O sutiã acaba de ganhar uma nova função: ajudar a prevenir o excesso de peso. Cientistas britânicos e americanos da Universidade de Southampton, Microsoft Research e Universidade de Rochester desenvolveram uma lingerie que indica alterações de humor que podem levar a comer por impulso. Os dados são do jornal Daily Mail.
O “sutiã inteligente” conta com sensores que monitoram a atividade do coração e da pele. Os dados são analisados por um aplicativo de smartphone, que pode indicar quando a pessoa está mais propensa a comer por motivos emocionais e, então, dar conselhos para fugir da tentação, como fazer exercícios respiratórios para acalmar.
“Nosso trabalho neste projeto é mostrar que há potencial para projetar tecnologias interativas para trabalhar conosco, para nos ajudar a desenvolver a conscientização do nosso estado e oferecer opções para construir novas práticas e apoiar o nosso bem-estar”, disse a pesquisadora M. C. Schraefel, professora de ciência da computação e design de desempenho humano, da Universidade de Southampton.
Uma descoberta de cientistas israelenses abriu espaço para a criação de um "antidepressivo sob medida", que se adequaria às necessidades de cada paciente.
O estudo, conduzido pela Universidade de Tel Aviv, sugere que a depressão, doença que atinge cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, poderia estar ligada a um problema nas sinapses, em vez de ser causada - como se acreditava - pela falta de serotonina.
As sinapses são estruturas que permitem que um neurônio (célula nervosa) transmita um impulso elétrico ou químico a outra célula (nervosa ou não). É por meio delas que o cérebro, por exemplo, controla as mais diversas funções do corpo humano.
Noam Shonrom e David Gurwitz, especialistas em genética da Faculdade de Medicina da Universidade de Tel Aviv, em Israel, publicaram uma pesquisa em que apontam uma ligação entre a depressão e um gene denominado CHL1. O CHL1, por sua vez, é o "responsável" pela criação das sinapses cerebrais.
Segundo os especialistas, cada pessoa tem diferentes níveis de expressão desse gene. Quando seu nível é baixo, a criação de sinapses se reduz e maior é a chance de o paciente desenvolver um quadro depressivo, dizem eles.
"Até hoje se pensava que a razão da depressão se encontrava na falta de serotonina no cérebro, mas nosso estudo sugere que o mecanismo da depressão pode estar ligado à danificação das sinapses, o que dificulta as ligações entre os neurônios", afirmou Shomron.
Para conduzir a pesquisa, os cientistas adicionaram substâncias antidepressivas a diversas amostras de glóbulos brancos e descobriram reações diferentes, de acordo com o nível de expressão do gene CHL1.
Sob medida
Segundo Shomron, que é diretor do Laboratório de Sequenciamento do Genoma da Universidade de Tel Aviv, a descoberta pode significar uma "revolução" no tratamento da depressão.
"Geralmente, a adaptação da medicação a pacientes com quadro depressivo é um processo lento, baseado em tentativa e erro, e nesse processo os pacientes sofrem muito", afirmou Shomron à BBC Brasil.
"Nossa descoberta poderá agilizar esse processo e, em alguns anos, os medicamentos poderão ser feitos sob medida para cada paciente com base em um simples exame de sangue", acrescentou.
Os cientistas já iniciaram experiências com amostras de sangue retiradas de ratos, para examinar as reações das células aos diversos tipos de antidepressivos.
"Os primeiros resultados de nossas experiências têm sido muito promissores e já estabelecemos uma colaboração com hospitais psiquiátricos e começamos a examinar amostras de sangue de pacientes que foram colhidas antes e depois do tratamento com antidepressivos", disse Shomron.
De acordo com o cientista, hoje em dia a eficácia de remédios antidepressivos é de 50% a 60%.
"Com a tecnologia que estamos desenvolvendo será possível obter uma eficácia bem maior e um tratamento mais pessoal e adaptado à constituição genética de cada paciente", acrescentou.
Falar em tratamento de canal pode causar arrepios em alguns, mas é com essa técnica que muitos dentes deixam de ser arrancados da boca. Tratar o canal significa retirar a polpa dentária – a parte viva do dente que fica dentro da raiz, contém toda vascularização que liga o dente ao resto do corpo. Uma vez que a polpa foi danificada, infeccionada ou morta, precisa ser removida para não infeccionar. O espaço que fica vazio é limpo e preenchido.
Esse procedimento oferece mais de 95% de chance de salvar o dente. Para atingir esse índice, é preciso conhecer a anatomia, a fisiologia nervosa e os processos inflamatórios. Isso tudo, somado às novas técnicas e soluções de anestesia, possibilita tratar o canal da grande maioria dos pacientes com controle total da dor.
Um estudo da Faculdade de Odontologia da USP, usou tomografia computadorizada para mostrar que a grande maioria dos dentes apresenta inúmeros canais, alguns deles “tratáveis” e outros não.
Segundo o professor Celso Caldeira, especialista em Endodontia da FOUSP, existe um padrão de número de raízes e canais. “Conhecer quantos canais tem cada dente é uma condição essencial para que o planejamento do caso seja realizado adequadamente quanto ao número de sessões e às dificuldades que serão encontradas, lembrando ainda que um canal não encontrado e não tratado pode inflamar ou infeccionar”, diz Caldeira.
