O Ministério da Saúde informou que, até domingo (5), foram registrados 225 casos suspeitos de intoxicação por metanol em 13 estados brasileiros.
Até o momento, 16 casos foram confirmados, sendo 14 em São Paulo. O estado também concentra as 15 mortes suspeitas, sendo duas confirmadas e 13 ainda em investigação.
Os dados consideram as informações enviadas pelos estados até às 16h de domingo (5) e podem ser atualizados. As atualizações oficiais são publicadas diariamente, a partir das 17h, nos canais do Ministério da Saúde.
Confira quais entes federados, além de São Paulo, estão com casos em investigação por suspeita de ingestão de metanol:
Despertar, se alongar e beber um copo de água com limão. Esse costume virou queridinho de celebridades, influenciadores e adeptos de hábitos saudáveis. Para uns, é um método de desintoxicação; para outros, um impulso energético matinal. Mas será que esse sucesso tem base científica ou é apenas empolgação?
Essa mistura simples tem sido divulgada como benéfica para a imunidade, digestão, emagrecimento e até para melhorar a pele. Algumas dessas alegações têm respaldo, mas outras são exageradas ou resultam de interpretações incorretas sobre os efeitos reais no organismo.
Os alimentos que incluímos na dieta têm impacto direto na nossa saúde. Tanto por dentro quanto por fora, o ditado “somos o que comemos” faz bastante sentido. Quando o assunto é nutrição, sabemos que alguns alimentos estão ligados a problemas de saúde, enquanto outros contribuem para o bom funcionamento do organismo.
Ao pensar em melhorar a alimentação, geralmente focamos em coração, cérebro, fígado ou pulmões. Mas… e os rins? Responsáveis por filtrar líquidos, esses órgãos levantam uma dúvida comum entre os amantes de café: afinal, a bebida afeta ou não a saúde renal? Um estudo com quase 80 mil pessoas traz pistas importantes.
Com o café, aconteceu o mesmo que com muitos outros alimentos. Ao longo dos anos, surgiram diversos mitos, alguns sem fundamento e outros com respaldo científico. Trata-se de uma das bebidas mais consumidas no mundo, presente diariamente na rotina de milhões de pessoas. E, pouco a pouco, novas propriedades vão sendo reveladas. Aqui, falamos do café puro, seja sozinho ou acompanhado, mas sem adição de açúcar.
Entre as várias razões para consumir café, a cafeína ocupa um papel de destaque. Ela atua como neuromodulador que afeta o sistema nervoso central, estimula a dopamina e contribui para melhorar a memória executiva, a atenção e a concentração. Mas, se os rins são os responsáveis por filtrar tudo isso, surge a pergunta: o café faz mal para os rins?
O que dizem os estudos? A principal preocupação nessa relação entre café e rins é o risco de provocar ou agravar a doença renal crônica (DRC). Embora pesquisas anteriores tenham trazido resultados contraditórios, nos últimos anos os cientistas têm se dedicado a esse tema e concluíram que a bebida dificilmente causa DRC ou piora seus sintomas.
Um dos levantamentos apontou que o consumo diário de uma xícara de café reduz em 15% a probabilidade de desenvolver lesões renais. Para quem bebe de duas a três xícaras por dia, o risco chega a cair 23%.
Além disso, os estudos reforçam os benefícios já mencionados, como o alto teor de antioxidantes (polifenóis), associados à menor incidência de câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.
Para pessoas que já convivem com a DRC, o potássio pode ser prejudicial, e o consumo excessivo de café pode trazer efeitos adversos. Ainda assim, em doses controladas, a bebida é considerada uma boa fonte do mineral, já que sua concentração é relativamente baixa.
Novas evidências Um estudo conduzido por diferentes centros de pesquisa na China e pelas universidades de Groningen e Wageningen, nos Países Baixos, chegou a conclusões semelhantes. O diferencial dessa pesquisa foi a análise de 78.346 participantes sem doença renal crônica (DRC), com o objetivo de investigar se o consumo de café estaria associado a mudanças na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe).
Os cientistas descobriram que o café tinha relação inversa tanto com a variação anual da TFGe quanto com o risco de DRC. O acompanhamento durou mais de três anos e meio e envolveu uma população ampla, composta por 58% de mulheres e 42% de homens.
