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Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, do Instituto Pasteur em Paris, na França da Escola de Medicina Icahn em Monte Sinai, nos Estados Unidos analisaram 47 medicamentos que poderiam ser eficazes contra o novo coronavírus. De acordo com o estudo, publicado na última quinta-feira, 30, na revista científica Nature, pelo menos seis desses compostos conseguiram combater o vírus em testes em laboratório.

Para chegar a essa conclusão, inicialmente os pesquisadores fizeram o mapeamento de todas as proteínas do coronavírus. Em seguida, eles mapearam todas as proteínas encontradas no corpo humano com as quais as proteínas do vírus poderiam interagir. Por fim, eles analisaram quais medicamentos já existentes poderiam atuar nessas interseção entre proteínas virais e humanas para combater a infecção pelo coronavírus, de acordo com um artigo publicado no The Conversation, por Nevan Krogan, coautor da pesquisa e diretor do Instituto de Biociências Quantitativas da Universidade da Califórnia São Francisco.

 

Os resultados mostraram 69 medicamentos e compostos já desenvolvidos (alguns aprovados outros em fase de estudos clínicos) com potencial para tratar a Covid-19. Na segunda etapa foi a vez de analisar a eficácia de 47 desses medicamentos. Para o estudo, células de macaco verde africano foram infectadas com coronavírus.

Os pesquisadores optaram pelo uso de células de macaco em vez de células humanas porque ainda não se sabe quais células humanas funcionam melhor para estudar o vírus em laboratório. Normalmente, as células desse animal são usadas no lugar de células humanas em testes de drogas antivirais, pois são facilmente infectadas respondem aos medicamentos de maneira muito próxima à das células humanas.
Em seguida, os pesquisadores “trataram” metade das amostras com os medicamentos identificados na etapa anterior e metade serviu como controle. A análise funcionou assim: se as amostras tratadas tivessem menos vírus e mais células vivas do que o controle, isso sugeriria que as drogas foram capazes de interromper a replicação viral com baixa toxicidade.

Os resultados mostraram que algumas drogas de fato conseguiram combater o coronavírus, enquanto outras tornaram as células mais suscetíveis à infecção. Os medicamentos potencialmente eficazes impediram a replicação viral por dois mecanismos diferentes: interrupção da tradução do RNA e inibição de receptores sigma. Segundo Krogan, a inibição de receptores sigma é um mecanismo de ação inédito, que nunca havido sido descrito.

Tradução do RNA
Basicamente, a replicação viral funciona da seguinte maneira: o vírus entra na célula e uma vez dentro dela sequestra seu maquinário de forma a obriga-la e fazer mais cópias do vírus. Dessa forma, a célula perde sua função e passa a produzir milhares de vírus que, mais cedo ou mais tarde, irão causar sua morte e infectar outras células. Essa produção acontece justamente pela tradução do RNA viral pela célula.

No estudo, os pesquisadores encontraram três compostos que atrapalham a tradução do vírus: a ternatina-4, a zotatifina e a plitidepsina. Os dois primeiros são usados ​​no tratamento de mieloma múltiplo. Já a plitidepsina é uma molécula semelhante à ternatina-4 e atualmente está em fase de testes clínicos para Covid-19.


Receptores Sigma
Já o segundo mecanismo de ação pelo qual os medicamentos podem interromper a replicação viral é pela inibição dos receptores SigmaR1 e SigmaR2. Os receptores são mecanismos celulares encontrados no interior e na superfície das células que funcionam como um mecanismo de chave-fechadura. Os vírus costumam se ligar a esses receptores para infectar as células.

Os pesquisadores ainda não sabem como as proteínas virais manipulam os receptores SigmaR1 e SigmaR2. “Acreditamos que o vírus usa esses receptores para ajudar a fazer cópias de si mesmo; portanto, diminuir sua atividade provavelmente inibe a replicação e reduz a infecção.”, escreveu Krogan.

Sete drogas ou moléculas analisadas atuaram nesses receptores e conseguiram combater o vírus. São eles os antipsicóticos haloperidol e melperona, os anti-histamínicos potentes, clemastina e cloperastina, o composto PB28 (ainda em fase de testes clínicos) e o hormônio feminino progesterona.

Para surpresa da equipe, o dextrometorfano, um ingrediente comum em xaropes para tosse, fez o oposto. Sua presença ajudou o vírus a se replicar mais facilmente. Apesar do resultado, Krogan alerta que são necessários mais estudos antes de recomendar que o ingrediente deve ser evitado por pessoas com Covid-19.

 

veja

coronacelulasO diretor do departamento de doenças infecciosas do Instituto Superior da Saúde da Itália, Giovanni Rezza, afirmou que o estudo com os anticorpos presentes no plasma dos pacientes curados da covid-19 "está dando resultados promissores" em alguns hospitais do país.

Rezza observou, no entanto, em entrevista à emissora italiana Rai, que aguarda esperançoso provas científicas sobre a eficácia do tratamento. Os bons resultados teriam ocorrido em hospitais de Pavia e Mântua.

 

A terapia plasmática, explicou ele, é um método que "vem sendo praticado há algum tempo e também foi usado com sucesso contra a ebola". Mas não é simples, acrescentou: é preciso encontrar doadores que superaram a doença e são ainda convalescentes, para que possuam muitos anticorpos.

