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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte no Brasil e uma das maiores causas de incapacidade no mundo. Apesar de ser amplamente conhecido, suas sequelas menos discutidas ainda afetam silenciosamente milhares de brasileiros. Uma delas é a espasticidade, condição que atinge cerca de 1 em cada 3 pessoas que sobrevivem ao AVC, comprometendo sua mobilidade, autonomia e qualidade de vida.

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Mas o que é espasticidade? Trata-se de um distúrbio motor neurológico caracterizado pelo aumento involuntário do tônus muscular, causando rigidez, espasmos dolorosos e dificuldade para se mover.

A condição ocorre quando o AVC danifica áreas do cérebro responsáveis pelo controle muscular, provocando um desequilíbrio entre os sinais que regulam os músculos — especialmente quando os sinais inibitórios são prejudicados.

A espasticidade costuma afetar principalmente cotovelos, punhos e tornozelos, com graus de intensidade que variam desde rigidez leve até contrações musculares severas. Em casos mais graves, o paciente pode sentir dores constantes, ter dificuldade para andar, se alimentar, vestir ou realizar tarefas básicas do dia a dia.

Quem corre maior risco? Segundo especialistas, quanto mais grave a lesão cerebral, maiores as chances de desenvolver espasticidade. Estima-se que entre 232 mil e 344 mil novos casos de AVC ocorram anualmente no Brasil, e, entre os que sobrevivem, um número significativo não recebe diagnóstico ou tratamento adequado para essa condição.

De acordo com Celso Vilella Matos, médico fisiatra e presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR), a espasticidade pode ser controlada com tratamento precoce e acompanhamento adequado. “É essencial que o paciente seja encaminhado rapidamente para um fisiatra, que pode prescrever uma reabilitação multifuncional personalizada. Isso aumenta as chances de recuperação funcional e independência.”

Além de causar dor e limitar movimentos, a espasticidade pode aumentar o risco de quedas, fraturas e outras complicações. Dados mostram que 50% dos sobreviventes de AVC ficam dependentes de outras pessoas e 70% não conseguem retornar ao trabalho após o evento.

Apesar dos impactos, a espasticidade ainda é pouco conhecida, subdiagnosticada e cercada de desinformação. Campanhas de conscientização e um olhar mais atento por parte da equipe médica são cruciais para garantir uma recuperação mais digna e funcional aos pacientes.

Reconhecer os sinais precoces, buscar atendimento especializado e iniciar um plano de reabilitação o quanto antes são os primeiros passos para reconquistar qualidade de vida após um AVC.

Catraca Livre

Imagine dedicar a vida a um enigma, um mistério profundo dentro do nosso próprio corpo, e então, após décadas de pesquisa incansável, descobrir uma chave que pode destrancar um novo futuro para incontáveis pessoas.

curacancer

Esta é a imensa alegria e a profunda responsabilidade sentidas por Gabriel Rabinovich, um cientista argentino cujo trabalho está agora nas manchetes do mundo inteiro, superando até mesmo suas próprias expectativas de quando começou a fazer ciência. É um sonho que se tornou realidade, um avanço científico que está sendo noticiado globalmente, impactando as áreas da ciência e da saúde.

Artigos Relacionados No cerne desta descoberta inovadora está uma compreensão mais profunda de como o sistema imunológico, que deveria nos proteger, pode ser inadvertidamente manipulado pelo câncer. O Dr. Rabinovich e sua equipe de Córdoba desvendaram os mecanismos de ação das células mieloides supressoras (Mdscs). Essas células, nascidas na medula óssea e que normalmente defendem o corpo, transformam-se em "cúmplices" do tumor, inibindo a ação dos linfócitos e favorecendo o crescimento do tumor.

A chave para a cura do câncer A chave para reverter essa transformação está na Galectina-1 (Gal-1), uma proteína de ligação a açúcares que se encontra em níveis muito elevados nos microambientes onde os tumores crescem. Para deter o avanço do câncer, os pesquisadores argentinos desenvolveram um anticorpo monoclonal neutralizante (anti Gal-1) que consegue bloquear a ação da Gal-1.

Esse bloqueio permite que essas células "ruins" sejam reprogramadas para funcionarem como células imunológicas protetoras, impedindo o tumor de crescer. Os anticorpos monoclonais são descritos como "projéteis" — proteínas direcionadas criadas em laboratório para bloquear outras proteínas.

Um passo para melhor o tratamento contra o câncer O trabalho, publicado na renomada revista Immunity da Cell Press, abre um caminho para melhorar o tratamento, inicialmente do câncer colorretal, que tem visto um aumento em pacientes com menos de 50 anos, mas também de outros tipos como mielofibrose, câncer de mama, de pele e de pulmão.

Atualmente em fases pré-clínicas avançadas, os ensaios clínicos em humanos devem começar em um ou dois anos. O objetivo é estabelecer um novo paradigma de imunoterapia conhecido como glicocheckpoints. Além do potencial terapêutico, a equipe demonstrou que a quantidade de Gal-1 em um paciente pode indicar o prognóstico, conferindo-lhe um importante valor diagnóstico.

