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O tabagismo coloca fumantes no grupo de risco da covid-19. Isso acontece porque o consumo de tabaco é causa direta de doenças pulmonares e aumenta o risco de complicações cardiovasculares. Além disso, quem fuma e já está com a doença causada pelo novo coronavírus potencializa sua disseminação, de acordo com o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Ele explica que gotículas são expelidas quando uma pessoa solta o ar, e é por meio delas que ocorre a transmissão do novo coronavírus.
"Se o fumante está com covid-19 e vai fumar, quando ele estiver soltando a fumaça, vai soltar também o vírus, que acaba se espalhando por todo o ambiente", descreve. "É uma questão de lógica. Se você tosse e espirra, está transmitindo. Imagine soltando toda a fumaça, você está transmitindo 100%", completa.

Ele destaca que a disseminação é ainda maior em ambientes fechados e sem ventilação. Na terça-feira (7), a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu "evidências emergentes" de transmissão do novo coronavírus pelo ar, o que contribuiria ainda mais para o contágio nesse contexto.

Esse reconhecimento aconteceu depois que 239 especialistas de 32 países delinearam indícios que mostram que partículas flutuantes do vírus podem infectar pessoas que as inalam. No entanto, Fiss faz ressalvas sobre essa possibilidade. "Eu tenho minhas reticências, prefiro aguardar mais pesquisas científicas", pondera.

Doenças respiratórias e 'portas' para o vírus
O pneumologista explica que tabagistas estão no grupo de risco da covid-19 porque o consumo de tabaco é a causa direta de doenças respiratórias como bronquite crônica e enfisema pulmonar que, por si só, já deixam as pessoas mais vulneráveis a ter complicações no caso de serem infectadas pelo coronavírus.

Ele acrescenta que o pulmão de fumantes têm mais expressão do receptor que o novo coronavírus usa para entrar nas células, o ECA-2 (enzima conversora de angiotensina 2). "É a porta de entrada para o vírus", define.

Esse fato, inclusive, foi apontado por uma pesquisa feita pela Baylor College of Medicine em parceria com a Universidade da Carolina do Sul e outras instituições de ensino superior dos Estados Unidos.

"Temos a hipótese de que os piores quadros de infecções por covid-19 em regiões do mundo com altos níveis de tabagismo podem ser resultado do hábito de fumar dos pacientes", afirma o diretor do Instituto de Pesquisa Clínica e Translacional de Baylor, Christopher Amos.

"Estudos com pacientes afetados pela covid-19 ajudariam a esclarecer a influência do tabagismo nas complicações causadas pela doença", ressalta.


Sobre a possibilidade de fumantes passivos também estarem mais suscetíveis a complicações da covid-19, Fiss diz que "eventualmente, isso pode acontecer", mas enfatiza que não existem evidências científicas. "Independente de qualquer coisa, quem convive com fumantes tem mais infecções respiratórias", afirma.

'Procure tratamento urgente'
Em meio à pandemia de covid-19, o conselho do médico para fumantes é "procurar urgentemente um tratamento médico para parar de fumar".

O tabagismo é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e morte precoce em todo o mundo, segundo a Sociedade Americana contra o Câncer.


No Brasil, a dependência à nicotina mata 156.216 pessoas por ano - o que corresponde a 428 mortes diárias, aponta pesquisa feita em 2017 pelo Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária, que reúne países da América Latina.

Desse total, 35 mil mortes são causadas por doenças cardíacas e 10.812 por AVC (acidente vascular cerebral), problemas que também deixam as pessoas mais vulneráveis aos efeitos da covid-19.

 

R7

Enquanto alguns cientistas questionam se a presença ou a ausência de anticorpos do novo coronavírus pode determinar a imunidade de forma confiável, outros estão estudando componentes diferentes do sistema imunológico, conhecidos como células T, devido ao seu papel na proteção das pessoas na pandemia.

Estudos recentes mostram que alguns pacientes recuperados que tiveram exames negativos de anticorpos do coronavírus desenvolveram células T em reação às suas infecções de Covid-19. Embora os estudos sejam pequenos e ainda não tenham sido revisados por especialistas de fora, alguns cientistas estão dizendo agora que pessoas que têm uma doença amena, ou nenhum sintoma, em resultado do novo coronavírus podem estar eliminando a infecção através da reação de suas células T.

As descobertas aumentam os indícios de que uma vacina contra Covid-19 eficaz terá que induzir as células T a trabalharem, além de produzir anticorpos, e podem ter implicações para vários tratamentos em desenvolvimento. Podem também lançar luz sobre a maneira como a imunidade a uma nova exposição à infecção pode funcionar.

"Existem indícios crescentes de que pessoas expostas ao vírus têm uma reação de anticorpos transitória, ou uma reação de células T, apesar de uma reação de anticorpos menor ou ausente", disse o doutor Alessandro Sette, professor e membro do Centro de Doenças Infecciosas e Vacinas do Instituto La Jolla da Califórnia, à Reuters.

Quando um vírus rompe as defesas iniciais do corpo – o que inclui os leucócitos combatentes de infecções –, uma reação "adaptiva" mais específica se inicia, desencadeando a produção de células que miram o invasor. Entre estas estão anticorpos que conseguem reconhecer o vírus e se concentrar nele, impedindo sua entrada nas células do organismo, e as células T, que podem matar tanto os invasores quanto as células que eles infectaram.