"Isso dificilmente pode ser praticado em uma grande escala porque leva tempo, mas pode dar origem a outras formas de tratamento, com anticorpos produzidos em laboratório, que trariam menos efeitos colaterais e possibilitariam o uso em mais pessoas", comentou Rezza.

 

R7

Nesta segunda-feira, 04, o Piauí registrou sua 29ª morte de paciente infectado pelo novo coronavírus. Um homem de 68 anos, de Luzilândia, Norte do estado, faleceu no hospital Getúlio Vargas, em Teresina (PI). Ele era diabético, uma das comorbidades que podem agravar a saúde do paciente com a covid-19.

Agora são 29 óbitos de pacientes de Teresina (14), Parnaíba (3), Piracuruca (2), Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Bom Princípio do Piauí, Júlio Borges, Itaueira, Luzilândia, Pedro II, Picos, São Francisco do Piauí e São José do Divino (1).

Novo recorde em 24 horas
A morte de Luzilândia foi confirmada no dia no qual o Piauí bateu novo recorde de casos confirmados: 91 em apenas 24 horas.

São 875 no total - 275 desses somente nos quatro primeiros dias de maio, segundo números divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi).

Dos novos testes positivos, 55 foram em Teresina, que chegou a marca de 540 casos confirmados.

Casos no interior
Parnaíba (41), Picos (30) e São Raimundo Nonato (29), Miguel Alves (24), União (21) e Esperantina (20) são os municípios com mais casos depois da capital.

Uruçuí, que tinha apenas um caso até o início do mês, recebeu mais 7 testes positivos somente nesta segunda-feira. A prefeitura publicou um novo decreto determinando o uso de máscara no município.

Em Bom Jesus, o número de casos confirmados subiu de 3 para 6. Os pacientes estão em isolamento domiciliar, segundo a prefeitura do município.

Oeiras agora tem 7 casos confirmados. Um paciente do município internado no hospital Deolindo Couto testou positivo. A unidade de saúde tem mais dois pacientes de outros municípios na enfermaria.

Também foram confirmados os primeiros casos em Batalha, Beneditinos, Cocal e Marcos Parente - o número de municípios com pacientes agora é 76.

Situação hospitalar
Mais 15 pacientes foram internados com suspeita de Covid-19 e apenas 2 tiveram alta nas últimas 24 horas.

São 211 leitos ocupados, sendo 137 leitos clínicos, 4 de estabilização e 70 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). É a maior ocupação de UTIs desde o início das internações no Piauí por conta da Covid-19 - 37,6% da capacidade disponível.

 

cv

De feirante a cientista, conheça a história de Gustavo Cabral

pesquibahiaNatural de Tucano, interior da Bahia, o imunologista Gustavo Cabral de Mesquita, 38, está em uma missão importante: buscar desenvolver a vacina brasileira contra o novo coronavírus. Ele compõe a linha de frente de uma equipe de cientistas do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, ao lado do renomado cardiologista Jorge Kalil, que pode ajudar a conter a Covid-19.

Gustavo carrega a bandeira da educação e da ciência como valores que o motivaram a mudar o direcionamento da sua vida, embora isso não tenha começado muito cedo em sua trajetória. Para ajudar nas finanças da família, o trabalho desde muito jovem foi prioridade para ele.

“Eu trabalhava na feira, vendia geladinho, frutas, como coco e manga. Aos 15 anos, resolvi sair de casa e fui morar em Euclides da Cunha, cidade próxima a Tucano. Lá eu comecei a trabalhar no açougue, fiquei quatro anos trabalhando nisso e não conseguia continuar os estudos. Parei três anos de estudar, começava e não continuava”, recorda.

O primeiro de quatro filhos a ingressar no ensino superior, a decisão de Gustavo não podia ter sido mais acertada. Escolheu o curso de Ciências Biológicas, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus Senhor do Bonfim. O que ele não imaginava era que isso iria se tornar uma porta de entrada para conhecer o mundo. “Imagina, eu nasci num povoado com três mil habitantes, no máximo, da cidade de Tucano, na Bahia, e pude descobrir o mundo por meio da educação”, comemora.

Com o incentivo de uma bolsa de pesquisa, após a graduação, veio o mestrado em Imunologia em Salvador, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Depois, em São Paulo, fez doutorado com o mesmo tema na Universidade de São Paulo (Usp). No exterior, seguiu com os estudos na Universidade de Oxford, na Inglaterra, além de também estudar em Portugal e na Suíça.

Em seu currículo, Cabral tem, entre inúmeras realizações, o desenvolvimento de uma vacina, ainda em modelo animal, contra o Zica vírus. O que não consta nos registros físicos do seu trabalho é o orgulho que sente em contribuir, através do seu exemplo, para mudar a “cara” da sua família, como ver o seu irmão mais novo concluir o doutorado, também na USP.

 “O caminho para as uma das maiores revoluções na vida das pessoas que não têm condições de vida muito boa é invadir os espaços universitários. Isso promove uma transformação enorme. Tudo muda quando olhamos para os centros universitários e pensamos “aqui também é o meu lugar”, reflete o cientista que sempre defende o incentivo à educação e ciência como possibilidade para que inúmeros outros jovens possam mudar a sua realidade, trazendo retorno para a sociedade.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil