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astrazenUma reação adversa pouco comum, mas com potencial de ser perturbadora, tem sido relatada por indivíduos que estão recebendo vacinas contra covid-19 da Pfizer/BioNTech, Moderna, Janssen (Johnson & Johnson) e AstraZeneca: o surgimento ou agravamento de zumbidos.

Vale ressaltar que o simples relato às agências reguladoras não implica em relação direta com as vacinas, algo que precisaria ser investigado mais a fundo ao longo do tempo.

Dados da MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido) mostram que entre 9 de dezembro do ano passado e 5 de maio houve reportes de 159,2 mil efeitos colaterais associados à vacina da Pfizer/BioNTech. Destes, 650 (0,41%) eram queixas de zumbido. Até a data, 11,4 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose deste imunizante.

A vacina da AstraZeneca, cuja primeira dose foi aplicada em 23,3 milhões de pessoas até o dia 5, teve 2.205 relatos de zumbido, de um total de 622.176 registros de reações adversas informadas entre 4 de janeiro e 5 de maio, conforme dados do órgão regulador.

Nos Estados Unidos, 60,7 milhões de indivíduos já receberam as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, e foram reportados 594 casos de zumbido após a vacinação, o que representa 1% do total de reações adversas.

A vacina da Moderna também é usada nos EUA, com 47,7 milhões de cidadãos imunizados com as duas doses. As queixas de zumbidos enviadas à FDA (agência reguladora de medicamentos do país) somavam 456 (0,67% de todos os efeitos adversos comunicados) até 13 de maio.

No caso da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, que é aplicada em dose única, foram 9,1 milhão de imunizados até agora, com uma incidência de 477 informes de zumbido, ou 1,67% do total de reportes.

O aparecimento de zumbidos, conforme os dados oficiais dos EUA, atinge 13 pessoas em cada 1 milhão de vacinados. Alguns destes poucos pacientes enviaram recentemente relatos ao jornal norte-americano Spokesman-Review. Segundo a Associação Britânica de Zumbido, os relatos ocorridos no Reino Unido representam menos de 1 em 14,7 mil vacinados, "o que classifica esse efeito colateral como 'muito raro'".

Embora raro, o zumbido é relacionado à piora da qualidade de vida, com redução do bem-estar emocional, depressão e ansiedade, de acordo com a associação. A própria covid-19 também pode levar a esta condição, sugere um trabalho científico publicado no fim do ano passado.

Estudos não apontaram zumbido como efeito adverso Os estudos de fase 3 das quatro vacinas, que envolveram dezenas de milhares de participantes ao redor do mundo, não citam o zumbido como efeito adverso.

Mas já é esperado que algumas reações muito raras só sejam observadas quando os imunizantes comecem a ser aplicados em massa.

A médica otorrinolaringologista Jeanne Oiticica, especialista no tratamento de zumbido, tontura e surdez, reforça que o percentual de incidência do zumbido como efeito colateral é extremamente baixo e que não justifica a opção por não tomar a vacina, dado o fato de que o risco de contrair a covid-19 e desenvolver um quadro grave é mais alto.

Ela afirma que não está bem claro o motivo que causa o zumbido, mas sugere que essas reações "podem ser desencadeados a depender do perfil genético, hereditário, daquele indivíduo".

"O provável mecanismo por trás a gente não conhece, não está completamente elucidado, mas acreditamos que está relacionado a uma reação exagerada aos componentes vacinais, incluindo aí a possibilidade de um efeito tromboembólico, microtromboembólico, trombótico nessa região aí da via auditiva, seja na orelha, seja na via auditiva central", afirma a médica, que faz parte do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial) e do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

A profissional pontua que algumas vacinas, como as de RNA mensageiro (Pfizer e Moderna) são mais reatogênicas, mas que os efeitos adversos mais comuns são passageiros. Podem ocorrer em torno de 10% a 15% das pessoas, e normalmente são febre, dores no corpo, calafrios, cansaço e dor de cabeça, além de reações no local da injeção.

A reportagem procurou o Ministério da Saúde para obter informações sobre efeitos adversos relatados das vacinas em uso no país: CoronaVac, AstraZeneca e, mais recentemente, Pfizer. Mas a pasta não enviou os dados solicitados.

