a partir daí, adaptar a alimentação, conseguir regularidade na atividade física, ter boas noites de sono, perder peso. É uma nova fase da vida”, afirmou.

O que é diabetes? A diabetes é uma condição causada pela produção insuficiente ou pela má absorção de insulina — hormônio responsável por regular a glicose (açúcar) no sangue e garantir energia para o funcionamento das células do corpo.

Segundo o Ministério da Saúde, a orientação para os casos é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima. “A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada preferencial do sistema, atuando na promoção da saúde, prevenção de fatores de risco, detecção precoce, acompanhamento e, quando necessário, encaminhamento para atendimento especializado”, explica a pasta.

No SUS (Sistema Único de Saúde) é feito o acompanhamento dos casos, inclusive com medicamentos gratuitos pelo Farmácia Popular.

“As equipes da APS realizam acolhimento, avaliação individualizada e planejamento terapêutico com base nas necessidades de cada paciente. Esse cuidado inclui consultas regulares, exames laboratoriais e ações de educação em saúde para o autocuidado e a automonitorização”, destaca o Ministério da Saúde.

Tipos de diabetes Tipo 1 Costuma se manifestar na infância ou adolescência, embora possa ser diagnosticado também em adultos.

Tipo 2 Ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina produzida. Está diretamente relacionado a fatores como:

Sobrepeso; Sedentarismo; Triglicerídeos elevados; Hipertensão; e Hábitos alimentares inadequados. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos casos de diabetes no Brasil são do tipo 2.

Brasil ocupa 6º lugar no mundo O número de diagnósticos coloca o Brasil como o 6º país com mais casos de diabetes no mundo. Veja a relação:

China – 148 milhões Índia – 89,8 milhões

Estados Unidos – 38,5 milhões Paquistão – 34,5 milhões

Indonésia – 20,4 milhões

Brasil – 16,6 milhões

No total, há mais de 589 milhões de pessoas com diabetes no mundo, e a projeção é de que, em 2050, esse número chegue a 853 milhões.

R7

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Aspergillus flavus é um fungo tóxico que não só afeta as safras, como foi associado a mortes em escavações de sepulturas antigas. No entanto, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiu transformá-lo num potente composto anticancerígeno, ao modificar certas moléculas do fungo e experimentá-las contra células leucêmicas.

A descoberta abre perspectivas para novos medicamentos derivados desses organismos situados entre o mundo vegetal e o animal: "Os fungos nos deram a penicilina. Agora, estes resultados demonstram que estão por se descobrir muitos mais medicamentos derivados de produtos naturais", comenta a professora de bioengenharia Sherry Gao, principal autora do estudo publicado na revista Nature Chemical Biology.

De vilão a herói O A. flavus tem fama de vilão desde que arqueólogos liderados por Howard Carter abriram a câmara funerária do soberano egípcio Tutancâmon (1341 a 1323 a.C.), na década de 1920, e uma série de mortes misteriosas entre a equipe de escavação deu origem à lenda da "maldição do faraó".

Décadas mais tarde, deduziu-se que os esporos (amarelos, daí o epíteto latino "flavus") do microrganismo, latentes há séculos, poderiam ser os causadores.

A tragédia se repetiu na década de 1970, quando 12 cientistas penetraram na sepultura de Casimiro 4º da Polônia (1427-1492). Dentro de poucas semanas, dez deles morreram prematuramente. Análises posteriores revelaram a presença do fungo, cujas toxinas provocam infecções pulmonares.

A partir do atual estudo, porém, a reputação do Aspergillus flavus poderá mudar radicalmente. Sua potencial utilidade para a terapia do câncer se baseia numa classe de peptídios (moléculas compostas de dois ou mais aminoácidos) modificados.

Identificados pelo acrônimo RiPP (ribosomally synthesized and post-translationally modified peptide), eles são substâncias sintetizadas pelos ribossomas (estruturas que fabricam proteínas nas células) e posteriormente alterados para intensificar suas propriedades anticancerígenas.

