O botulismo é uma doença grave e não contagiosa provocada por uma bactéria encontrada no ambiente - no solo, na água não tratada e nas plantas. A doença é apontada como provável causa de morte de um homem que comeu sanduíche de brócolis e linguiça na Itália.
A doença é causada por uma toxina liberada pela bactéria Clostridium botulinum. As bactérias em si não são prejudiciais. Na verdade, elas estão presentes no ambiente de maneira geral, em lugares com falta de oxigênio. É o caso de conservas de alimentos.
Ao fazer uma conserva, a bactéria que pode estar no alimento é exposta a altas temperaturas e, nesse caso, solta esporos muito resistentes para se proteger. Esses esporos são tóxicos e provocam a doença quando ingeridos.
Conservas vegetais em geral podem estar contaminadas com a toxina, como as de palmito, picles e pequi, além de salsichas e presuntos artesanais.
Principais sintomas do botulismo: Dores de cabeça; Náuseas; Vômitos; Dificuldade para respirar; Tontura; Sonolência. O botulismo pode levar à morte por paralisia do sistema respiratório. Mas, se for tratada corretamente, a doença tem cura e não deixa sequelas.
Quando os efeitos do botulismo começam a ser sentidos?
Os sintomas normalmente se manifestam entre 12 e 36 horas após a ingestão do produto em más condições.
O prazo mínimo é de quatro horas e o máximo, de oito dias, explica a Agência Espanhola de Defesa do Consumidor, Segurança Alimentar e Nutricional.
Como o botulismo pode ser prevenido? Uma vez que a intoxicação pode ser gerada a partir da comida enlatada, a vácuo ou com baixa acidez, a primeira pista de que um produto não está em condições será a embalagem.
As latas amassadas ou mal fechadas são os principais inimigos.
Salsichas e outros embutidos caseiros ou de proveniência duvidosa também devem ser evitados.
O vírus do sarampo voltou a circular pela América do Sul. Somente na Bolívia, já foram 229 casos esse ano. Por isso, os estados brasileiros que ficam perto do país vizinho estão em alerta. De acordo com o Ministério da Saúde, já foram confirmados no Brasil 22 casos importados da Bolívia e a maioria é do Tocantins.
O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um dos vírus mais contagiosos para os seres humanos, e pode levar à morte. Quem estiver infectado pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam vacinadas.
O Brasil recebeu certificado de país livre da doença em novembro do ano passado. Mas movimentos antivacina têm levado a surtos da doença pelo mundo.
Os casos de sarampo na Região Europeia dobraram em 2024, atingindo um recorde de mais de 25 anos, segundo análise feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef. A região compreende 53 países da Europa e da Ásia Central.
Segundo a OMS, após um retrocesso na cobertura de imunização durante a pandemia da Covid-19, os casos voltaram a aumentar significativamente, desde 2023. As taxas de vacinação em muitos países ainda não retornaram aos níveis anteriores à pandemia, aumentando o risco de surtos.
Confira os sintomas do sarampo: Manchas no corpo Febre alta Mal-estar Tosse Conjuntivite Falta de apetite
As infecções causadas pela doença podem causar complicações, incluindo pneumonia, encefalite e desidratação, além de prejudicar a memória defensiva do sistema imunológico contra vários patógenos.
Vigilância contínua com a vacinação Eliminar uma doença é uma grande conquista para um país. Mas, para mantê-la longe, é preciso proteger a população, já que o vírus continua circulando no mundo. Como? Vacinando.
Se alguém com sarampo de outro país encontra alguém suscetível (sem estar vacinado) no Brasil, o vírus pode voltar a circular e podemos ter casos autóctones (com transmissão em território nacional). Por isso, não é porque o país está "livre do sarampo" que devemos baixar a guarda.
A vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral (que também imuniza contra rubéola e caxumba) e está disponível na rede pública para todas as pessoas de 6 meses a 59 anos. As crianças tomam uma dose da tríplice viral aos 12 meses e outra aos 15 meses.
Em São Paulo, ocorre nesta terça-feira (12) uma campanha nas estações de metrô, terminais de ônibus e rodoviárias para estimular a vacinação, até 16h.
Quem já tomou a vacina precisa da dose de reforço? Se a pessoa está com o esquema completo, ela não precisa de nenhuma dose adicional. E quando a pessoa não tem a carteirinha de vacinação e não lembra se foi vacinada, os agentes procuram no sistema e, se não for encontrado o registro, os agentes indicam que a pessoa seja vacinada com todas as vacinas para a idade dela.
Na fase adulta, a pessoa não vacinada contra o sarampo precisa de duas doses, com um mês de intervalo, para quem tem até 29 anos e uma dose para pessoas de 30 a 59 anos.
Quanto menos vacinados tivermos no país, maior a quantidade de pessoas suscetíveis. O resultado? Doenças que já foram eliminadas correm o risco de voltar.
O Brasil já foi referência mundial em vacinação. Com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, o país conseguiu eliminar a pólio, o sarampo, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita e o tétano neonatal. Mas a cobertura vacinal começou a cair após desde 2015-2016.
