Ontem teve Drive Thru de Vacinação no Cais da Beira Rio. A programação da Campanha de Vacinação contra a Gripe começou às 16h e as equipes da Secretaria de Saúde e da UFPI entraram pela noite no trabalho.
A ação está contemplando os grupos prioritários da 3ª etapa e uma fila de carros foi formada, já que não é necessário que as pessoas saissem dos seus carros ou descessem das suas motocicletas.
Nesta segunda-feira, 18, a atualização da Secretaria de Estado da Saúde confirma mais 153 casos de Covid-19 de residentes no Piauí e cinco óbitos em decorrência da infecção causada pelo vírus. As vítimas, quatro homens e uma mulher são de Teresina, Água Branca, Matias Olímpio e Uruçuí.
De acordo com o boletim, todos os pacientes que faleceram tinham algum tipo de doença relacionada. O homem de Matias Olímpio, de 73 anos (cardiopata), o de Uruçuí, de 53 anos (diabético), o de Teresina, 67 anos (cardiopata) e o de Pavussu, 75 anos (septicemia). Já a mulher de Água Branca, que tinha 65 anos, era diabética.
Das 85 mortes registradas até agora, há 53 homens e 32 mulheres, com idades entre 13 e 97 anos de idade. A vítima mais nova era de Pedro II e a mais velha de Teresina. Ambas do sexo feminino.
Dos 153 novos casos de Covid-19 positivados em um período de 24 horas, de acordo com o Informe Epidemiológico, 83 são mulheres e 70 homens, com idades que variam de dois meses a 88 anos.
As cidades de Avelino Lopes, Dirceu Arcoverde, Dom Inocêncio, Nazaré do Piauí, Nova Santa Rita, Olho D' água do Piauí, Pavussu e Passagem Franca registraram os primeiros casos da doença.
Agora, são 2.440 casos distribuídos entre 113 cidades, o que representa mais da metade dos municípios do estado com casos confirmados.
Os primeiros testes em humanos de uma vacina para Covid-19 chegaram a resultados positivos, diz a empresa americana de biotecnologia Moderna, responsável pelo desenvolvimento do produto. Nesta segunda-feira, 18, a organização afirmou que as oito primeiras pessoas imunizadas com duas doses do fármaco apresentaram resposta imunológica ao vírus semelhante à produção de anticorpos que ocorre no sangue de pacientes já recuperados da doença.
O grupo de voluntários saudáveis que recebeu a imunização desde março não apresentou efeitos colaterais graves. A empresa afirmou que a vacina é segura e que está seguindo um rápido cronograma de estudos. A segunda fase da testagem, com 600 pessoas, iniciará em breve. Em julho, está previsto o início de uma etapa ainda maior, com milhares de voluntários saudáveis.
Se os testes foram positivos, a vacina poderá ficar disponível para uso generalizado até o final deste ano ou início de 2021, disse Tal Zaks, diretor médico da empresa ao jornal The New York Times. A empresa afirma estar trabalhando para alcançar o maior número possível de doses do produto.
Com a resposta inicial positiva, o mercado de ações americano teve alta nas bolsas o que refletiu também no mercado brasileiro. Por volta das 11h da manhã, o Ibovespa apresentava alta de 3,3% e marcava 80.116 pontos.
Mais de 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo já podem ser consideradas recuperadas da covid-19, doença que se espalhou por mais de 180 países de todos os continentes e foi declarada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março. A infecção causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 já contagiou mais de 4 milhões de pessoas no planeta, e, como a letalidade do vírus não está entre as mais elevadas de que se tem notícia, boa parte desse grupo vai se juntar aos recuperados nas próximas semanas.
Um exemplo desse provável movimento nos números é a China, país que registrou em dezembro os primeiros casos da doença na cidade de Wuhan. O país, de quase 1,4 bilhão de habitantes, adotou medidas severas de confinamento e informa que conteve a epidemia em um patamar estabilizado de 84 mil casos. Desde o pico da transmissão na China, entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, os registros diários de casos foram reduzidos a menos de 100 por dia, com raras exceções. Com o crescimento do número de recuperados e a desaceleração das novas infecções, o país hoje soma cerca de 79,2 mil curados e 4,6 mil mortes, em um universo de 84 mil casos informados pelas autoridades sanitárias do país.
Muitos países, no entanto, ainda registram um número alto de novos casos todos os dias, o que faz com que o total de casos confirmados da doença ainda seja mais que o dobro do de recuperados. O Brasil é um dos países nessa situação, com mais de 188 mil casos confirmados e cerca de 79 mil recuperados. Como os quadros leves de infecção costumam durar 14 dias após o início dos sintomas, uma parte considerável da alta diária de casos entra na conta dos casos recuperados alguns dias depois.
Mas quando alguém pode ser considerado recuperado de covid-19?
