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Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford aponta que, em comparação com as pessoas que têm uma dieta com alimentos derivados de animais, os vegetarianos, veganos e pessoas que só comem carne de peixe - com menor ingestão de cálcio e proteína - apresentam um risco maior de sofrer fraturas em qualquer parte do corpo.

O levantamento acompanhou cerca de 55 mil pessoas que vivem no Reino Unido durante os anos de 1993 e 2016. O estudo foi publicado na revista de acesso aberto BMC Medicine.

Dos 54.898 participantes incluídos no estudo:

29.380 tinham carne incluída na dieta
8.037 comiam somente peixe
15.499 eram vegetarianos
1.982 eram veganos
Os hábitos alimentares foram avaliados inicialmente no recrutamento [em 1993] e novamente em 2010. Os participantes foram acompanhados continuamente por cerca de 18 anos.


O grupo de veganos foi o que apresentou o maior risco de fraturas totais, resultando em 20 casos a mais a cada mil pessoas em um período de 10 anos. As fraturas de quadril, por exemplo, em veganos eram até 2 vezes mais frequentes do que em pessoas que comem carne.

Segundo os pesquisadores, estudos anteriores já mostravam como o baixo nível do índice de Massa Corporal (IMC) está diretamente associado a um aumento no risco de fraturas no quadril. Já a baixa ingestão de cálcio e proteína está ligada a uma piora na saúde óssea. Com isso, foi possível comprovar que os veganos, que em média tinham IMC mais baixo além de menor ingestão de cálcio e proteína do que os carnívoros, apresentavam maior risco de fraturas em vários locais.

Os autores reforçam que dietas bem balanceadas e predominantemente à base de plantas podem resultar em melhores níveis de nutrientes e têm sido associadas a menores riscos de doenças cardíacas e diabetes. Porém, é importante levar em consideração os benefícios e riscos e buscar garantir os níveis adequados de cálcio e proteína para manter um IMC saudável.


Para adultos, um IMC entre 20 e 22 indica a quantidade ideal, saudável de gordura corporal.

Fraturas
Durante o estudo, os voluntários relataram 3.941 fraturas no total. Entre elas havia 566 no braço, 889 no punho, 945 no quadril, 366 na perna, 520 no tornozelo e 467 fraturas em outros locais, como clavícula, costelas e vértebras.

Os veganos com menor ingestão de cálcio e proteína, em média, tiveram um risco 43% maior de fraturas em qualquer parte do corpo (fraturas totais), bem como maiores riscos de fraturas específicas dos quadris, pernas e vértebras.


Vegetarianos e pessoas que se alimentavam somente de peixe, tiveram um risco maior de fraturas de quadril em comparação com pessoas que se tinham carne na dieta.


Os pesquisadores descobriram que as diferenças no risco de fraturas totais e específicas do local foram parcialmente reduzidas uma vez que o IMC, o cálcio dietético e a ingestão de proteína foram reajustados.

Por que isso acontece?
Segundo Cecília Richard, presidente do comitê de doenças osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatogia, a ingestão insuficiente de cálcio é um dos principais problemas que causam uma deficiência na estrutura óssea.

"O principal mineral do osso é o cálcio, independente da origem dessa substância ela precisa ser consumida o suficiente para oferecer proteção. Cientificamente, as fontes de cálcio de origem vegetal não possuem a mesma quantidade de cálcio que a de origem animal. Por isso, veganos ou vegetarianos precisam fazer uma ingestão muito maior do mineral", afirma Richard .


Nessa situação, a especialista reforça a importância de um acompanhamento médico com uma nutricionista durante a alteração na dieta, que será responsável para prescrever a quantidade ideal de nutrientes e minerais para que o indivíduo não tenha nenhuma escassez de alguma substância.

Consequências da idade
Conforme envelhecemos, a nossa estrutura óssea fica mais fraca, ou seja, uma pessoa que não ingeriu cálcio na quantidade indicada pode estar mais propensa a sofrer com doenças como a osteoporose, uma condição metabólica que se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea e aumento do risco de fraturas.

A osteoporose é uma doença que acomete mais mulheres depois da menopausa, mas os homens também sofrem com a condição. Por isso, a prevenção é importante.

