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pulmaoA Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que inclui os diagnósticos de enfisema pulmonar e bronquite crônica, como o próprio nome diz, obstrui as vias aéreas, o que dificulta a respiração. O hábito de fumar é a principal razão para o problema, que a partir desse ano será a terceira causa de morte em todo o mundo, de acordo com estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo o pneumologista Flávio Arbex, doutor em pneumologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e professor dessa disciplina na Uniara (Universidade de Araraquara), 90% dos casos de DPOC no Brasil são causados pelo tabagismo. Mas também existem fatores ambientais e genéticos envolvidos.


Ele afirma que pessoas acima dos 40 anos são as mais atingidas pela doença. "É muito comum a pessoa que fuma ter aquele pigarro típico e pensar que não é nada, mas pode ser um sinal de DPOC", destaca.

Os sintomas ainda incluem falta de ar ao fazer esforços, tosse com secreções - que piora pela manhã - , chiado no peito e as chamadas exacerbações, quando esses sinais se apresentam de maneira mais forte.

"Com a evolução da doença, a pessoa vai se limitando cada vez mais e deixando de fazer as coisas por conta da falta de ar. Até chegar ao ponto em que ela nem sai mais de casa", observa o especialista.

Arbex chama atenção para o fato de que muitos indivíduos têm a doença, mas não sabem, como mostrou o Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar (PLATINO). O estudo envolveu 1000 habitantes da cidade de São Paulo: 15% tinham DPOC e, dentre eles, 87% não sabiam.

O costume de subestimar possíveis sintomas e a não realização da espirometria, exame que serve para identificar a doença são as razões apontadas pelo pneumologista para essa situação.

"O subdiagnóstico é um problema. Ele [exame] é menos pedido do que deveria", analisa. "Hoje mesmo eu fiz o diagnóstico em um paciente de 77 anos que cansa para tomar banho. Ele nunca tinha feito uma espirometria", exemplifica.

A análise permite medir a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira. "Eu peço para a pessoa encher o peito de ar e expirar. Se a pessoa tem dificuldade de colocar o ar para fora, ela possui uma doença pulmonar obstrutiva", descreve.

Sobre a projeção feita pela OMS de que a DPOC se tornará a terceira causa de morte a partir deste ano, Arbex explica que isso deve acontecer porque o surgimento dos sintomas é demorado e as consequências da doença são vivenciadas a longo prazo.

"Essa é uma doença prolongada. Você pode conviver com ela por 10, 20, 30 anos. Estamos pegando as sequelas de quem começou a fumar lá atrás, como foi o caso de muitas mulheres na década de 80", esclarece.

O tratamento é feito com medicamentos que melhoram a falta de ar, reabilitação pulmonar e oxigenioterapia a depender da gravidade da doença. "Mas o principal é parar de fumar", enfatiza Arbex. Ele acrescenta que pacientes com DPOC devem manter em dia as vacinas contra o vírus influenza e a bactéria conhecida como pneumococo, pois pneumonia e gripe contribuem para a piora do quadro clínico.

 

R7

Foto: pixabay

O mundo chegou a 54.771.888 casos de covid-19 nesta terça-feira (17), após a confirmação de 456.751 contágios nas últimas 24 horas, segundo os dados repassados pelas autoridades de diversos países à Organização Mundial da Saúde (OMS).


A atualização dos dados indica que 6.871 novas mortes foram registradas, o que eleva para 1.324.249 o total de óbitos causados pela doença provocada pelo novo coronavírus.


Por regiões, a América é a mais afetada e acumula 23.371.968 casos, quase a metade (10.933.918) correspondente aos Estados Unidos. O Brasil, segundo colocado na região e terceiro no mundo, tem 5.863.093 casos confirmados pela organização.

Os EUA reportaram mais de um milhão de casos de covid-19 na última semana. Em comparação semanal, a Índia foi o segundo país com mais novos casos, 282 mil, chegando a 8.874.290.


Por aumento semanal de casos, a Itália foi o terceiro lugar, com 245 mil, enquanto o Brasil ficou na quarta posição, com quase 199 mil novos contágios.

 

EFE

modernaA participação do Brasil no Covax (Fundo de Acesso Global à Vacina para covid-19) pode garantir que o país tenha acesso a um dos imunizantes mais avançados nos testes: o da norte-americana Moderna.

Na segunda-feira (16), a empresa anunciou que a vacina tem 94,5% de eficácia contra o coronavírus, após análise preliminar da fase 3 dos testes clínicos, que incluem mais de 30 mil voluntários.


A cota do Covax adquirida pelo governo brasileiro, no valor de R$ 2,5 bilhões, garante ao país uma reserva de mercado de 42 milhões de doses de uma ou mais das nove vacinas em estudo que fazem parte do programa.

O R7 questionou o Ministério da Saúde se há intenção de escolher a vacina da Moderna, caso seja aprovada em breve pela agência reguladora dos Estados Unidos, a FDA.

A pasta não tratou especificamente deste imunizante, apenas disse que "todas as vacinas do mundo em fase avançada de estudos clínicos estão sendo analisadas".

"Atualmente, o ministério acompanha cerca de 270 pesquisas, muitas já em estágio avançado e com resultados promissores. Todas as apostas necessárias serão feitas para achar uma solução definitiva para imunizar a população brasileira", acrescenta.

