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As internações hospitalares por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) continuam a aumentar de forma acelerada no Brasil, mostra boletim do InfoGripe, da Fiocruz, divulgado na terça-feira (5).

Segundo estimativas da fundação, pode ter havido até 18.407 casos de internação por SRAG na semana passada. Na semana anterior, essa estimativa era de até 14 mil internações. O aumento vem ocorrendo desde 5 de abril, depois de uma queda nos casos no final de março.

"Na semana passada, sinalizamos que o dado dava sinais disso, e com essa nova atualização isso se confirmou", afirma Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Ele destaca que existe um atraso entre a data do caso – em que aparecem os primeiros sintomas – e a data em que ele é inserido no sistema. Por isso, as estimativas em relação às semanas mais recentes são menos precisas.

"Em função disso, as análises de tendência devem dar maior peso às estimativas para as semanas anteriores, enquanto os dados das duas últimas semanas devem ser reavaliados a cada novo boletim", explica Gomes.

Mas, mesmo assim, a aceleração está constatada – assim como os efeitos do isolamento entre o final de março e o início de abril.

“Os dados nos mostram que o sacrifício que fizemos funciona e podemos ver e mensurar esse resultado. Isto acende um sinal de alerta. A gente não pode relaxar, ainda não é o momento. O isolamento é hoje a principal ferramenta que nós temos”, ressaltou Gomes à agência de notícias da Fiocruz.

Na semana entre 29 de março e 4 de abril, a estimativa máxima da Fiocruz era de 8.823 internações por SRAG, menos da metade do número da semana até 2 de maio. O período também foi o único em que houve queda no número de internações.

“Tivemos duas semanas de crescimento muito intenso em meados de março, depois tivemos uma clara desaceleração no final do mês e começo de abril", comentou Gomes.
Ele explica que "a redução do ritmo do crescimento pode ser associada à forte adesão que tivemos ao isolamento social desde o começo de março. Porque a gente tem um efeito lento nesse processo, o tempo entre a infecção e a hospitalização é, em média, de duas semanas”.

Os dados semanais consideram os novos casos registrados a cada semana. "A diferença entre uma semana e outra é o quanto esses novos casos foram maiores do que da semana anterior, o que está associado com a velocidade de crescimento", explica.

Novo coronavírus é vírus mais frequente
Entre os casos de SRAG causados por vírus, cerca de 82,7% são pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), segundo a Fiocruz.

Dos 57.017 casos notificados (que já constam nos registros), 16.260 tiveram resultado positivo para algum tipo de vírus (cerca de 28,5%). Desses, 13.446 são de Covid-19. Outros 16.839 exames aguardam resultado.

A estimativa dos pesquisadores é de que tenha havido até 87,3 mil internações por SRAG no país até o dia 2 de maio, dos quais até 36% podem ser de Covid-19.

 

G1

fiocruzvacinQuando o mundo ainda contabilizava cerca de 80 mil casos de covid-19 — atualmente, superam 3,6 milhões —, uma rede de cientistas brasileiros começava a se dedicar exclusivamente ao desenvolvimento de uma vacina nacional contra o coronavírus.

Existem hoje duas pesquisas em andamento no país, com linhas diferentes. A corrida é mundial, mas no Brasil, com 210 milhões de habitantes, ter um produto fabricado aqui poderá representar também tranquilidade no futuro, ao não depender — ou depender em menor escala — de importações.

Em São Paulo, cientistas do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), sob a coordenação do professor titular da universidade Jorge Kalil, iniciaram os trabalhos ainda em fevereiro e agora já fazem os primeiros testes em camundongos.

 

A técnica da equipe do professor Jorge Kalil consiste no uso de VLPs (virus-like particles, em inglês), que são moléculas que se assemelham ao vírus, mas não possuem material genético para a replicação viral.

"A estas VLPs vamos acoplar pedaços do vírus que a gente pensa que são importantes para o vírus se ligar às células humanas, que a gente estudou. E aí, desencadear anticorpos contra essa parte vai fazer com que os anticorpos bloqueiem a penetração do vírus na célula, que é o nosso objetivo principal", explica Kalil, que também é diretor do Laboratório de Imunologia do InCor, em entrevista ao R7.

Além disso, o grupo pesquisa também a resposta imunológica de pessoas curadas, voluntários que tiveram a covid-19 e se recuperaram bem. São analisados tanto o soro, que tem a imunoglobulina (anticorpos), quanto as células.

"Você pode se defender do vírus com anticorpos, mas também com células, chamadas células citotóxicas, que matam as células infectadas. O que a gente tem observado é que nem todo mundo tem muitos anticorpos neutralizantes. Acredita-se que essas pessoas que não têm os anticorpos neutralizantes é porque o componente celular da resposta foi importante também. Idealmente, vamos fazer uma vacina que tenha componentes para gerar anticorpos, mas também para gerar células que sejam eficazes", acrescenta.

Com toda a parte de "montagem" da vacina pronta, agora se inicia a aplicação em camundongos, para ver se eles respondem com a produção de anticorpos. Em seguida, serão utilizados camundongos transgênicos, com um receptor chamado ACE2, que é por onde o coronavírus entra nas células.

"A gente vai imunizá-los e ver se, injetando o vírus, eles não ficam doentes", detalha o professor.

Os próximos passos incluem estudos pré-clínicos em pelo menos duas espécies de animais, para testar a segurança e verificar se a vacina não é tóxica.

"Se tudo isso der certo, a gente vai propor à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para começar os estudos em humanos", diz Kalil.

Ele, no entanto, ressalta que não haverá no mundo uma vacina disponível em menos de um ano em meio.