Contagem de recuperados
A OMS considera, no caso dos doentes confirmados por critério laboratorial, que estão recuperados aqueles que tiveram dois resultados negativos para SARS-CoV-2 com pelo menos um dia de intervalo. Já nos casos leves de covid-19, a OMS estima que o tempo entre o início da infecção e a recuperação dure até 14 dias.
O Ministério da Saúde informa que, no caso do Brasil, o número de recuperados considera os dois critérios da OMS. De um lado, entram na conta pacientes com infecções mais graves que foram internados e passam por novos testes para identificar se o vírus continua ativo no organismo. Do outro, estão os pacientes com casos leves, que entram na conta de recuperados quando não apresentam mais os sintomas após 14 dias do início da infecção.
As autoridades sanitárias do país consideram que ainda estão em acompanhamento todos os casos notificados pelas secretarias estaduais de Saúde nos últimos 14 dias que não evoluíram para óbito. Além disso, há os pacientes hospitalizados por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) que foram internados nos últimos 14 dias e não tiveram registro de alta ou óbito no Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe (SIVEP Gripe).
Sintomas pós-alta
Para grande parte desses recuperados, os sintomas da covid-19 terão ficado no passado. Mas, para uma parcela deles, ainda será preciso acompanhamento profissional. É o que explica a pneumologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Patrícia Canto.
"Pacientes que tiveram poucos sintomas, com um quadro parecido com um resfriado ou uma gripe, se recuperam bem e não costumam ter nenhum problema depois desses 14 dias", explica. "Os pacientes com quadro mais moderado não saem dos 14 dias e voltam ao normal. Eles têm recebido alta e procurado os serviços de saúde novamente, ainda em recuperação, muitos com uma sensação de cansaço, ainda sem conseguir voltar às suas atividades normais. Muitos ainda apresentam falta de ar.”
A pneumologista explica que os casos moderados são aqueles em que houve internação sem a necessidade de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). "O que eu tenho visto, acompanhando pacientes nessa fase pós-alta, são pacientes ainda muito cansados, com relatos de falta de ar ainda. Principalmente os que já tinham asma ou alguma doença pulmonar."
A comunidade científica ainda busca respostas sobre a duração dessas limitações pós-internação, já que a pandemia ainda é recente. "Relatos da China indicam que pessoas saíram de alta com algum grau de fibrose pulmonar, com cicatrizes. A gente não sabe se isso é definitivo e em que grau isso vai comprometer a capacidade respiratória das pessoas."
As consequências mais sérias têm sido observadas em pacientes que desenvolvem os quadros graves da covid-19. Nesse caso, as complicações muitas vezes vão além do pulmão durante a internação, com insuficiência renal e problemas de coagulação.
"Esses vão ter um período muito mais longo de recuperação", conta ela. Como o tempo de internação em UTI pode chegar a semanas, a necessidade de fisioterapia respiratória e motora tem sido frequente, principalmente para pacientes idosos.
O ataque do coronavírus a outros órgãos, em alguns casos, leva os pacientes graves à UTI antes mesmo da necessidade de ventilação mecânica, e a recuperação dessas partes do corpo vai demandar acompanhamento especializado após a alta.
Resposta autoimune
Apesar de a pneumonia viral ser a complicação mais comum dos casos graves de covid-19, a ação disseminada do vírus no organismo tem sido observada por médicos e cientistas, e ainda não se tem certeza absoluta se o que determina essas complicações é o ataque direto do vírus ou uma resposta exagerada do sistema imunológico.
"Há pacientes agravando com uma resposta imunológica muito exacerbada. O próprio sistema imune começa a trabalhar de uma forma descontrolada, e muitas dessas lesões podem ocorrer por conta dessa resposta inflamatória que o vírus desencadeia", pondera a pneumologista, que exemplifica que esses problemas podem chegar a órgãos como o cérebro e o coração.
Monitoramento
A pneumologista aconselha que os pacientes recuperados que continuem apresentando sintomas como cansaço busquem o serviço de saúde para acompanhamento médico. O retorno às atividades deve ser cuidadoso, e a prática de exercícios físicos, por exemplo, deve ser retomada de forma gradual, caso não haja mais sintomas respiratórios.
"Se o Messi torce o pé e fica quatro semanas sem jogar, quando ele volta, ele não vai jogar os dois tempos. Ele entrar nos 10 minutos finais de um jogo já ganho. É por aí", compara ela, que pede que o distanciamento social e os cuidados de higiene continuem, porque não há garantias de que pacientes já infectados possam ser considerados imunes à doença. "Permaneça na sua casa", aconselha.
Com o crescimento do número de recuperados, a pneumologista acredita que o acompanhamento desse grupo vai gerar uma nova pressão por serviços de saúde que precisa ser observada pelos gestores da área.
"A gente vê que muitos desses recuperados são pessoas ainda com algumas sequelas e sintomas, ainda que a gente não possa ter certeza de por quanto tempo elas terão esses sintomas. Veremos um aumento da demanda”, concluiu.