No período, os consumidores de café apresentaram um declínio mais lento da função renal em comparação aos que não consumiam a bebida. Além disso, foi observada uma associação entre o consumo de café e a redução do risco de DRC, especialmente entre pessoas com diabetes.
Existe uma dose ideal? Se a ideia é proteger os rins, não faz sentido trocar a água pelo café. Cada xícara está associada a uma redução no risco de danos renais, mas esse efeito positivo se limita a um máximo de quatro por dia. Em outras palavras: duas xícaras trazem mais benefícios do que uma, três são ainda melhores, mas os pesquisadores observaram que os efeitos param de aumentar a partir da quarta.
O consumo excessivo, por sua vez, tem contraindicações. A bebida dilata os vasos sanguíneos, o que pode ser útil em práticas esportivas, mas também eleva a pressão arterial em algumas pessoas. Além disso, pode estimular a produção de ácido estomacal.
Há ainda outros efeitos descritos em estudos: de um lado, a proteção contra o Alzheimer; de outro, o risco de ansiedade. No fim, tudo depende das condições de cada indivíduo, sendo que os problemas tendem a aparecer quando há excesso de cafeína.
Em geral, não damos a devida atenção aos rins. Os autores do estudo destacam que ainda são necessárias mais pesquisas para compreender a relação causal entre os diversos componentes do café e a função renal. Mesmo assim, afirmam que o consumo regular da bebida está diretamente associado a menor risco de desenvolver doença renal crônica e pode fazer parte de uma dieta saudável e benéfica para os rins.
Pesquisadores da Universidade de Wageningen lembram que, muitas vezes, só percebemos que algo está errado quando a função renal já caiu a ponto de exigir diálise ou transplante.
Por isso, reforçam a importância de manter uma alimentação adequada e realizar exames periódicos para preservar a saúde dos rins. E, dentro dessa “alimentação adequada”, o consumo frequente de café tem um papel importante.
Casos de intoxicação por metanol acenderam um alerta sanitário no Brasil e colocaram o governo em uma corrida para garantir o acesso ao fomepizol, medicamento usado como antídoto nesses envenenamentos. O remédio não está disponível no mercado nacional e, diante da urgência, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras de diferentes países para viabilizar a importação.
Entre os órgãos contatados estão a FDA (Estados Unidos), a EMA (União Europeia) e as agências de Canadá, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça e Austrália. O objetivo é acelerar os trâmites para trazer o produto ao país e ampliar as opções de tratamento em hospitais.
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. O Brasil vem registrando aumento no número de casos de intoxicação por metanol misturado a bebidas alcoólicas adulteradas (leia mais abaixo).
O fomepizol é considerado o tratamento de referência contra o metanol porque age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos, responsáveis por danos graves ao sistema nervoso e ao fígado.
Sem ele, os serviços de saúde precisam recorrer a alternativas, como o uso controlado de etanol grau farmacêutico, que pode retardar o efeito do veneno, mas não é tão seguro nem eficaz.
Para garantir o fornecimento imediato, a Agência também publicou um edital de chamamento internacional em busca de fabricantes e distribuidores com estoque disponível. A medida foi tomada após pedido de urgência do Ministério da Saúde.
Além da corrida pelo antídoto, três laboratórios — o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz — foram mobilizados para analisar amostras suspeitas de bebidas adulteradas. As fiscalizações em campo já começaram em diferentes estados, em parceria com as vigilâncias sanitárias locais.
Enquanto aguarda a chegada do medicamento, a orientação à população é: em caso de suspeita de intoxicação, ligar para o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço que reúne 13 centros especializados no país.
O que é o metanol e por que ele oferece risco à saúde O metanol é um tipo de álcool utilizado na indústria química, na fabricação de solventes e combustíveis. Diferentemente do etanol — que está presente nas bebidas alcoólicas comuns —, ele não é seguro para consumo humano.
O problema é que, por não ter cheiro, cor ou sabor característicos, o metanol pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba. Quando ingerido, o organismo o processa no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico.
Os efeitos aparecem rapidamente: visão borrada, tontura, dor abdominal, respiração acelerada e, em casos mais graves, cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. A gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico, já que o tratamento é considerado uma corrida contra o tempo.
Casos em investigação no Brasil Na última semana, diferentes estados registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. A substância não deveria estar presente em produtos destinados ao consumo humano.
Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura.