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A farmacêutica alemã BioNTech anunciou nesta segunda-feira (10) que não existe evidência de que sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em conjunto com a Pfizer, precise de modificações para ter eficácia contra as outras variantes do vírus.

"Até o momento não há evidência de que seja necessária uma adaptação da atual vacina anticovid da BioNTech contra as variantes identificadas", afirmou a empresa em um comunicado. Apesar disso, a BioNTech desenvolveu uma estratégia para lidar com as variantes, caso haja necessidade no futuro. A empresa apresentou à FDA (Food and Drug Administration) dos EUA, uma emenda adicional ao estudo do ensaio global das fases 1,2 e 3 que inclui uma avaliação do impacto de uma terceira dose e uma avaliação de modificação da vacina. "O objetivo deste estudo é explorar o caminho regulatório que a BioNTech e a Pfizer seguiriam se o SARS-CoV-2 mudasse o suficiente para exigir uma vacina atualizada. Este teste começou em março de 2021", explicou.

A vacina da Pfizer oferece mais de 95% de proteção contra infecção, internação e morte pela covid-19, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira (6) na revista Lancet.

A pesquisa foi feita com base em dados da campanha de vacinação de Israel, que usou apenas o imunizante da farmacêutica norte-americana.

A BioNTech ressaltou ainda no comunicado desta segunda-feira (10) que vários ensaios clínicos estão em andamento como testes em crianças de 6 meses a 11 anos e coleta de mais dados em mulheres grávidas saudáveis.

A BioNTech revelou que também está trabalhando para aprimorar a conservação das vacinas em ambientes menos frios. Atualmente, as vacinas devem ser armazenadas a -20°C em freezers farmacêuticos por até duas semanas.

Cerca de 450 milhões de doses da vacina da Pizer já foram distribuídas para 91 países. A União Europeia assinou contrato para a compra de 1,8 bilhão de doses para entrega ainda este ano. A previsão é que a empresa produza 3 bilhões de doses até o final deste ano e mais 3 bilhões em 2022.

AFP

criançasDe acordo com estudo feito pela Fiocruz, que foi aceito para publicação na importante revista médica Pediatric, as crianças têm mais chance de pegar a covid-19 dos adultos, do que transmitir a doença para pessoas acima dos 18 anos.

O ensaio sugere que a reabertura de escolas e creches é segura, a partir da imunização dos profissionais da saúde e de medidas de prevenção para a transmissão do SARS-CoV-2.

A Fundação, em parceria com a Universidade da Califórnia e a Escola de Medicina Tropical e Higiene de Londres, pesquisou 259 famílias da comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro, sendo 323 crianças (0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. Os voluntários foram analisados de maio a setembro de 2020. Quarenta e cinco (13,9%) crianças apresentaram o teste PCR positivo. Sendo que, 25% dos infectados tinham menos de um ano e 21% era da faixa etária de 11 a 13 anos.

O ensaio detectou que todas as crianças doentes tinham um adulto ou contato domiciliar adolescente com suspeita ou confirmação de SARS-CoV-2 antes do diagnóstico na criança.

Os resultados são compatíveis com a teoria de que os pequenos foram infectados após ou ao mesmo tempo que o adulto, principalmente quando a pessoa infectada era é o pai ou a mãe.

No começo da pandemia, em 2020, acreditava-se que as crianças poderiam ser as grandes transmissores da doença, já que no caso da gripe e de outras doenças respiratórias elas são as responsáveis por espalhar as infecções.

A pesquisa ainda ressalta a importância de incluir crianças na campanha de vacinação. Já que, se os adultos foram imunizados e os mais novos não, eles podem continuar a manter a epidemia. Levando em conta a diferença entre as estratégias de vacinação para proteção individual e as estratégias para alcançar a imunidade do rebanho.

Se no mínimo 85% de indivíduos precisam ser imunizados para conter a pandemia, este nível de proteção só pode ser alcançado com a inclusão de crianças nos programas de imunização, principalmente no Brasil, onde 25% da população tem menos de 18 anos.

R7

O comitê científico que supervisiona a campanha de vacinação contra a covid-19 no Reino Unido recomendou, nesta sexta-feira (7), que a vacina de Oxford/AstraZeneca se restrinja às pessoas com idades acima de 40 anos, após o registro de 242 casos de trombos raros. Em abril, este comitê já havia aconselhado que o imunizante da AstraZeneca/Oxford fosse administrado apenas para maiores de 30 anos.

O regulador britânico dos medicamentos, a MHRA (na sigla em inglês), anunciou em entrevista coletiva ter registrado 242 casos de coágulos sanguíneos raros em pessoas que receberam a vacina da Oxford/AstraZeneca, entre as mais de 28 milhões de doses aplicadas.

Benefícios maiores que riscos

Segundo sua diretora, June Raine, os benefícios da vacinação continuam, no entanto, sendo maiores do que os riscos apresentados pela covid-19 para "a grande maioria" da população — especialmente os idosos, que têm maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença.

Em abril, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que os coágulos sanguíneos deveriam constar como um efeito colateral "muito raro" da vacina da AstraZeneca, considerando que a relação custo-benefício permanecia "positiva".

Além da AstraZeneca, as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna estão autorizadas no Reino Unido, que conta com uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo. Quase 35 milhões de pessoas receberam a primeira dose, e mais de 16 milhões, as duas doses necessárias.

AFP

astrazenecaoxfordA MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido) afirmou nesta quinta-feira (6) que há evidências de que coágulos ligados à vacina de Oxford ocorreram mais em mulheres do que em homens, acrescentando que a diferença na incidência é pequena.

As autoridades britânicas haviam dito anteriormente que a incidência dos coágulos estava ligada à idade e que uma ligação com o sexo não havia sido estabelecida, observando que mais mulheres foram vacinadas do que homens. "Existem agora algumas evidências de que a taxa de incidência relatada é maior em mulheres em comparação com os homens, embora isso não seja visto em todas as faixas etárias e a diferença continue pequena", disse a MHRA em suas atualizações semanais.

A vacina de Oxford foi minuciosamente examinada quanto à questão dos coágulos muito raros, com maior incidência em pessoas mais jovens. Alguns países, incluindo a Grã-Bretanha, recomendam que apenas pessoas com mais de uma certa idade tenham a chance.

Nos últimos dados semanais, a MHRA disse que a incidência de casos de coágulos raros e baixos níveis de plaquetas foi de 10,5 por milhão de doses, em comparação com 9,3 por milhão na semana passada.

Ocorreram 242 casos de coágulos, dos quais 6 ocorreram após a segunda dose. Até 28 de abril, foram 22,6 milhões de primeiras doses da vacina de Oxford administradas na Grã-Bretanha, com 5,9 milhões de segundas doses.

"Os benefícios da vacina superam os riscos na maioria das pessoas", afirmou a MHRA.

Reuters

Foto: ROB ENGELAAR / EFE - EPA