Pesquisas anteriores haviam demonstrado que o Aspergillus podia conter RiPPs, e para identificar a melhor fonte, a equipe analisou geneticamente uma dúzia de cepas, chegando ao A. flavus.

Ação específica promissora Após purificar quatro RiPPs distintos, descobriu-se que as moléculas partilhavam estruturas de anéis entrelaçados, que foram batizadas "asperigimicinas". Mesmo sem modificações, ao serem combinadas com células leucêmicas humanas, duas dessas quatro variantes demonstraram efeitos anticancerígenos potentes.

A uma terceira variante os cientistas da Pensilvânia acrescentaram um lipídio também encontrado na geleia real das abelhas: o composto funcionou tão bem quanto a citarabina e a daunorrubicina, dois fármacos aprovados pelas autoridades sanitárias dos EUA, empregados há décadas no tratamento da leucemia.

Experimentos adicionais indicaram que as asperigimicinas provavelmente interrompem o processo de reprodução celular. "As células cancerosas se dividem de modo descontrolado. Esses compostos bloqueiam a formação de microtúbulos, essenciais para a divisão celular", explica Gao.

Notou-se ainda que os compostos tiveram pouco ou nenhum efeito sobre células do câncer de mama, fígado e pulmão, ou sobre diversas bactérias e fungos. Isso sugere que a ação disruptiva das asperigimicinas é específica para certos tipos de célula – uma característica fundamental para eventuais usos terapêuticos.

Além de demonstrar o potencial médico dessas substâncias, o estudo identificou grupos semelhantes de genes em outros fungos, sugerindo que há mais RiPPs fúngicos a serem descobertos. O passo seguinte será testar as asperigimicinas em modelos animais, visando futuros ensaios clínicos em humanos.

Por Deutsche Welle

G1

Ter um sono de má qualidade tem um impacto significativo na saúde do cérebro, podendo acelerar o envelhecimento cerebral em até três anos. Um estudo conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA, revelou que a dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo está diretamente associada a uma piora na saúde cerebral ao longo dos anos.

cerebro

A pesquisa analisou cerca de 600 pessoas de meia-idade, acompanhando seus padrões de sono e realizando exames cerebrais ao longo de 15 anos. Mesmo após ajustes para fatores como idade, sexo, hipertensão e diabetes, os resultados indicaram que a má qualidade do sono influencia negativamente o cérebro.

Segundo Kristine Yaffe, membro da Academia Americana de Neurologia, é essencial tratar os problemas de sono precocemente para preservar a função cerebral ao longo da vida. Ela recomenda manter um horário de sono regular, praticar exercícios físicos, evitar cafeína e álcool antes de dormir e adotar técnicas de relaxamento.

Metodologia do estudo Os participantes do estudo responderam questionários sobre seis características do sono: sono curto, má qualidade, dificuldade para adormecer, dificuldade para manter o sono, acordar cedo e sonolência diurna. Com base nas respostas, foram divididos em três grupos: baixo, médio e alto risco de envelhecimento cerebral acelerado. Aqueles do grupo intermediário apresentaram uma idade cerebral média 1,6 anos maior do que os do grupo baixo, enquanto os do grupo alto tiveram um envelhecimento médio de 2,6 anos a mais.

Esta não é exatamente uma novidade, pois estudos anteriores já haviam relacionado distúrbios do sono a déficits cognitivos e maior risco de demência.

Hábitos saudáveis para o cérebro Outra pesquisa publicada na revista Neurology aponta que hábitos saudáveis, como boa qualidade do sono, atividade física, alimentação balanceada e evitar o tabagismo, ajudam a reduzir o risco de derrame, depressão e declínio cognitivo.

Outro fator essencial para a saúde do cérebro envolve a manutenção de quatro indicadores dentro de faixas saudáveis: peso corporal, colesterol, pressão arterial e açúcar no sangue. Segundo cientistas dos Estados Unidos, esses fatores fazem parte dos chamados “8 Essenciais da Vida”, que já demonstraram benefícios para a saúde cardiovascular e podem retardar o envelhecimento cerebral.