Número de canais por dente
No estudo realizado pela FOUSP, dentre os participantes da pesquisa, foram observados:
Dentes anteriores superiores (da frente, incisivos e caninos): têm uma raiz e um canal, sendo raras as situações em que dois canais são encontrados.
Incisivos inferiores: tem uma raiz e quase 45% tem dois canais.
Caninos inferiores: 96% dos casos apresentaram um canal, o restante (4%) tinha dois canais.
Primeiros pré-molares superiores: têm duas raízes e dois canais em mais de 95% dos casos.
Segundos pré-molares: têm uma raiz e um canal em 50% dos casos. Quase 45% apresentou dois canais.
Pré-molares inferiores: mais de 95% têm uma raiz e 40% apresentou dois canais.
Molares superiores: quase 100% têm três raízes e mais da metade tem quatro canais.
Molares inferiores: mais de 92% têm duas raízes e três ou quatro canais.
Alimentos processados que trazem joguinhos e personagens infantis na embalagem, ícones de forte apelo infantil, podem conter mais sódio do que diz o rótulo. Essa foi a constatação da pesquisadora Vera Favila Ribeiro, autora de um artigo sobre o tema em uma das edições mais recentes da publicação científica Revista de Nutrição. Quando consumido em excesso, o sódio pode levar a quadros de hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e problemas renais.
Em sua dissertação de mestrado, defendida na Universidade Federal de Pernambuco, a pesquisadora analisou 17 amostras de alimentos processados, entre marcas de macarrão, mortadela, salsicha, hambúrguer e empanados de frango. Médicos lembram que esses alimentos, mesmo quando contêm os valores de sódio informados na embalagem, não são apropriados para crianças. Pobres em bons nutrientes, eles normalmente contêm gordura demais e muitos aditivos.
No experimento, Vera usou dois tipos de técnica para medir a quantidade de sódio nos alimentos e percebeu que a variação entre o teor existente da substância e aquele declarado pelos fabricantes era maior que 20% na maioria das amostras – a legislação brasileira tolera uma variação de até 20% em relação aos teores de nutrientes declarados nos rótulos e aqueles obtidos experimentalmente.
Qual foi a metodologia empregada para analisar os produtos?
Foram analisados 17 produtos alimentícios, dos quais oito eram massas instantâneas, de três fabricantes distintos; um hambúrguer; uma mortadela; duas amostras de salsicha, de dois fabricantes; e cinco tipos de empanados (popularmente conhecidos como Nuggets), de três marcas distintas (a pesquisadora não revelou os nomes das marcas analisadas). Eu usei duas técnicas diferentes: a fotometria de chama, que é mais sensível, e a volumetria.
Quais foram os problemas encontrados?
Pela fotometria de chama houve variação maior que 20% entre o teor de sódio analisado e o declarado em treze produtos e, pela volumetria, houve esse problema em cinco. Todas as amostras apresentaram mais de 480mg de sódio por porção e o limite de ingestão adequada para crianças de 4 a 8 anos foi ultrapassado nas oito massas instantâneas e em três empanados, pela fotometria. Já pela volumetria, a oferta de sódio ultrapassou os níveis de ingestão recomendada para crianças entre 4 e 8 anos em nove amostras analisadas.
Técnicas diferentes de medição poderiam explicar as variações encontradas?
Os diferentes métodos empregados podem justificar, parcialmente, a discrepância entre os valores declarados na rotulagem e os detectados neste estudo, entretanto essa diferença, de acordo com a legislação, não deveria ultrapassar 20%. Uma discrepância superior demonstra que é indispensável uma fiscalização efetiva para verificar se todas as informações nutricionais declaradas são fidedignas.
O Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia para a redução gradual de sódio nos alimentos, que ocorrerá entre 2014 e 2016. Como vê essa medida?
Essa diminuição deverá ser alcançada a partir dos próximos anos. Entretanto, diante da discrepância entre valores declarados e quantificados experimentalmente, o monitoramento será necessário para a verificação do cumprimento desses acordos. Essa medida, juntamente com as demais ações voltadas para a promoção da saúde, certamente contribuirão para a prevenção e a redução de doenças como a hipertensão.
O que diz a Anvisa
Por meio de nota ao blog, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que tem monitorado as quantidades de sódio presentes nos alimentos, como parte da política do Ministério da Saúde para reduzir a quantidade deste nutriente em alimentos industrializados. “Este levantamento é coordenado pela Agência, já as coletas e os envios de amostras para laboratório são feitos pelas vigilâncias sanitárias locais. Um dos resultados é o subsídio para a política de redução. O outro é a análise fiscal feita pelas vigilâncias sanitárias, que verificam se as quantidades declaradas no rótulo estão de acordo com as quantidades encontradas no alimento. Esta análise faz parte da rotina do sistema”, declarou o órgão. Ainda segundo a Anvisa, “a constatação da infração leva à notificação do fabricante para a adequação do seu produto”.
De acordo com o órgão, os problemas apontados pelo estudo da nutricionista não representam risco imediato ao consumidor. “Assim, dificilmente isso gera um alerta de recolhimento e interdição do produto. Outras infrações, contudo, levam a Anvisa a retirar um alimento do mercado de forma imediata, como ausência de informação sobre glúten, omissão de ingrediente alergênico e presença de substância proibida”, informou a nota.