Ao mesmo tempo, o governo brasileiro também analisa uma proposta da também norte-americana Pfizer, cuja vacina deve ser submetida a um pedido de aprovação emergencial ainda neste mês nos EUA. Esta, porém, não integra o Covax e teria que ser negociada por acordo bilateral.

Temperatura é vantagem
Diferente da concorrente, a Moderna diz que a temperatura de armazenamento da vacina desenvolvida por ela traz uma vantagem, tendo em vista que a da Pfizer precisa ser mantida a -70°C, o que requer caixas especiais com gelo seco.

"Você tem a capacidade de mantê-la em -20°C, que é essencialmente uma temperatura normal do freezer em casa ou de freezer médico por até seis meses, dos quais até 30 dias podem estar em uma temperatura normal de geladeira", disse o chefe de operações da Moderna, Ray Jordan, em uma entrevista ontem à CTV News, do Canadá.


A Moderna tem apoio do NIH (Institutos Nacionais de Saúde) dos Estados Unidos no desenvolvimento do imunizante.

Assim como a da Pfizer, a tecnologia adotada é a da RNA mensageiro, que usa uma molécula produzida em laboratório a partir da sequência genética do coronavírus causador da covid-19 (SARS-CoV-2).

Quando a pessoa recebe a vacina, o organismo interpreta as moléculas como se fossem o vírus — mas elas não causam danos — e começa a produzir anticorpos.

Posteriormente, se o indivíduo vacinado tiver contato com o SARS-CoV-2, a chance de estar protegido é de 94,5%, segundo o estudo da Moderna.

 

R7

Foto: Dado Ruvic/Illustration/Reuters

vacinbcgA ENSP (Escola Nacional de Saúde Pública), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), começou nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, os testes do BTB (Brace Trial Brasil), um estudo com o uso da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) com objetivo de reduzir o impacto da covid-19 em profissionais de saúde - enfermeiros, médicos, técnicos, fisioterapeutas, recepcionistas e porteiros, maiores de 18 anos. O voluntário não pode ter sido infectado pela covid-19 e nem participar de outro ensaio clínico.

O projeto é liderado mundialmente pelo pesquisador australiano Nigel Curtis, do Murdoch Children’s Research Institute, e financiado pela Gates Foundation (Fundação Bill e Melinda Gates). Com o início dos testes, o Brasil se junta à Austrália, Espanha, Reino Unido e Holanda.

Ao todo serão vacinados 10 mil profissionais de saúde, sendo mil no Rio de Janeiro e dois mil em Mato Grosso do Sul.

A coordenadora do estudo no Brasil, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, disse que antes de começarem a fazer parte do estudo os voluntários fazem testes de PCR para verificar se não têm covid no momento da aplicação. Os participantes terão amostras de sangue colhidas para estudos de marcadores imunológicos e serão acompanhados durante um ano.

“Serão vistos e examinados após três meses, aos seis, aos nove e 12 meses. Em todas essas consultas, será colhido sangue para determinação desses marcadores imunológicos, e será avaliado interinamente aos seis meses após a vacinação e ao final como qualquer estudo de Fase III de vacina ao final de 12 meses os resultados definitivos”, explicou Margareth Dalcolmo à Agência Brasil.

O recrutamento dos voluntários será realizado pelo Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) e pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh). O interessado em ser voluntário pode se inscrever na página da Fiocruz.

Segundo a pneumologista, o estudo já conta com 500 inscritos no Rio de Janeiro.

Início dos testes

Nesta segunda (16), os testes começaram a ser feitos nas instalações da Fiocruz, em Curicica, e na quarta-feira (18) têm início no Campus de Manguinhos.

A médica informou que os estudos já partem da Fase III, porque a BCG é uma vacina singular muito conhecida, e usada há 50 anos em todos os recém-nascidos. Além disso, os estudos, previamente realizados por outros motivos que não a pandemia atual, mostraram uma proteção para outras viroses respiratórias de grupos de população estudados, sobretudo na África.

Conforme explicou, isso levantou a hipótese de que a BCG pudesse ser usada, por ter reação imunológica tão variada que chega a ser chamada até de imunidade treinada, como se treinasse o organismo para se defender contra outros patógenos, especialmente os virais.

“A hipótese formulada é de que diante de uma nova virose do novo coronavírus ela possa ter efeito protetor evitando as formas mais graves de covid-19 ou a própria doença”, disse.

O primeiro acompanhamento dos voluntários que tomam a vacina será diário nos próximos 14 dias. “As pessoas que tiverem sido vacinadas agora serão estudadas. Elas já colheram sangue hoje, no momento zero da vacinação. Serão acompanhadas diariamente nos primeiros 14 dias. Todos os voluntários recebem telefone e vídeo chamadas do estudo. Com as outras vacinas também é assim”, disse, acrescentando que nesse primeiro dia foram vacinados dez voluntários.

A pesquisadora incentiva a participação dos profissionais da saúde nos estudos, avaliados por ela como muito bem conduzidos, com cepa vacinal dinamarquesa de boa qualidade, já muito conhecida por todos os países participantes. Nenhum país tem resultados preliminares dos testes. “O Brasil foi o último país a entrar e temos reuniões semanais com todos os responsáveis dos outros países. Já há 3.700 pessoas dos 10 mil já incluídos. Essas pessoas estão em observação ainda. Não há nenhum resultado, nem interino. O estudo começou antes de nós, mas em nenhum deles deu tempo ainda de fazer análise interina, que será feita aos seis meses”, disse.

 

Agência Brasil

Foto: Itamar Crispim/ Fiocruz