"Na melhor das hipóteses, um ano. Essa vacina, se nós não tivermos a nossa, se for feita na Inglaterra, primeiro eles vão vacinar os ingleses, depois americanos, depois europeus, depois chineses... Para nós termos acesso a essa vacina, vai demorar. Tem que ter uma fábrica que produza, tem que ter um monte de coisas."


Vacina contra coronavírus e gripe
Com mais de 16 anos de experiência na manipulação do vírus influenza no país, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Minas integra um projeto do INCTV (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas), coordenado pelo pesquisador Ricardo Gazzinelli, para utilizar o vírus da gripe como veículo para uma vacina.

 

A ideia é criar uma vacina bivalente, para gripe e coronavírus, explica ao R7 o pesquisador Alexandre Machado, do Grupo de Imunologia de Doenças Virais da Fiocruz Minas.

"É uma vacina geneticamente modificada. Esse vírus influenza leva uma parte de proteína do coronavírus. O influenza, até o material genético dele, algumas proteínas vão atuar como o que nós chamamos de adjuvantes imunológicos. Eles vão melhorar a resposta do organismo contra o coronavírus. É como se ajudassem o sistema imune a responder indiretamente."

Os testes em camundongos da vacina da Fiocruz Minas devem começar daqui a dois meses; em humanos, pode levar de um ano e meio a dois anos para terem início.

Alexandre Machado diz que a tecnologia desenvolvida pela Fiocruz Minas permite "adaptar a vacina para amostras que estejam circulando no Brasil".

"A gente não sabe se ele [coronavírus] vai continuar circulando, se vai desaparecer, se vai causar surtos, se vai mutar para alguma variante. Ter uma tecnologia brasileira, desenvolvida por instituições brasileiras, visando a saúde pública e que possa ser adequada às necessidades futuras do país é muito importante."
A atual vacina contra o influenza não protege contra o coronavírus, mas é fundamental neste momento, observa Machado.

"O influenza e o coronavírus pertencem a famílias diferentes É como comparar uma capivara com um camelo, os dois são mamíferos, mas são totalmente diferentes. Hoje, a vacina contra influenza não protege contra o coronavírus. Mas é importante vacinar contra influenza porque é uma doença respiratória que pode ser grave, sobretudo em idosos e pacientes com comorbidades. Nós não sabemos qual é o impacto de uma infecção sucessiva de influenza e coronavírus."

 

R7

Foto: Divulgação/Fiocruz Minas

A equipe de fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) esteve nos municípios de Várzea Grande, Picos, Oeiras, Conceição do Canindé, Floriano e Francisco Ayres, na região Sul do Estado, para realizar vistorias em instituições de saúde.

Durante as visitas nas unidades de saúde, o conselheiro Dr. Antônio Neto e o chefe de Divisão de Fiscalização, Dr. Arthur Antunes, identificaram algumas irregularidades, tais como: a falta de fluxos definidos de entrada de profissionais e pacientes, a reutilização de máscara N95, sem que haja um protocolo definido pela instituição, além da ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para os profissionais.

Os representantes do Coren-PI orientaram os profissionais de Enfermagem que atuam no combate à Covid-19 nas instituições e elencaram pontos fundamentais para o enfrentamento à pandemia, como o fluxo de entrada de pacientes e profissionais de Enfermagem nas instituições; a importância do plano de contingência; o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em quantidade suficiente para todos, em conformidade com as normativas vigentes, além do adequado dimensionamento dos profissionais.

De acordo com a presidente do Coren-PI, Tatiana Melo, as instituições de saúde precisam seguir corretamente as orientações sobre o uso dos EPIs, fluxo de atendimento, dentre outras medidas, para evitarmos novos casos de contaminação de profissionais de saúde. "O Piauí já registra muitos casos de profissionais de Enfermagem infectados com a Covid-19. Por isso, é fundamental que as unidades de saúde reforcem os cuidados com a proteção destes profissionais e também da população", pontua.

 

180graus

vacnvirus“Milhões de doses” de uma vacina experimental contra o novo coronavírus podem ser disponibilizadas até o fim de 2020. A previsão é do empresário Ugur Sahin, CEO da BioNTech, farmacêutica alemã que, em parceria com a norte-americana Pfizer, vai dar início aos testes do medicamento em seres humanos.

Diante das condições impostas pela pandemia de covid-19, que já infectou mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo, ele acredita que o processo de aprovação —que em média é de 18 meses nos Estados Unidos—deve ser "acelerado" pelas autoridades regulatórias.

“A aprovação de qualquer medicamento é baseada na avaliação de um benefício potencial e do risco remanescente. O benefício de uma vacina em uma situação de pandemia é muito maior e, portanto, uma aprovação ou autorização de uma vacina em um país. situação pandêmica deve seguir outras regras que não vimos no passado “, disse em entrevista à CNN, dos Estados Unidos.

A vacina, que usa a tecnologia RNA mensageiro (mRNA), tem o potencial de estar entre as primeiras vacinas contra o vírus que infectou mais de 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos e matou cerca de 68 mil.

Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para o novo coronavírus, embora alguns medicamentos estejam sendo usados em pacientes sob uma autorização de uso emergencial.

O estudo nos Estados Unidos faz parte de um programa global mais amplo já em andamento na Alemanha, onde a BioNTech está sediada. A administração de doses lá começou no mês passado.

A Moderna está usando tecnologia semelhante para que sua vacina seja desenvolvida junto com o governo norte-americano. O teste da fase I desse candidato a vacina também começou, com os testes intermediários planejados para o trimestre atual.

 

R7 com Reuters

Foto: Pixabay