No Mês da Mulher, a prevenção contra o câncer de mama ganha reforço no Piauí. O governo do estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesapi), está disponibilizando exames de mamografia em diversas cidades. A iniciativa acontece por meio de unidades móveis, levando atendimento gratuito e facilitando o acesso ao diagnóstico precoce. A ação busca incentivar a prevenção e ampliar o cuidado com a saúde da mulher. A programação inclui municípios de diferentes regiões do estado.
Implantado em 2023, os Caminhões da Mamografia já realizaram mais de cem mil exames de Norte a Sul do Piauí.
“O câncer, quando diagnosticado precocemente, ele tem cura. As repercussões físicas e psicológicas na vida da mulher são menores. Então é importante que a gente esteja atenta para este cuidado. A mulher deve ter aquele autoconhecimento do seu corpo, olhar a sua mama, verificar se tem alguma alteração para que busque o serviço de saúde o mais rápido possível e realize seus exames a cada dois anos”, enfatizou a coordenadora de Saúde da Mulher, Alzenir Moura Fé.
Para ter acesso ao programa, mulheres de 40 a 69 anos precisam procurar a atenção básica de seu município para serem encaminhadas ao caminhão.
Os resultados dos exames são encaminhados às secretarias municipais para que os médicos dos municípios façam os encaminhamentos adequado de cada paciente que teve acesso ao serviço.
Uma nova pesquisa brasileira identificou genes capazes de prever quais pacientes com melanoma, o tipo de câncer de pele mais grave, não vão responder à imunoterapia – e pode representar um avanço importante no combate à doença.
O estudo, publicado na revista científica "Journal of Molecular Medicine", analisou amostras de tumor de 35 pacientes com melanoma avançado tratados com imunoterapia anti-PD-1 (que consiste no bloqueio da proteína PD-1, tratamento padrão nesses casos) e cruzou com dados de 579 genes relacionados ao sistema imunológico.
A partir disso, os pesquisadores identificaram quatro genes – CD24, NFIL3, FN1 e KLRK1 – que mostram resistência ao tratamento. (entenda mais sobre os genes abaixo)
Bruna Pereira Sorroche, engenheira biotécnica e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital do Amor, em Barretos, explica que o aumento da expressão desses genes está relacionado a mecanismos conhecidos de desenvolvimento de tumores e também do chamado escape imunológico.
"São as formas pelas quais o câncer consegue ‘se esconder’ do sistema de defesa do corpo. Isso explicaria por que alguns pacientes não se beneficiam da imunoterapia, mesmo quando o tratamento é tecnicamente indicado”, afirmou Sorroche, em entrevista à Agência Fapesp.
Segundo o estudo, pacientes com grande presença desses genes apresentavam um risco 230 vezes maior de não responder à imunoterapia em comparação com os que tinham baixa expressão dos genes.
Apesar de não ser o tipo de câncer de pele mais comum, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que esse tumor atinja mais de 8 mil brasileiros por ano, com quase 2 mil mortes anuais.
Mesmo sendo bastante agressivo, o melanoma é altamente imunogênico, isto é, responde bem à imunoterapia. O tratamento estimula o sistema imunológico a atacar o tumor.
Ainda assim, entre 40% e 60% dos pacientes não respondem bem a essa abordagem e podem ter efeitos colaterais.
Fuga do sistema imune A pesquisa também trouxe uma análise mais aprofundada da ação de cada um dos genes no organismo.
A conclusão foi que os quatro estão relacionados a mecanismos de evasão do sistema imune e supressão da resposta inflamatória.
Esses genes cumprem as seguintes funções no corpo:
CD24: atua como um ponto de checagem imunológico, ajudando o tumor a escapar da ação do sistema de defesa do corpo. NFIL3: tem papel importante na resposta imunológica, contribuindo para o escape tumoral. FN1: está relacionado à progressão do tumor e à formação de estruturas que favorecem o crescimento do câncer. KLRK1: está normalmente envolvido na ativação de células imunes e pode ter sua função comprometida quando desregulado, enfraquecendo a resposta do organismo ao tumor. Vantagem para o SUS Ainda que a pesquisa tenha sido realizada com um número reduzido de pacientes, os autores acreditam que os resultados podem representar um caminho promissor na personalização do tratamento de melanoma.
Além de poupar os pacientes de efeitos colaterais de uma terapia que pode não ser eficaz em alguns casos, a análise pode ajudar a direcionar os recursos públicos com mais eficiência.
"Nosso achado é inédito porque a pesquisa foi feita com base no perfil genético da população atendida pelo SUS, o que garante uma maior aderência às realidades da saúde pública no Brasil”, afirma Lídia Maria Rebolho Batista Arantes, professora que orientou a pesquisa.
Os achados podem ajudar a criar maneiras de identificar pacientes elegíveis ao tratamento e, assim, reduzir os custos na rede pública.
Apesar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) ter recomendado a inclusão da imunoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso ainda é muito restrito por conta do alto custo do tratamento.