No painel de farmacovigilância da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não consta zumbido como reação das vacinas aplicadas no país até o momento.

Estabelecer relação direta com vacina é difícil O médico otorrinolaringologista Alexandre Colombini explica que o zumbido pode ter diversas causas, desde as que envolvem o ouvido, como perda de audição, até fatores emocionais, como ansiedade.

Todavia, a origem pode ser ainda odontológica, vascular, neurológica, comportamental (principalmente alimentação), entre outras.

Até mesmo medicamentos usados no dia a dia como ibuprofeno e ácido ácido acetilsalicílico (Aspirina) podem provocar zumbido, diz o especialista.

Por esta razão, afirma, relacionar a vacina exclusivamente ao surgimento ou agravamento do zumbido é difícil.

"Para dizer que um paciente teve zumbido porque tomou a vacina, eu tenho que ter certeza que eu excluí todas as outras causas, o que é praticamente impossível. A não ser que tenha uma amostra estatisticamente, de 100 pessoas que tomaram a vacina, 30 começam a ter zumbido, por exemplo. [...] Se a gente começa a observar que, estatisticamente, começa a ter uma relevância, aí talvez comece a ficar mais fácil de fazer uma correlação com a vacina ou com um tipo de vacina. Mas a princípio é complicado."

Colombini lembra ainda que estudos estimam que até 17% da população mundial pode zumbido, sendo a perda de audição ou disfunção do complexo auditivo as causas mais comuns.

Independentemente de haver suspeita ou não de relação com a vacina, o médico diz que o zumbido deve ser investigado, até mesmo porque, ao contrário do que muitas vezes se espalha na internet, este é um problema para o qual há tratamento e chance de cura.

"Independente de você ter zumbido antes, durante ou depois da vacina, o fato de você ter zumbido já é uma indicação para você procurar um profissional, um otorrinolaringologista, para poder fazer a investigação. Esse zumbido pode ser desde um erro alimentar até um tumor dentro da sua cabeça, sem exagero. [...] Muitas vezes, a gente pesquisa, faz inúmeros exames, verifica dieta, todas as causas e não consegue chegar no diagnóstico. E aí acabamos tentando tratar os sintomas. Às vezes, posso realmente não conseguir tirar o zumbido, mas consigo amenizar, que aquilo não vai te incomodar."

 

R7

Foto: THILO SCHMUELGEN/REUTERS

 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos países, nesta sexta-feira (14), que não imunizem crianças e adolescentes contra a covid-19 e destinem estas doses para o sistema Covax, criado para que países com menos recursos tenham acesso à vacinação.

"Entendo que alguns países queiram vacinar suas crianças e adolescentes, mas eu lhes peço para reconsiderar isso e dar vacinas para o Covax", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertindo que, no ritmo atual de propagação do coronavírus, o segundo ano da pandemia será "muito mais letal" do que o primeiro.

Tedros criticou em diversas ocasiões o objetivo dos países mais ricos de vacinar a maior parte de suas respectivas populações o mais rápido possível, sem levar em consideração que os menores de idade são pouco propensos a ficar doentes por causa da covid, e tampouco a infectar outras pessoas. Ao mesmo tempo, países como Índia, Nepal ou Sri Lanka sofrem taxas de contágio explosivas, recordou Tedros.

O programa Covax, que a OMS administra em parceria com fundos privados, ficou sem boa parte do fornecimento de vacinas que esperava para o segundo trimestre do ano porque países como a Índia, que fabrica a maior parte dos fármacos do mecanismo, decidiram proibir as exportações.

AFP

 

vacianpiPara possibilitar a continuidade da imunização dos piauienses, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), recebeu, nesta quinta-feira (13), 102.100 vacinas contra a Covid-19, do Ministério da Saúde.

“Estamos recebendo hoje mais este quantitativo de doses, que ajudará a completar o ciclo vacinal de alguns grupos, com a segunda dose e avançar na vacinação do grupo de comorbidades, gestantes, puérperas e pessoas com deficiência permanente”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.