Um trabalho de décadas para achar a cura Um feito particularmente notável é que todo o estudo foi realizado na Argentina, contando com a colaboração de 28 pesquisadores do Laboratório de Glicomedicina do Instituto de Biología y Medicina Experimental (IByME) do Conicet, com envolvimento de equipes em Buenos Aires, Mendoza e La Plata. Essa conquista destaca a expertise dos cientistas argentinos. Através da Galtec, a empresa de base tecnológica que Rabinovich co-fundou em 2023, a equipe está trabalhando no desenvolvimento final do anticorpo, e já estão em conversas com investidores internacionais para a realização dos ensaios clínicos.

A jornada de Gabriel Rabinovich neste campo é fruto de um trabalho de décadas, que começou na primeira metade dos anos 90, durante sua tese de doutorado em Córdoba. Foi então que ele fez a descoberta inesperada da Galectina-1 e seu papel no sistema imune, o que marcou sua trajetória científica. Ele se dedicou a entender o papel imunossupressor da Gal-1, bem como novas funções decorrentes de sua interação com açúcares, como a angiogênese (formação de vasos sanguíneos) e a fibrose da medula óssea. Rabinovich cunhou o conceito de glicocheckpoints para descrever essas interações entre proteínas e açúcares que modulam processos fundamentais para diversas patologias, e que podem ser bloqueadas com anticorpos.

O trabalho pioneiro do Dr. Rabinovich tem sido amplamente reconhecido. Ele é um cientista multipremiado, tendo recebido recentemente o Doutorado Honoris Causa da Universidade Nacional de La Pampa. Em maio de 2025, ele foi distinguido com o Hakomori Award, a honraria mais importante concedida pela International Glycoconjugate Organization (IGO), uma das duas mais destacadas no campo das glicociências a nível internacional. Seus inúmeros prêmios incluem também o Karl Meyer Lectureship Award (2022), o Prêmio Konex de Brillante (2023), e filiações a prestigiosas academias como a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Itatiaia

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), desenvolveram uma terapia genética para a doença de Alzheimer que pode ajudar a proteger o cérebro e preservar a função cognitiva. A abordagem, ao contrário dos tratamentos atuais que visam depósitos de proteínas, busca influenciar o comportamento das células cerebrais.

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A doença de Alzheimer afeta milhões de pessoas globalmente. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas têm a doença, sendo que a previsão é que esse número quadruplique nos próximos 30 anos.

Ela ocorre quando proteínas se acumulam no cérebro, levando à morte de células cerebrais e ao declínio da função cognitiva e da memória. Os tratamentos existentes para Alzheimer controlam os sintomas, mas a nova terapia genética busca interromper ou reverter a progressão da doença.

Resultados do estudo

Em estudos com camundongos, os pesquisadores observaram que a administração do tratamento no estágio sintomático da doença preservou a memória dependente do hipocampo. Este é um aspecto da função cognitiva frequentemente afetado em pacientes com Alzheimer.

Os camundongos tratados também apresentaram um padrão de expressão gênica similar ao de camundongos saudáveis da mesma idade. Isso sugere que o tratamento tem o potencial de alterar o comportamento das células doentes, restaurando-as a um estado considerado mais saudável.

Embora sejam necessários mais estudos para a transição dessas descobertas para ensaios clínicos em humanos, a terapia genética oferece uma abordagem para mitigar o declínio cognitivo e promover a saúde do cérebro.

O estudo foi publicado na revista Signal Transduction and Targeted Therapy. A pesquisa foi liderada por Brian Head, Ph.D., professor de anestesiologia na Faculdade de Medicina da UC San Diego e pesquisador de carreira do Departamento de Assuntos de Veteranos. Shanshan Wang, MD Ph.D., professor assistente de anestesiologia na Faculdade de Medicina da UC San Diego, foi coautor sênior.

A tecnologia de terapia genética foi licenciada pela UC San Diego para a Eikonoklastes Therapeutics em 2021. A Eikonoklastes recebeu da FDA a Designação de Medicamento Órfão (ODD) para o uso da terapia genética patenteada na esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig.

G1

Vários hábitos do dia a dia podem acabar impactando negativamente o cérebro e a memória. Em entrevista à revista Parade, neurologistas alertaram para uma prática comum que pode trazer sérias consequências.

neurologico

O comportamento em questão é o multitasking, ou seja, fazer várias coisas ao mesmo tempo no trabalho. Isso inclui, por exemplo, enviar e-mails enquanto participa de reuniões ou trabalhar enquanto escuta um podcast. Os especialistas sugerem repensar a maneira como você organiza suas tarefas diárias.

"Existem áreas do cérebro dedicadas a atividades específicas que só conseguem realizar uma tarefa de cada vez, embora haja uma transição rápida entre elas", explica Jeffrey Portnoy.

Quando você tenta fazer multitasking, o cérebro acaba alternando entre várias tarefas rapidamente. "Embora, na prática, você esteja fazendo apenas uma coisa de cada vez, consegue retomar as atividades com mais facilidade e gastar o mínimo de tempo, o que faz parecer que está fazendo várias coisas ao mesmo tempo", afirma Portnoy.

Por sua vez, Muhammad Arshad ressalta que o cérebro não está preparado para executar múltiplas tarefas simultaneamente. "O multitasking pode parecer eficiente, mas, na realidade, pode levar mais tempo no final e resultar em mais erros. Pequenos bloqueios mentais entre as tarefas podem custar até 40% do seu tempo produtivo."

Portnoy acrescenta que essa prática pode causar mais estresse, levar à exaustão e até diminuir o desempenho geral.

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