Os dados foram extraídos de mais de 316 mil adultos do UK Biobank, um banco de dados do Reino Unido que reúne informações médicas e de estilo de vida de mais de meio milhão de pessoas.

Esses achados reforçam a importância de adotar hábitos que promovam um sono reparador e um estilo de vida saudável para preservar a função cerebral ao longo do envelhecimento. Medidas simples, como regularidade no sono, prática de exercícios e monitoramento de fatores de risco, podem ser decisivas para garantir um cérebro mais saudável e ativo por mais tempo.

Catraca Livre

Foto: © Naeblys/istock

Um novo exame genético pode transformar o tratamento do câncer, permitindo que médicos prevejam se o tumor de um paciente será resistente a tipos comuns de quimioterapia. O teste, criado por cientistas financiados pela Cancer Research UK na Universidade de Cambridge, em colaboração com o Centro Nacional Espanhol de Pesquisa do Câncer (CNIO) e a startup Tailor Bio, promete otimizar o tratamento e melhorar a qualidade de vida de pacientes.

Atualmente, dezenas de milhares de pessoas recebem quimioterapias baseadas em platina e taxanos a cada ano, que, embora eficazes, são tóxicas e causam efeitos colaterais significativos. A nova tecnologia busca evitar que pacientes recebam tratamentos que não trarão benefício, poupando-os de reações adversas desnecessárias.

Como o teste funciona O teste opera identificando padrões de instabilidade cromossômica (CIN), que são alterações na ordem, estrutura e número de cópias do DNA dentro das células cancerígenas. Essas assinaturas são detectadas a partir da leitura completa da sequência de DNA do tumor, comparando as interrupções nos cromossomos com as de células normais.

Com base nesses padrões, o exame consegue prever a resistência a três tipos de quimioterapia: à base de platina, antraciclina e taxano.

"A quimioterapia é um pilar do tratamento do câncer e salva muitas vidas. No entanto, em muitos casos, ela tem sido administrada da mesma forma por mais de 40 anos", afirma James Brenton, especialista em câncer de ovário do Cancer Research UK Cambridge Institute.

"Com o sequenciamento genômico agora mais disponível, podemos fazer com que algumas das quimioterapias mais estabelecidas funcionem melhor." Benefícios para o paciente O principal benefício, segundo o estudo, é a personalização do tratamento. Ao saber antecipadamente qual quimioterapia será ineficaz, os médicos podem direcionar os pacientes para terapias com maior probabilidade de sucesso.

Professora aposentada que teve câncer de ovário, Fiona Barvé participou do grupo de pacientes que colaboraram com a pesquisa.

"Passar pela quimioterapia é um processo físico e mental. Fadiga e efeitos colaterais físicos de longo prazo persistem por meses após o tratamento", diz Fiona. Ela acredita que "usar um método personalizado para identificar o regime de quimioterapia correto para cada paciente só pode ser positivo para todos os pacientes. Também ajuda a remover estresse e medicamentos desnecessários".

Próximos passos e impacto futuro O teste foi validado utilizando dados de 840 pacientes com diferentes tipos de câncer. A análise mostrou que pacientes com resistência prevista a determinados quimioterápicos tiveram uma taxa maior de falha no tratamento, comprovando a capacidade preditiva da ferramenta.

Agora, os cientistas, em colaboração com o CNIO e a Tailor Bio, realizarão análises adicionais e buscarão a aprovação regulatória para uso clínico.

"Os dias em que a quimioterapia era oferecida como um tratamento 'tamanho único' estão terminando. Graças a esta pesquisa e outras semelhantes, estamos caminhando para um futuro onde o tratamento personalizado do câncer é uma opção para muitos pacientes", concluiu Iain Foulkes, diretor executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK.

G1