Seis meses após o início de uma pandemia global de Covid-19 que já contaminou mais de 12 milhões de pessoas, ainda se questiona se a reação de anticorpos a este vírus é robusta e duradoura – o que poderia significar que as células T têm um papel mais importante na proteção que oferece contra a doença.

"As células T muitas vezes são importantes para controlar infecções virais. Estamos vendo indícios disso", disse à Reuters John Wherry, diretor do Instituto de Imunologia da Universidade da Pensilvânia.

O foco na reação de células T também pode dar respostas sobre a perspectiva de uma imunidade de longo prazo. Existem alguns indícios de que as células T desenvolvidas após a exposição a outros coronavírus que causam o resfriado comum poderiam ajudar a combater o novo vírus, conhecido como SARS-CoV-2.

 

Reuters

Na última coluna, abordei a relação entre o Alzheimer e o período da pós-menopausa. A revista científica da Sociedade Norte-Americana de Menopausa (NAMS em inglês) publicou, no dia 1º., um novo estudo que identifica a menopausa como um fator de risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica, que engloba hipertensão arterial, excesso de gordura corporal em torno da cintura e níveis elevados de colesterol e de açúcar no sangue. Num quadro como esse, aumentam as chances de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Portanto, as mulheres devem redobrar os cuidados com a saúde, por causa da diminuição da produção do hormônio estrogênio.


Pesquisas anteriores já haviam sugerido a associação entre a chegada da menopausa e o surgimento da síndrome metabólica, independentemente da idade. O novo estudo analisou dados de mais de 10 mil mulheres canadenses, entre 45 e 85 anos, e reforçou essa relação. Naquele país, a incidência da síndrome metabólica chega a 38% entre as mulheres com idades variando entre 60 e 79 anos. A boa notícia é que mudanças no estilo de vida se provam bastante eficientes para prevenir o risco de diabetes e doenças cardiovasculares.

Em abril, a revista científica “Stroke”, publicada pela American Heart Association, já havia divulgado um outro trabalho mostrando que, mesmo na meia-idade, a adoção de bons hábitos aumentava a proteção das mulheres contra derrames. Isso quer dizer que o fato de ter chegados aos 50 com um perfil sedentário e pouco saudável não deve desanimar ninguém. Os pesquisadores analisaram as informações de saúde de quase 60 mil mulheres que começaram a participar do estudo com cerca de 52 anos e continuaram a abastecer o sistema com dados por 25 anos.

Para se ter uma ideia de como mudanças no estilo de vida representam um relevante impacto positivo na saúde: o risco de derrame diminuía em 25% para as mulheres que deixavam de fumar, passavam a se exercitar durante 30 minutos diariamente e perdiam peso com uma dieta alimentar com mais pescado, grãos, frutas, legumes e verduras – e menos carne vermelha, alimentos processados e álcool.

 

Bem Estar

 

Um estudo com o medicamento baricitinibe, conhecido como Olumiant e usado no tratamento de pessoas com artrite reumatoide moderada ou grave, avançou para a última fase de testes em pacientes internados por causa da covid-19.

O remédio já foi aprovado nas fases 1 e 2, que avaliam as doses e a segurança de sua utilização em humanos. Agora, o objetivo é avaliar sua eficácia para o tratamento de pacientes hospitalizados por causa da doença. Essa é a última etapa antes da possível aprovação para o uso da droga com o objetivo de tratar a covid-19.

A expectativa é aplicá-lo em pacientes nos Estados Unidos, América Latina e Europa. No Brasil, serão 100 participantes - 30 deles internados no Hospital Santa Paula, em São Paulo.


"São pacientes com idade acima de 18 anos e que tenham algum acometimento pulmonar moderado, como pneumonia, e sem precisar de ventilação mecânica", explica Cristhieni Rodrigues, médica infectologista, doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Santa Paula.

De acordo com ela, dois pacientes já foram incluídos nos testes e um terceiro já está em avaliação. Os voluntários receberão 4 mg do medicamento ou placebo por 14 dias consecutivos ou até receberem alta do hospital. Todos serão monitorados por um período de 28 dias.
"Vamos avaliar a eficácia do medicamento na evolução dos sintomas clínicos, o tempo de internação, a necessidade de ventilação mecânica", detalha a coordenadora do estudo.

A expectativa é que o baricitinibe, que pertence à classe dos imunobiológicos, consiga controlar a inflamação exacerbada observada em pacientes que desenvolvem complicações mais graves por causa da covid-19. Esse processo inflamatório é consequência da reação exagerada do próprio sistema imune na tentativa de combater a infecção pelo novo coronavírus.

"A própria imunidade começa a agredir órgãos-alvos como pulmão, rim e coração e o organismo não consegue diminuir esse fenômeno por si só. Foi observado que o medicamento inibe o sinalizador que teria o potencial de desencadear essa cascata de inflamação", explica Rodrigues.


Ela acrescenta que o estudo é duplo cego, ou seja, pacientes e voluntários não saberão quem recebeu o baricitinibe ou o placebo. "Isso impede que haja qualquer viés durante a condução dos testes, que o paciente pense que melhorou porque está tomando algo", destaca.

A especialista afirma que os resultados desta fase da pesquisa ser obtidos entre setembro e outubro.

 

R7