A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. A aplicação é por via subcutânea em esquema de duas doses, em intervalo de três meses entre as aplicações.
Segundo a Anvisa, a nova vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, o que garante uma ampla proteção contra ela. No ano passado, o Brasil registrou mais de mil mortes por complicações da dengue no país.
No mês passado, a Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) aprovou a segurança da vacina Qdenga, que aguardava agora o aval da Anvisa.
Uma outra vacina contra a dengue já aprovada no país, a Dengvaxia, só pode ser aplicada por quem já teve a doença.
A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (EMA), de quem também recebeu aprovação. A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, no entanto, seguirá sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da própria empresa.
Um estudo publicado na segunda-feira (27), na revista Nature Medicine mostrou a associação entre o uso do adoçante eritritol e taxas mais altas de ocorrência de ataques cardíacos e AVC. Segundo os pesquisadores, a correlação entre ambos se daria pelo aumento da probabilidade de formação de coágulos sanguíneos.
De acordo com um dos autores do estudo, Stanley Hazen, da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, o uso do adoçante na produção de alimentos industrializados aumentou a sua concentração na corrente sanguínea da população. Conhecido como álcool de açúcar, o eritritol faz parte dos adoçantes naturais que não contêm calorias e com capacidade adoçante de 70%.
O eritritol é encontrado em baixas concentrações em frutas e vegetais, além de poder ser produzido naturalmente pelo próprio corpo.
A partir da constatação, Hazen começou a pesquisar os efeitos do eritritol em amostras sanguíneas de dois estudos anteriores, os quais acompanhavam as taxas de ataques cardíacos e AVC entre os participantes.
Ambos os estudos, que tinham 2.100 participantes nos Estados Unidos e 830 participantes na Europa, analisaram pessoas com predisposição a esses eventos, devido a fatores como excesso de peso ou diabetes.
Com a análise, os cientistas notaram que, ao longo de três anos, os participantes com maiores níveis de eritritol apresentavam maior risco de sofrer uma parada cardíaca ou um AVC.
A probabilidade de ocorrência foi dobrada entre os dois grupos após ajustes, levando em conta que pessoas com maiores níveis de sobrepeso ou piores indicadores de saúde eram, também, mais propensas ao uso do adoçante. Por se tratar de um estudo observacional, não ficou provado que o eritritol seria, de fato, o desencadeador dos problemas de saúde.
A equipe de Hazen passou, então, a explorar os efeitos do adoçante no sangue, dada a possibilidade de ocorrência de coágulos.
Nessa observação, quando oito voluntários considerados de baixo risco de ataque cardíaco ou AVC consumiram alimentos e bebidas contendo 30 g de eritritol — como meio litro de sorvete com baixo teor de carboidratos —, seus níveis sanguíneos do adoçante saltaram de cerca de 4 micromoles (uma medida de concentração) para cerca de 6.000 micromoles e permaneceram altos por várias horas.
“Assim que você bebe uma bebida adoçada artificialmente, os níveis de eritritol superam os níveis considerados normais no sangue”, afirma Hazen.
Verificou-se, também, que o eritritol promove a formação de coágulos quando adicionado em amostras de sangue, tanto nas de camundongos como nas de sangue humano, em níveis de 300 micromoles e 45 micromoles, respectivamente.
Entretanto, segundo Duane Mellor, porta-voz da Associação Dietética Britânica, a maioria das pessoas não costuma ingerir quantidades suficientes para atingir os níveis testados para efeitos de coagulação neste estudo.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) divulgou, na manhã desta quinta-feira (02), dados referentes a 8° semana epidemiológica do ano de 2023. De acordo com o Boletim epidemiológico de arboviroses, o estado registrou redução de casos notificados de dengue e Zika Vírus e aumento em relação aos casos de Chikungunya.
Enquanto as notificações de dengue e Zika vírus registraram uma redução de 60,7% e 100% respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado, os casos de Chikungunya registraram aumento de 82,9 % em relação as notificações.
Em relação a dengue, foram 779 notificações registradas em 52 municípios durante as 8 semanas epidemiológicas de 2023, enquanto que em 2022 o estado registrou 1.980 notificações em 91 cidades. Barra d’Alcântara, Barro Duro, Miguel Leão, Guaribas e Esperantina são os cinco municípios com maior incidência de casos durante as 8 semanas epidemiológicas. O estado ainda não registrou óbitos por dengue em 2023.
Os dados apresentados no boletim epidemiológico mostram ainda que, em 2023, foram registrados 439 notificações de Chikungunya em 18 cidades piauienses durante as 8 semanas epidemiológicas, ao passo que em 2022 no mesmo período foram 240 notificações provenientes de 26 municípios.
Angical do Piauí, Água Branca, Regeneração, Esperantina e Barra d’Alcântara são os cinco municípios que apresentaram maior incidência de casos de Chikungunya por 100.000 habitantes durante as 8 semanas epidemiológicas do ano. O Estado não notificou óbitos por Chikungunya em 2023, durante o ano de 2022 foram 08 óbitos registrados em 03 municípios.
Março, o mês da mulher, também é marcado por uma campanha de conscientização para a saúde feminina, o Março Amarelo. A data busca alertar a população para os sintomas e cuidados com a endometriose, distúrbio que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, atinge mais de oito milhões de mulheres no Brasil.
Comum entre mulheres em período fértil, a endometriose é uma modificação no funcionamento do organismo provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero), que, em vez de serem expulsas na menstruação, seguem no sentido oposto e ficam nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e sangrar.
“Os sintomas do distúrbio incluem dor em forma de cólica, dor durante relações sexuais, dor e sangramento ao urinar, fadiga, diarreia, dificuldade de engravidar e até mesmo infertilidade. Além disso, a endometriose pode provocar o aparecimento de um cisto no ovário (endometrioma) e causar complicações em órgãos na cavidade abdominal, na bacia, em parte do intestino grosso, na bexiga, no apêndice e na vagina”, alerta a ginecologista e coordenadora médica do Grupo Sabin em São Caetano do Sul, Luciana de Paiva Nery Soares.
Fatores genéticos, imunológicos e hormonais, podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença, que afeta negativamente a qualidade de vida de uma pessoa .
“É muito importante estar atento aos sinais que possam indicar a endometriose. Como a doença é de difícil diagnóstico e não tem cura, é preciso atenção para que a paciente não sofra tanto com as consequências que podem até mesmo comprometer a sua fertilidade. É fundamental fazer acompanhamento periódico com exames de rotina, dessa forma qualquer alteração poderá rapidamente ser observada e o diagnóstico realizado precocemente, favorecendo o tratamento adequado, minimizando os impactos da doença no organismo”, explica Luciana.
Oexame clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que deve ser seguido de exames de ultrassom, de sangue e ressonância magnética, e em alguns casos, ela pode ainda ser confirmada com videolaparoscopia.
“A ressonância magnética é um método não invasivo com alta acurácia para o diagnóstico e caracterização da endometriose nos diversos compartimentos pélvicos e nas demais localizações extra-pélvicas, auxiliando no adequado tratamento clínico ou cirúrgico”, complementa a médica.
O tratamento para a doença inclui medicamentos para amenizar dores e inflamação, além de terapias hormonais e, em casos graves, cirurgia.
“É fundamental que a mulher com endometriose seja acompanhada e tratada até o climatério, quando o quadro costuma se atenuar. O acompanhamento multidisciplinar com médico, psicólogo, educador físico e nutricionista, pode oferecer significativa melhora da qualidade de vida destas mulheres”, explica a médica.