"Isso é progressivo, conforme ficamos mais velhos nossa estrutura óssea vai ficando mais desgastada. Aqui vemos a importância da suplementação e uma dieta equilibrada, principalmente para mulheres. Em torno dos 45 anos, a mulher passa a apresentar uma baixa proteção da estrutura óssea, algo considerado normal pela baixa produção hormonal. No entanto, muitas vezes essa mulher nunca teve a massa estrutural óssea ideal", completa Richard.

 

G1

mutaçoesO coronavírus está sofrendo mutação à medida que se espalha pelo mundo na pandemia, mas nenhuma das mutações atualmente documentadas parece torná-lo capaz de se proliferar mais rápido, disseram cientistas nesta quarta-feira (25).

Em um estudo a partir de dados globais de genomas de vírus realizado com 46.723 pessoas com covid-19 em 99 países, os pesquisadores identificaram mais de 12.700 mutações, ou alterações, no vírus SARS-CoV-2.


"Felizmente, descobrimos que nenhuma dessas mutações está fazendo a covid-19 se espalhar mais rapidamente", disse Lucy van Dorp, professora do Instituto de Genética da University College de Londres e uma das co-líderes do estudo.

Ela acrescentou, no entanto, que "precisamos permanecer vigilantes e continuar monitorando novas mutações, particularmente à medida que as vacinas são lançadas".

Sabe-se que os vírus sofrem mutações o tempo todo e alguns -como os da gripe - mudam com mais frequência do que outros.

A maioria das mutações é neutra, mas algumas podem ser vantajosas ou prejudiciais aos vírus e algumas podem reduzir a eficácia das vacinas contra eles. Quando os vírus mudam assim, as vacinas devem ser adaptadas regularmente para garantir que estão atingindo o alvo certo.

Com o vírus SARS-CoV-2, as primeiras imunizações a mostrarem eficácia poderiam obter aprovação regulatória e começar a ser usadas para antes do final deste ano.

Entre mais de 12.706 mutações identificadas, cerca de 398 parecem ter ocorrido repetidamente e de forma independente, disseram os pesquisadores no estudo publicado nesta quarta-feira no periódico acadêmico Nature Communications.

Dentre as 398 mutações, os cientistas se concentraram em 185, que eles descobriram ocorrer pelo menos três vezes de forma independente durante o curso da pandemia.

Os pesquisadores não encontraram evidências de que alguma das mutações comuns esteja aumentando a transmissibilidade do vírus. Em vez disso, eles disseram que as mutações mais comuns são neutras para o vírus.

 

Reuters

Foto: reprodução Pixabay

 

 

A vacina Sputnik V, produzida na Rússia, apresentou eficácia de mais de 95%, passados 42 dias da primeira dose, segundo indicaram nesta terça-feira (24) o Centro Gamaleya e o Fundo de Investimentos Diretos do país.

De acordo com os dados preliminares da segunda análise, a efetividade da vacina russa, depois de 28 dias, é de 91,4%. Neste caso específico, foram 39 infectados, sendo que 31 fizeram uso de placebo, e oito da vacina testada.

Ao todo, segundo nota oficial dos desenvolvedores do projeto, 14.095 voluntários receberam a Sputnik V, enquanto em 4.699 pessoas, foi aplicado placebo.

Atualmente, 40 mil voluntários participam da terceira fase de testes clínicos da vacina russa. Para mais de 22 mil deles foi oferecida a primeira dose.

Segundo os dados apresentados hoje, em 19 mil voluntários foi aplicada a primeira e a segunda dose.

Durante as análises, os pesquisadores não detectaram nenhuma reação adversa "inesperada" à vacina entre os voluntários.

O Fundo de Investimentos Diretos da Rússia destacou no comunicado o valor da dose, que é de menos de US$ 10 (R$ 53,82), duas vezes menos que a produzida pelas companhias farmacêuticas Moderna e Pfizer.

Além disso, está sendo feita a produção da vacina desidratada, a partir da tecnologia de liofilização, o que facilitará o transporte para o exterior, especialmente, em regiões de difícil acesso e outras com clima tropical.