As 72.500 doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz serão destinadas para a segunda dose de 22% das pessoas de 65 a 69 anos contempladas na pauta 13-A e 40.230 mil doses para complementação dos grupos inseridos na pauta 18-A são eles: trabalhadores de saúde da pauta 5-A, povos de comunidades tradicionais quilombolas das pautas 9-A e 10- A e pessoas de 65 a 69 anos das pautas 10-A e 12-A. Já as 29.600 vacinas da Sinovac/Butantan vão contemplar a primeira dose de 3% do grupo de pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas, além de pessoas com deficiência permanente (12.657 doses). E o restante para complementar as segundas doses.

Na última terça-feira (11), o estado do Piauí também recebeu 16.380 doses da vacina Pfizer, destinadas ao grupo de pessoas com comorbidades. Estas doses serão aplicadas somente na capital Teresina, devido às condições de logística e armazenamento necessárias.

 

Sesapi

Foto: divulgação

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam que a incidência da covid-19 se mantém em um patamar elevado no Brasil, o que dá oportunidade para o surgimento de novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 e torna o risco de uma terceira onda "ainda mais grave". A análise consta no boletim divulgado ontem (12) pelo Observatório Covid-19, que aponta também uma ligeira redução nas taxas de mortalidade e na ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). 

"A observada manutenção de um alto patamar, apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, exige que sejam mantidos todos os cuidados, pois uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave", avalia o boletim.

Desde o fim de abril, há uma tendência de queda de 1,7% nos óbitos por dia, enquanto os casos aumentam 0,3% por dia. O número de mortes, porém, continuava muito elevado na semana de 2 a 8 de maio, próximo das 2,1 mil vítimas por dia. 

O percentual de pessoas diagnosticadas que vão a óbito (letalidade) também caiu, de 4,5% em março para cerca de 3,5% na última semana, o que pode indicar um aumento na capacidade de diagnóstico e no tratamento de casos graves. 

"Neste momento da pandemia cabe o reforço das ações de vigilância em saúde para fazer a triagem de casos graves, o encaminhamento para serviços de saúde mais complexos, bem como a identificação e aconselhamento de contatos. Nesse sentido, a reorganização e ampliação da estratégia de testagem é essencial para evitar novos casos, bem como reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares", recomendam os pesquisadores. 

Leitos 

O boletim divulgado ontem aponta uma melhora significativa na ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na Região Norte, onde Roraima (37%), Acre (57%) e Amazonas (55%) estão na zona de alerta baixo. Fora esses três estados, a Paraíba é a única que apresenta ocupação na zona de alerta baixo, com 59%.

Apesar disso, sete estados de outras regiões têm ao menos 90% dos leitos ocupados: Piauí (90%), Ceará (90%), Rio Grande do Norte (95%), Pernambuco (96%), Sergipe (97%), Paraná (93%) e Santa Catarina (91%). Também estão na zona de alerta crítico para a ocupação de UTIs: Roraima (88%), Bahia (80%), Mato Grosso do Sul (85%), Distrito Federal (81%), Tocantins (81%), Rio de Janeiro (87%) e Goiás (84%). 

O número de estados na zona de alerta médio é o maior desde 22 de fevereiro. São nove as unidades da federação com as UTIs entre 60% e 80% de ocupação: Amapá (72%), Pará (69%), Maranhão (67%), Mato Grosso (79%), Alagoas (74%), Minas Gerais (79%), Espírito Santo (77%), São Paulo (79%) e Rio Grande do Sul (73%). 

O boletim sugere que a nova conjuntura da pandemia "pode permitir a readequação dos serviços de saúde, com atuação mais intensa dos serviços de Atenção Primária de Saúde, bem como o esclarecimento da população, empresas e gestores locais sobre a importância de se intensificar as práticas de proteção individuais e coletivas, como o uso de máscaras, higienização pessoal e de ambientes domiciliares".

Os pesquisadores reforçam que locais e atividades de interação social, principalmente em ambientes fechados e com grande números de pessoas devem continuar sendo evitados. "Somente essas medidas, aliadas à intensificação da campanha de vacinação, podem garantir a queda sustentada da transmissão e a recuperação da capacidade do sistema de saúde".

Agência Brasil