A primeira remessa da Sputnik V para o mercado estrangeiro chegará aos clientes em janeiro de 2021, com base em acordos já feitos com parceiros internacionais.

 

EFE

imuneUm grupo internacional de pesquisadores apoiado pela FAPESP realizou o cruzamento de milhares de dados sobre o funcionamento do sistema imune de pacientes com covid-19 e estabeleceu possíveis fatores para explicar a menor incidência de casos graves entre mulheres. As informações possibilitam o estudo de possíveis alvos terapêuticos para a doença, podendo reduzir a incidência de casos graves. Os resultados foram divulgados na plataforma medRxiv, ainda em versão preprint (sem revisão por pares).


“Percebemos que as mulheres conseguem responder mais apropriadamente ao vírus. O sistema imune feminino ativa respostas de citocinas de forma bem intensa, porém, não tanto de determinados tipos que poderiam causar danos aos órgãos. Ao mesmo tempo, nas mulheres infectadas é reduzida a expressão de genes dos neutrófilos, que são células que podem causar dano tecidual, algo crítico na covid-19”, explica Otávio Cabral Marques, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo.

A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) apoia a pesquisa, à qual estão vinculados outros três projetos, dois deles coordenados por Marques, além da bolsa de pós-doutorado no ICB-USP de Paula Paccielli Freire, primeira autora do trabalho.

Com o auxílio de ferramentas de bioinformática, os pesquisadores analisaram dados genômicos disponíveis publicamente no repositório GEO Database (Gene Expression Omnibus). As informações foram obtidas de material coletado de secreções da nasofaringe e de exames de sangue, somando mais de mil pacientes com covid-19. Ao cruzar as informações, o grupo concluiu que as mulheres de várias faixas etárias têm um perfil imunológico mais parecido ao de pacientes jovens, enquanto os homens se assemelham aos mais velhos. É sabido, desde o surgimento do novo coronavírus, que o segundo grupo tem uma pior resposta à infecção pelo SARS-CoV-2.

 

Não se sabe por que razão as mulheres têm maior proteção ao vírus. Uma vez que vários receptores para hormônios femininos são expressos no sistema imune, porém, é possível que isso colabore para que as pacientes tenham uma imunidade mais desenvolvida.

Outro fator que poderia explicar as diferenças seria o estilo de vida dos pacientes, como uma menor ocorrência de tabagismo e alcoolismo entre as mulheres, por exemplo. Esse tipo de informação, porém, não estava disponível nos bancos de dados usados. “Talvez seja uma combinação desses diferentes fatores, hormonais e comportamentais, mas não temos como saber com as informações de que dispomos”, diz Marques.

Alvo

O grupo encontrou uma série de vias de sinalização molecular diferentemente expressas em homens e mulheres. Esses conjuntos de genes podem ser alvos para futuros tratamentos. Fármacos já conhecidos por regular essas vias poderiam ser usados para inibir, por exemplo, a expressão excessiva de citocinas. Essas moléculas são liberadas pelo organismo para se defender do vírus, mas em excesso podem causar danos aos órgãos, principalmente o sistema respiratório, podendo levar à morte.

A inibição de algumas dessas vias, como as chamadas CXCR2 e IL1beta, tem tido resultados promissores em experimentos com doenças autoimunes. Esse tipo de tratamento poderia ser uma alternativa para evitar o agravamento dos casos de covid-19 tanto em homens como em mulheres de todas as idades.

“Os resultados trazem informações úteis para o tratamento. Embora o estudo dê sugestões de por que os homens são mais suscetíveis à forma grave da doença, em qualquer pessoa essas vias parecem ser importantes no agravamento dos casos. Um paciente internado, antes de começar ter um comprometimento do pulmão, por exemplo, poderia receber um medicamento para fazer a inibição de uma dessas vias, evitando uma inflamação excessiva. É uma hipótese que queremos investigar”, afirma o pesquisador.

O artigo Specific immune-regulatory transcriptional signatures reveal sex and age differences in SARS-CoV-2 infected patients pode ser lido em: www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.11.12.20230417v1.

 

Agência Fapesp

Foto: Pixabay